A música do Queen que Brian May ainda sofre para tocar ao vivo

Mesmo após meio século de sua gravação, uma parte específica ainda traz dificuldades ao guitarrista

Você pode imaginar que, após certo tempo, um músico já reproduza sua obra quase no piloto automático. Porém, nem sempre é assim. Em alguns casos, o resultado obtido em estúdio é tão complexo que acaba gerando adaptações ou improvisações ao vivo, o que de certa forma oferece um “charme” ao momento – exceto para pessoas muito detalhistas.

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Apesar de já tocar “Bohemian Rhapsody” há quase meio século com o Queen, Brian May ainda encontra dificuldades com ela. O formato com variações de estilo e andamentos faz com que o músico precise estar bastante atento ao executá-la.

Em entrevista à Total Guitar, repercutida pelo Guitar.com, o instrumentista declarou:

“Ela possui um riff que não é do tipo um guitarrista tocaria naturalmente. E isso é uma faca de dois gumes. É difícil para dominar na guitarra. Mesmo depois que você se acostuma, é muito incomum… para ser sincero, ainda não acho fácil!”

O ambiente de um show deixa tudo ainda mais difícil, de acordo com o próprio.

“Posso tocá-la em casa muito bem, mas no calor da batalha… quando estamos tocando ao vivo, e há muita adrenalina, é o clímax do show e aquele riff aparece, não é a coisa mais fácil. Tenho que manter uma parte do meu cérebro fria apenas para saber onde os dedos devem ir, porque não é natural. É um dos riffs menos naturais de se tocar que você poderia imaginar.”

A exigência sobre os dedos

Brian explica que a execução do grande hino de sua banda exige muito das mãos.

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“Envolve muito alongamento dos dedos. Mas essa é a alegria disso, na verdade, porque é muito incomum.”

O resultado “fora da caixa” é fruto das composições frequentemente vanguardistas de Freddie Mercury, que o levaram a criar riffs no mesmo estilo.

“Freddie tinha o hábito de compor em Eb (mi bemol) e Ab (lá bemol), então sempre foi um desafio para mim encontrar lugares na guitarra para fazer isso funcionar. Mas, obviamente, contribuiu muito para a forma como me desenvolvi. Foi uma coisa boa, mesmo que fosse… estranho!”

Queen e “Bohemian Rhapsody”

Presente no álbum “A Night at the Opera” (1975), “Bohemian Rhapsody” conta no momento da publicação dessa matéria com quase 2,5 bilhões de plays no Spotify, serviço de streaming em áudio mais popular do mercado.

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Em 2021, o single já havia superado 10 milhões de cópias vendidas nos Estados Unidos. Com isso, o Queen se tornou a primeira banda britânica a alcançar a premiação disco de diamante por uma música avulsa na América do Norte.

Em 2018, foi reconhecida pelo Google como a canção com maior número de streamings no século até aquele momento. O levantamento incluiu serviços como Spotify, Deezer e Apple Music, entre outros, além do vídeo oficial no YouTube.

Curiosamente, à época do lançamento original, em 1975, o grupo precisou insistir para que ela fosse lançada como música de trabalho. Venceu a guerra, com a canção chegando ao topo dos charts.

Não à toa, deu título ao filme que, independente de algumas controvérsias em relação à produção e linha do tempo do roteiro, apresentou o quarteto a um novo público.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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