Os melhores discos de 2023 na opinião de Pedro Hollanda

Colaborador espera que lista seja encarada como sugestão de algo novo a ouvir, em vez de motivo de briga por causa de posições ou ausências

Mais um ano se passou e o Igor continua me dando a oportunidade de testar a paciência do público do site com meu gosto musical. Na minha opinião, 2023 foi extremamente bom para música em geral, com uma quantidade impressionante de ótimos discos lançados numa variedade de gêneros enorme. 

Meu trabalho como colaborador me proporcionou a oportunidade de apresentar alguns desses álbuns para leitores ao longo do ano. Agora, quero dar espaço para todo tipo de lançamento. Se esse texto fizer alguém se interessar por um disco que não conhecia até agora, ótimo.

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Minha lista de melhores do ano é composta de um monte de menções honrosas e um top 10. Desse jeito, posso reconhecer o máximo possível de lançamentos e evitar cobranças por ausências.

Sem mais delongas, vamos aos trabalhos.

Os melhores discos de 2023 para Pedro Hollanda

10) Jaimie Branch – “Fly or Die Fly or Die Fly or Die” (punk jazz)

Nos últimos 15 anos, mais e mais jazz tem retornado à pauta em grandes publicações de música. A principal razão disso é uma geração notável de músicos que conseguem cobrir o terreno entre big bands tradicional e o estilo mais experimental do final dos anos 60 e 70. Jaimie Branch seria uma dessas pessoas, se não fosse o fato de ter tragicamente morrido em 2022. Seu terceiro disco de estúdio transborda de alegria e descoberta, com a banda tocando arranjos focados em metais sem firulas de gravação. Uma perda incalculável.

9) PJ Harvey – “I Inside the Old Year Dying” (indie folk)

Após um disco no qual escrevia sobre pessoas fora demais de sua órbita, Polly Jean Harvey retorna à região rural onde nasceu para uma versão musical de um poema épico de sua autoria. Femininade, guerra, sexo, magia, natureza, tudo conversa de maneira intoxicante em “I Inside the Old Year Dying”, numa narrativa sobre despertares e desenvolvimento.

8) Rodrigo Campos e Rômulo Fróes – “Elefante” (samba)

Rômulo Fróes é um dos melhores compositores brasileiros em atividade, e essa parceria com o sambista baiano Rodrigo Campos é carregada de uma universalidade singular. Eles cantam sobre as ruas onde cresceram e viveram, mas o ouvinte consegue imaginar serem as mesmas de seu passado. As experiências retratadas ressoam, as imagens poéticas são claras e belas. Um baita disco sem firulas.

7) Unknown Mortal Orchestra – “V” (rock/pop psicodélico)

Desde o primeiro momento que postou seu primeiro single online, em 2010, a música de Ruban Nielson é um enigma. O neozelandês já lançou cinco discos sob a alcunha Unknown Mortal Orchestra, e pela primeira vez parte da equação por trás do som é aparente. As influências de música havaiana, especificamente guitarra slack key – levada ao arquipélago pelos portugueses – não são mais sugeridas, mas assumidas de fato. O psych pop com o qual a banda ficou famosa ganhou ainda mais dimensão com isso, especialmente quando o resultado é uma faixa como “I Killed Captain Cook”.

6) Young Fathers – “Heavy Heavy” (indie / soul / pop)

O trio escocês continuou sua exploração incansável contra os limites impostos pela indústria de como música negra deveria soar. Hip-hop, soul, eletrônica, indie, noise e pop são aglomerados numa combinação exuberante que mostra como no final das contas vem tudo da mesma fonte. E como as pessoas impondo barreiras são aquelas que não conseguem copiar.

5) Ana Frango Elétrico – “Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua” (pop rock)

Após uma estreia na qual explorava uma sonoridade inspirada nos anos 60, a cantora brasileira deu um pulo para o pop hedonista do final da década de 70. Ecos da fase disco de Rita Lee são presentes não só no som, mas também na capacidade da música e letras transmitirem desejo. As melhores músicas sobre amor e sexo são na realidade sobre querer aquilo ainda não disponível. O lado positivo é: todo mundo pode ter esse álbum.

