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Eloy Casagrande explica saída “complicada” do Sepultura para entrar no Slipknot

Baterista rompeu com banda brasileira às vésperas de turnê de despedida para se juntar aos mascarados americanos

A história da entrada de Eloy Casagrande para o Slipknot ganhou ares dramáticos antes mesmo que o público soubesse da novidade. Isso porque, para se juntar aos americanos mascarados, o baterista precisou sair do Sepultura às vésperas de começar a turnê de despedida da banda brasileira.

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Até então, Casagrande não havia se manifestado sobre a situação a não ser com uma nota de tom genérico, em que confirmava a informação compartilhada pelo grupo. Agora, em entrevista a Tomás Novaes para a Veja SP, o músico expôs alguns detalhes sobre o rompimento.

Inicialmente, Eloy disse ter recebido convite para fazer um teste no Slipknot em dezembro, após o anúncio da “Celebrating Life Through Death”, tour final do Sepultura. Ele explicou que o encerramento das atividades do grupo nacional foi “a grande razão de ter aceitado fazer a audição” – afinal de contas, ele tem apenas 33 anos e não iria se aposentar junto dos colegas.

“Eu recebi o convite para fazer o teste depois do anúncio da turnê. O grande lance, da razão de eu ter aceitado fazer a audição, foi o final do Sepultura. A banda iria acabar, e eu não queria parar de tocar bateria aos 33 anos de idade. Rolou um papo com o Slipknot, perguntei sobre a agenda deles, se daria para conciliar as duas bandas, mas eles falaram que não, não teria como, eu seria exclusivo. Então foi uma decisão minha, pelo término do Sepultura.”

Embora a situação seja compreensível, a informação só foi compartilhada com os agora ex-colegas no início de fevereiro – devido a um acordo de confidencialidade. Ele explica:

“Foi complicado, eu comuniquei eles quando tinha fechado o acordo, no dia 5 ou 6 de fevereiro. Logo nesse dia eu convoquei uma reunião e expliquei a situação. Foi isso, uma decisão individual.”

Apesar disso, o baterista olha para trás com orgulho por ter participado do Sepultura durante mais de uma década — ele havia se juntado à formação, substituindo Jean Dolabella, no fim de 2011.

“Foi um aprendizado gigantesco. Foram muitos anos, três álbuns de estúdio. Álbuns ao vivo. Muita composição. Muito tempo que a gente viajou junto. Olho para trás com um grande carinho e muita admiração. Além de um sentimento de muita gratidão, por todos esses anos. Por eles terem, naquela época, acolhido um baterista de vinte anos, dando uma grande responsabilidade na mão de uma criança. Mas eu sempre me preparei para isso, e acredito que amadureci muito. Viajando também, conhecendo diferentes etnias. A gente foi para cerca de setenta, oitenta países. Tocamos na Mongólia, Chipre, Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, China, Rússia, Ucrânia. Foi, com certeza, a maior escola da minha vida.”

Entrada oficializada

O Slipknot confirmou Eloy Casagrande como novo integrante em duas publicações diferentes nas redes sociais. A primeira se deu de forma discreta, no último dia 29 de abril, com uma marcação em uma foto no Instagram. Na mesma mídia, já no dia 30, o grupo divulgou uma imagem somente do baterista brasileiro, lhe dando boas vindas.

Depois, foi a vez do próprio brasileiro se manifestar. O baterista publicou um comunicado, também no Instagram, para celebrar a conquista.

Ele disse:

“Um momento muito emocionante. Impensável até então. Não há nada a perder, não há nada a ganhar. Há apenas o viver. Estamos aqui como um só.

Obrigado Slipknot por acreditar em mim. Obrigado a todos os maggots e fãs ao redor do mundo.

Vejo vocês na estrada, meus Slipknotos. ‘Here comes more pain’.”

Eloy Casagrande estreia no Slipknot

Eloy Casagrande estreou com o Slipknot em um show intimista de aquecimento no último dia 25 de abril, no bar e restaurante Pappy + Harriet’s, localizado em Pioneertown, Califórnia, Estados Unidos. Depois, foi apresentado de vez a um grande público no festival Sick New World, em Las Vegas, no dia 27. Os mascarados estavam entre os headliners, junto do System of a Down.

