A dura opinião de Tony Iommi sobre Poison e bandas de glam metal

Para o guitarrista e líder do Black Sabbath, a música ficou em segundo plano nos anos 1980

A maioria das grandes atrações dos anos 1970 acabaram aderindo ao formato que se tornou mais popular no hard rock da década seguinte. Bandas como Kiss, Heart e Aerosmith, além de artistas solo como Ozzy Osbourne adotaram tanto o estilo sonoro quanto o visual do período.

Colega do Madman no Black Sabbath, Tony Iommi não conseguiu escapar. A cara de mau do guitarrista, com seu implacável bigode, foi devidamente maquiada no auge do que ficou pejorativamente conhecido como hair metal. Movimento do qual ele se arrepende abertamente.

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Em depoimento à Gibson TV, resgatado pelo Ultimate Guitar, o músico contou como se sentia no período. Ele disse:

“Sempre acreditei em nos ater ao que fazemos e ao que sabemos. Percebi isso – principalmente nos anos 80 – e eu morava nos Estados Unidos, sempre me lembrarei das faixas de cabelo e tudo mais. Foi quando aquela música foi lançada, o Poison e esse tipo de banda. Eram tantas e todas soando iguais. Eu pensei, ‘Caramba, o que aconteceu aqui?’ Tornou-se mais uma coisa de pose do que a música em si.”

Para Iommi, também incomodou quando os mesmos artistas mudaram ao notar que as preferências mercadológicas estavam mudando.

“E então você meio que sai do caminho, o que foi – não posso dizer ruim, eles fizeram suas próprias coisas, o que foi ótimo, mas houve um excesso dessas bandas que surgiram de repente durante a noite. Quando isso começou a desaparecer gradualmente, eles mudaram, o que eu nunca poderia fazer. Defendo seguir aquilo em que você acredita e se manter fiel. Se você gosta, é isso, e então se você pode influenciar outras pessoas a gostarem… eu sempre tive essa mentalidade.”

Ronnie James Dio e o ódio ao Poison

Segundo vocalista a gravar com o Black Sabbath, Ronnie James Dio era ainda mais raivoso em relação ao hair metal. Em entrevista no início do século, resgatada pelo Rock and Roll Garage, o cantor foi enfático ao apontar culpados pelo ocaso da própria carreira.

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“A MTV matou o heavy metal. Você tinha que ter um videoclipe, o que é verdade, senão você estava condenado. E acho que todos nós odiamos isso. Aqueles que não cresceram na era do vídeo odiavam, porque tínhamos que nos transformar em algo que competia com uma coisa que não gostávamos. Havia as bandas de hair metal surgindo.”

Na visão de Dio, as bandas de glam metal da década de 1980 eram “apenas sobre como era o visual, a quantas festas os integrantes conseguiam ir e quantas garotas de 14 anos eles conseguiam pegar depois dos shows”.

“A música deles era uma porcaria. Destruíram o que o resto de nós havia criado. Todos eram colocados no mesmo lugar na MTV.”

Dando nome aos bois, o vocalista prosseguiu:

“Deveria haver uma placa dizendo: ‘o Poison matou tudo’. Esse tipo de banda realmente fez isso. Essas ‘coisas’ de sair e usar maquiagem, sabe. O que é isso? Não é metal. Desculpe, não é. Virou mais o mundo do Bon Jovi do que o mundo do Led Zeppelin. De repente, ninguém sabe o que é. Quando comecei, por sorte, era uma forma de música, um hard rock. De repente, você não é mais o que era.”

O box-set do Black Sabbath

No próximo dia 31 de maio o Black Sabbath e a BMG lançam o box-set “Anno Domini 1989-1995”. A caixa contém versões remasterizadas de três álbuns da fase com Tony Martin nos vocais: “Headless Cross” (1989), “Tyr” (1990) e “Cross Purposes” (1994). Derradeiro trabalho com o cantor, “Forbidden” (1995) foi remixado por Tony Iommi.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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