4) Lonnie Holley – “Oh Me Oh My” (folk art)

Ano passado, coloquei em minha lista um disco do músico americano Jack Blount no qual ele recontextualizava música folk na forma de uma narrativa afrofuturista sobre um apocalipse com contornos bíblicos. Lonnie Holley não precisou recontextualizar nenhum cânone pois as dificuldades pelas quais passou foram um fim do mundo particular, que felizmente sobreviveu. Delinquente juvenil, ele sofreu abusos diários no reformatório para onde foi mandado aos 11 anos, num ambiente comparado por autoridades depois como um engenho operando na base da mão de obra escrava de seus detentos.

A música de “Oh Me Oh My” soa diferente da maior parte das coisas que a maioria dos ouvintes já escutou, mesmo com convidados especiais do calibre de Michael Stipe, Sharon Van Etten, Justin Vernon (Bon Iver) e a rapper Moor Mother. Ela é elemental, não primitiva, mas primordial. Ela soa como se existisse há mais tempo que tudo e todos.

3) Boygenius – “The Record” (indie rock)

Esse disco não só desperta parassocialidade em mim por causa do sentimento intenso de companheirismo e empatia das canções. Apesar que é um grande motivo para isso. Em meio a letras que exploram os lados mais sombrios da mente humana, o poder curador da amizade brilha acima de tudo. Esse grupo é formado por três das melhores compositoras dessa geração – Julien Baker, Lucy Dacus e Phoebe Bridgers – e, como a regra demanda três exemplos, elas estão o tempo inteiro tentando fazer umas às outras escangalhar na risada.

O outro motivo para eu ficar tão apegado a esse disco é como as três ainda aproveitam para condensar 30 anos de história da música indie que veio antes delas para algo imediato e visceral. “The Record” é um registro de uma amizade através da música que une pessoas fora do eixo.

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2) Sufjan Stevens – “Javelin” (indie folk)

O que antes parecia apenas a culminação de uma carreira brilhante explorando folk, música barroca e eletrônica ganhou contornos trágicos. Logo após o lançamento de “Javelin”, Sufjan dedicou o disco a Evans Richardson, seu companheiro falecido no início do ano. O cantor e compositor nunca havia discutido publicamente sua sexualidade, apesar de sua obra ter um contingente de fãs LGBTQIAPN+ considerável, atraídos pelas letras cheias de alusões aos conflitos emocionais inerentes a uma pessoa não-heterossexual crescendo num lar religioso.

As canções de “Javelin” agora ganharam com esse conhecimento uma profundidade e tristeza enorme, pois várias vezes a questão de relacionamentos, o dano que causamos uns aos outros mesmo sem perceber, mesmo sem querer fazer mal, é abordada. Acima de tudo, a homenagem de Sufjan após esse disco é apropriada pois pela primeira vez em muitos anos, ele soa como alguém confiante na própria identidade musical.

1) Anohni and the Johnsons – “My Back Was a Bridge For You To Cross” (soul)

Anhoni Hegarty sempre foi sujeita a comparações pesadas. Nina Simone era um nome jogado por críticos após seu estouro com o disco “I Am A Bird Now”, de uma maneira um tanto displicente. Digo isso não necessariamente porque não existe nenhum artista capaz de se equiparar à cantora de “Strange Fruit” (de fato não existe), mas pelo fardo que tal paralelo traz à pessoa o recebendo.

Felizmente, ao longo dos anos, a cantora anglo-americana sempre soube se estabelecer não só como uma voz singular, mas uma artista igualmente única. Seja nos discos lançados acompanhada do grupo The Johnsons ou em trabalhos solo, ela usou de gêneros musicais criados por pessoas marginalizadas – soul, jazz, disco – para jogar luz nas mesmas comunidades que hoje continuam assim.