Os próximos compromissos englobam dois shows em festivais americanos (Welcome to Rockville e Sonic Temple nos dias 12 e 19 de maio) e uma turnê pela América do Norte entre agosto e setembro. Em outubro, a banda toca no festival Aftershock e nas duas datas do Knotfest Brasil, marcado para 19 e 20 de outubro, no Allianz Parque, em São Paulo.

Em novembro, os mascarados seguem para o México. No mês seguinte, é a vez da Europa e do Reino Unido, com uma turnê que vai até o dia 21, pertinho do Natal.

Dança das cadeiras

A saída de Eloy Casagrande de sua banda anterior, o Sepultura, foi anunciada no fim do último mês de fevereiro. A banda se declarou surpresa com a decisão, comunicada internamente no início do mês, semanas antes de começar a turnê de despedida “Celebrating Life Through Death”. O rompimento ocorreu justamente para que o músico brasileiro se dedique a outro projeto, não revelado à época.

O nome de Casagrande era especulado por fãs do Slipknot desde a demissão de Jay Weinberg, no fim do ano passado. Curiosamente, com sua entrada, aconteceu um movimento de troca de bateristas entre três bandas. A saber, em três atos:

  • Primeiro: Em novembro do ano passado, Jay foi demitido do Slipknot. Nenhuma razão clara foi apresentada pela banda no anúncio, apenas “decisões criativas”.
  • Segundo: No fim de fevereiro, a saída de Eloy Casagrande foi confirmada pelo Sepultura. A banda afirma que o baterista brasileiro se desligou “para seguir carreira em outro projeto”. Desde a dispensa de Weinberg, seu nome passou a ser especulado no Slipknot, com a efetivação se confirmando em abril.
  • Terceiro: A vaga de Casagrande no Sepultura foi ocupada por Greyson Nekrutman, baterista do Suicidal Tendencies — que convocou justamente Weinberg para substitui-lo.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

1 COMENTÁRIO

  1. Ou seja, apesar dos defensores incondicionais de sua atitude, o fato é que o cara pensou apenas em si e desrespeitou seus “amigos” do SEPULTURA! E depois esses indivíduos que defendem o mano reclamam do individualismo e da fatal de ética da pessoas no mundo atual…Vai entender!

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Baterista rompeu com banda brasileira às vésperas de turnê de despedida para se juntar aos mascarados americanos

A história da entrada de Eloy Casagrande para o Slipknot ganhou ares dramáticos antes mesmo que o público soubesse da novidade. Isso porque, para se juntar aos americanos mascarados, o baterista precisou sair do Sepultura às vésperas de começar a turnê de despedida da banda brasileira.

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Até então, Casagrande não havia se manifestado sobre a situação a não ser com uma nota de tom genérico, em que confirmava a informação compartilhada pelo grupo. Agora, em entrevista a Tomás Novaes para a Veja SP, o músico expôs alguns detalhes sobre o rompimento.

Inicialmente, Eloy disse ter recebido convite para fazer um teste no Slipknot em dezembro, após o anúncio da “Celebrating Life Through Death”, tour final do Sepultura. Ele explicou que o encerramento das atividades do grupo nacional foi “a grande razão de ter aceitado fazer a audição” – afinal de contas, ele tem apenas 33 anos e não iria se aposentar junto dos colegas.

“Eu recebi o convite para fazer o teste depois do anúncio da turnê. O grande lance, da razão de eu ter aceitado fazer a audição, foi o final do Sepultura. A banda iria acabar, e eu não queria parar de tocar bateria aos 33 anos de idade. Rolou um papo com o Slipknot, perguntei sobre a agenda deles, se daria para conciliar as duas bandas, mas eles falaram que não, não teria como, eu seria exclusivo. Então foi uma decisão minha, pelo término do Sepultura.”

Embora a situação seja compreensível, a informação só foi compartilhada com os agora ex-colegas no início de fevereiro – devido a um acordo de confidencialidade. Ele explica:

“Foi complicado, eu comuniquei eles quando tinha fechado o acordo, no dia 5 ou 6 de fevereiro. Logo nesse dia eu convoquei uma reunião e expliquei a situação. Foi isso, uma decisão individual.”

Apesar disso, o baterista olha para trás com orgulho por ter participado do Sepultura durante mais de uma década — ele havia se juntado à formação, substituindo Jean Dolabella, no fim de 2011.

