Roger Waters vence na Justiça e show em Frankfurt irá acontecer

De acordo com um tribunal alemão, o cancelamento da apresentação violaria o direito de liberdade de expressão

Após ter a sua apresentação em Frankfurt cancelada por acusações de antissemitismo, Roger Waters tentou de todas as formas reverter o cenário, entrando, inclusive, na Justiça. Na última segunda-feira (24), um tribunal alemão decidiu a favor do cantor e permitiu que o show aconteça no dia 28 de maio.

Em nota divulgada à imprensa no mês passado, a equipe do ex-Pink Floyd argumentou que a anulação do concerto por parte do conselho municipal era “inconstitucional” e “sem justificativa”. O próprio artista reforçou essa premissa em uma recente postagem nas redes sociais, destacando que compareceria à cidade de qualquer maneira.

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Considerando esse contexto, o tribunal alegou que a ação do cancelamento viola o direito de liberdade de expressão. Ainda, ressaltou que a organização inicial do evento e o governo devem colaborar para a realização do show, conforme previa o contrato (via Guitar.com).

Outro ponto abordado foi o local selecionado para Waters subir ao palco: a arena Festhalle. Em 1938, cerca de três mil judeus ficaram detidos no espaço antes de serem levados para campos de concentração. Segundo o tribunal, apesar da “escolha de mau gosto”, a performance “não seria prejudicial à dignidade humana dessas pessoas”.

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Por fim, eles acrescentam que o artista não glorificou em nenhum momento “as atrocidades do Partido Nazista”, nem mostrou identificação com tal ideologia. Assim, a apresentação em Frankfurt está novamente confirmada.

O cancelamento do show de Roger Waters

O conselho municipal de Frankfurt anunciou no fim de fevereiro o cancelamento do show de Roger Waters na cidade, marcado para acontecer no Festhalle em 28 de maio. Em uma declaração oficial, eles categorizaram a posição anti-Israel do cantor como prova de seu status de “um dos antissemitas mais famosos do mundo”.

A entidade apontou os esforços do ex-integrante do Pink Floyd em promover um boicote cultural ao país, devido a uma política aplicada agressivamente pelo governo israelense com relação a cidadãos palestinos que muitas outras autoridades compararam ao apartheid na África do Sul.

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Waters também apresentou comportamentos durante seus shows que foram considerados “preocupantes”, conforme apontado pela declaração do conselho municipal de Frankfurt. Durante a The Wall Tour, que teve mais de 200 shows entre 2010 e 2013, fazia parte da produção um porco voador estampado com a estrela de Davi junto de várias logomarcas corporativas.

O local escolhido para o show de Waters ainda tem uma conotação histórica pesada com relação ao antissemitismo. O conselho municipal invocou seu direito de cancelar essa apresentação, uma vez que a cidade é dona de 60% do Festhalle, com os outros 40% pertencendo ao estado de Hesse.

Partidos políticos também fizeram um pedido para que a apresentação marcada em Munique, no dia 21 do mesmo mês, deixasse de acontecer. A fim de evitar o cancelamento de tais eventos, o ex-integrante do Pink Floyd entrou na Justiça e tomou medidas legais.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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