“My Back Was a Bridge For You To Cross” soa como uma elegia aos esforços de grandes seres humanos vindos antes – a ativista trans Marsha P. Johnson estampa a capa e serve como inspiração para o nome da banda de apoio – e um pedido de desculpas. O arco da história sempre se curva na direção da justiça, mas em meio à mudança climática, Anohni canta com a tristeza de alguém que não vê tempo suficiente para isso ocorrer. As pessoas responsáveis por lhe inspirar, seja na música, arte ou até na questão de sua identidade como mulher trans, seus esforços continuam sendo questionados por conservadores focados no seu apagamento. Entretanto, esse álbum não é resignado. É triste, é zangado, porém é desafiador. Pois enquanto somos aqueles sentindo luto, não estamos mortos.

Menções honrosas

Wilco – “Cousin”: O grupo veterano continua sua renascença criativa iniciada em “Cruel Country”, revisitando a sonoridade de seus dois melhores discos, “Summerteeth” e “Yankee Hotel Foxtrot”.

V – “Layover”: Um dos integrantes do BTS mostrou personalidade na sua estreia solo ao adotar uma roupagem influenciada tanto por Chet Baker quanto lo-fi hip-hop.

Troye Sivan – “Something to Give Each Other”: Falando em k-pop, o cantor australiano parece que se inspirou na fascinação do gênero pelo deep house e na estética de grupos como SHINee para criar seu álbum mais consistente.

Carly Rae Jepsen – “The Loveliest Time”: Enquanto “The Loneliest Time” pecou por soar demais como musical da Broadway em momentos, o que deveria ser o lado B se provou pra mim mais imediato e transcendental.

The Hives – “The Death of Randy Fitzsimmons”: A melhor banda de desenho animado em carne e osso está de volta e soam completamente rejuvenescidos.

A. Savage – “Several Songs About Fire”: Vocalista e guitarrista do Parquet Courts faz um disco de término sobre se mudar de Nova York. Os conflitos e distanciamento natural que minam relações amorosas são aplicados a um homem e uma cidade. 

Yo La Tengo – “This Stupid World”: Trio de Hoboken faz seu melhor disco em ao menos uma década após encontrarem foco artístico durante a pandemia.

Squid – “O Monolith”: Quinteto inglês de pós-punk se enfurnou no estúdio de Peter Gabriel e saiu com um petardo que parece inspirado por Can, King Crimson e Radiohead. Grooves suntuosos em meio a histórias de terror sobre bruxas, objetos cotidianos terem consciência e a destruição cultural causada pelos romanos.

William Tyler and The Impossible Truth – “Secret Stratosphere”: Um dos guitarristas mais talentosos de sua geração, que havia construído uma obra fundindo country com ambient music, arranjou uma banda pra tocar esse material. Eles soam como a Allman Brothers Band tocando Neu!

So!YoON! – “Episode 1: Love”: Vocalista do grupo de indie rock coreano Se So Neon cria uma mistura cativante de R&B com noise. O disco mais sensual do ano.

Mitski – “The Land Is Inhospitable and So Are We”: Após a “guinada pop” de “Laurel Hell”, uma das maiores cantoras e compositoras da última década adotou uma sonoridade que remete ao jazz de Frank Sinatra, Nina Simone e Dory Previn, falando sobre ansiedades contemporâneas.

Jenny Lewis – “Joy’All”: Cantora americana estava flertando com o country há mais de 15 anos. Finalmente gravou um disco em Nashville com um produtor do gênero. É uma delícia.

King Krule – “Space Heavy”: Todo disco de Archy Marshall é igual e completamente diferente ao mesmo tempo. Sua música – uma combinação de jazz, punk, hip-hop e dub – parece tão maleável quanto água, e dessa vez adquirem a forma perfeita para ele discutir sua recente paternidade.

Vitor Brauer – “Tréinquinumpára 01: Maceió”: Integrante da banda nacional Lupe de Lupe deu início a um projeto solo no qual irá gravar discos em todas as capitais do Brasil com amigos locais. O primeiro capítulo, da capital alagoana, serve para ele contextualizar várias temas dele como artista junto à realidade local pós-crime da Braskem.

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Dudu Tassa & Jonny Greenwood – “Jarak Qaribak”: Guitarrista do Radiohead se une a um músico israelense de etnia árabe para regravar canções de amor do Oriente Médio. Pena que a mensagem de união desse gesto não encontra ouvidos em Israel.