“Foi um aprendizado gigantesco. Foram muitos anos, três álbuns de estúdio. Álbuns ao vivo. Muita composição. Muito tempo que a gente viajou junto. Olho para trás com um grande carinho e muita admiração. Além de um sentimento de muita gratidão, por todos esses anos. Por eles terem, naquela época, acolhido um baterista de vinte anos, dando uma grande responsabilidade na mão de uma criança. Mas eu sempre me preparei para isso, e acredito que amadureci muito. Viajando também, conhecendo diferentes etnias. A gente foi para cerca de setenta, oitenta países. Tocamos na Mongólia, Chipre, Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, China, Rússia, Ucrânia. Foi, com certeza, a maior escola da minha vida.”

Entrada oficializada

O Slipknot confirmou Eloy Casagrande como novo integrante em duas publicações diferentes nas redes sociais. A primeira se deu de forma discreta, no último dia 29 de abril, com uma marcação em uma foto no Instagram. Na mesma mídia, já no dia 30, o grupo divulgou uma imagem somente do baterista brasileiro, lhe dando boas vindas.

Depois, foi a vez do próprio brasileiro se manifestar. O baterista publicou um comunicado, também no Instagram, para celebrar a conquista.

Ele disse:

“Um momento muito emocionante. Impensável até então. Não há nada a perder, não há nada a ganhar. Há apenas o viver. Estamos aqui como um só.

Obrigado Slipknot por acreditar em mim. Obrigado a todos os maggots e fãs ao redor do mundo.

Vejo vocês na estrada, meus Slipknotos. ‘Here comes more pain’.”

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Eloy Casagrande estreou com o Slipknot em um show intimista de aquecimento no último dia 25 de abril, no bar e restaurante Pappy + Harriet’s, localizado em Pioneertown, Califórnia, Estados Unidos. Depois, foi apresentado de vez a um grande público no festival Sick New World, em Las Vegas, no dia 27. Os mascarados estavam entre os headliners, junto do System of a Down.

Os próximos compromissos englobam dois shows em festivais americanos (Welcome to Rockville e Sonic Temple nos dias 12 e 19 de maio) e uma turnê pela América do Norte entre agosto e setembro. Em outubro, a banda toca no festival Aftershock e nas duas datas do Knotfest Brasil, marcado para 19 e 20 de outubro, no Allianz Parque, em São Paulo.

Em novembro, os mascarados seguem para o México. No mês seguinte, é a vez da Europa e do Reino Unido, com uma turnê que vai até o dia 21, pertinho do Natal.

Dança das cadeiras

A saída de Eloy Casagrande de sua banda anterior, o Sepultura, foi anunciada no fim do último mês de fevereiro. A banda se declarou surpresa com a decisão, comunicada internamente no início do mês, semanas antes de começar a turnê de despedida “Celebrating Life Through Death”. O rompimento ocorreu justamente para que o músico brasileiro se dedique a outro projeto, não revelado à época.

O nome de Casagrande era especulado por fãs do Slipknot desde a demissão de Jay Weinberg, no fim do ano passado. Curiosamente, com sua entrada, aconteceu um movimento de troca de bateristas entre três bandas. A saber, em três atos:

  • Primeiro: Em novembro do ano passado, Jay foi demitido do Slipknot. Nenhuma razão clara foi apresentada pela banda no anúncio, apenas “decisões criativas”.
  • Segundo: No fim de fevereiro, a saída de Eloy Casagrande foi confirmada pelo Sepultura. A banda afirma que o baterista brasileiro se desligou “para seguir carreira em outro projeto”. Desde a dispensa de Weinberg, seu nome passou a ser especulado no Slipknot, com a efetivação se confirmando em abril.
  • Terceiro: A vaga de Casagrande no Sepultura foi ocupada por Greyson Nekrutman, baterista do Suicidal Tendencies — que convocou justamente Weinberg para substitui-lo.

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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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  1. Ou seja, apesar dos defensores incondicionais de sua atitude, o fato é que o cara pensou apenas em si e desrespeitou seus “amigos” do SEPULTURA! E depois esses indivíduos que defendem o mano reclamam do individualismo e da fatal de ética da pessoas no mundo atual…Vai entender!

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