WITCH – “Zango”: Banda veterana de Zamrock – movimento de rock originado na Zâmbia – lança seu primeiro trabalho em 40 anos após uma geração de colecionadores de discos fora da África descobrirem o grupo e relançarem o catálogo. Continuam potentes e contagiantes.

Wednesday – “Rat Saw God”: Grupo indie americano badalado consegue casar a sonoridade alternativa tradicional com elementos country tal qual pedal steel graças à qualidade das letras de Karly Hartzman. Ela é capaz de retratar o marasmo de viver numa cidade pequena como poucas artistas.

Empty Country – “Empty Country II”: O primeiro disco do grupo era para ser o grande retorno de Joseph D’Agostino ao mundo indie, após o fim de seu grupo anterior, Cymbals Eat Guitars. Aí veio a pandemia e cagou esse plano. Felizmente, ele usou tempo para gravar outro ótimo disco cheio de letras contendo narrativas vívidas em meio a guitarras barulhentas.

HEIHAIZI – “HEIHAIZI”: Punks croatas que fazem hardcore imundo em meio a esquetes e referências aos Beastie Boys. Nem tudo precisa ser intelectual demais. Às vezes é só uma questão de haver duas pessoas tentando fazer uma à outra dar risada.

JPEGMAFIA & Danny Brown – “Scaring the Hoes Vol. 1”: Falando em duas pessoas tentando fazer um ao outro rir… Hip-hop experimental criado com o objetivo explícito de ser o mais difícil de escutar possível. Ainda assim, o carisma dos dois artistas suplanta o quão abrasiva é a produção, resultando num disco divertidíssimo.

NewJeans – “Get Up EP”: Quinteto de K-Pop mais famoso do planeta resolveu comemorar seu aniversário de existência lançando um EP que confronta o maximalismo de seus pares com influências de jungle, drum and bass, trip hop, Aphex Twin e… funk carioca?! Tudo isso em meio a letras espertas escritas em parte pelas integrantes ainda adolescentes. O futuro é delas e o presente também.

Noname – “Sundial”

Uma das rappers mais interessantes a surgir na última década confronta a cena e a sociedade num disco tão cheio de verdades incômodas quanto versos brilhantes. Excluindo o feature do Jay Electronica, que merecia ter sido cortado do disco pelo conteúdo desnecessariamente problemático.

André 3000 – “New Blue Sun”: Um dos músicos mais lendários dos anos 90 e 2000 lançou finalmente sua estreia solo, mas ao invés de rap, ele quis tocar flauta. O que poderia ser um daqueles discos lendários de tão ruins acabou sendo uma obra contemplativa, influenciada tanto por new age, o jazz espiritual de Alice Coltrane e a música ambient de Brian Eno.

FBC – “O Amor, O Perdão e a Tecnologia Irão Nos Levar Para Outro Planeta”: O pop brasileiro há anos precisava de um cara capaz de fazer música como FBC. É um ideal platônico de música de baile.

Bar Italia – “Tracey Denim”: Banda indie inglesa com dois vocalistas que injetam muita tensão sexual na fórmula pós-punk tomando conta do Reino Unido.

Balming Tiger – “January Never Dies”: Após cinco anos lançando singles que elevaram seu perfil às alturas na Coreia do Sul, o coletivo de hip-hop finalmente lançou seu disco de estreia. O trabalho carrega o mesmo espírito onívoro dos primórdios do Gorillaz, quando o grupo quebrava todas as convenções do que significava ser artista pop.

Lê Almeida – “I Feel In The Sky”: Lenda da cena underground carioca faz um disco psicodélico super bonito após experimentos com prog, jazz e período no Built to Spill.

Knower – “Knower Forever”: Louis Cole tem talento saindo pelas orelhas, mas sua música sempre me pareceu mais piada do que arte de verdade. Nessa dupla de jazz-funk formada com Genevieve Artadi, o talento parece se sobrepor à necessidade de ser piadista, resultando num dos discos mais funky do ano.

Dandelion Head – “Blue Dream”: Existe uma cena em Los Angeles recontextualizando o yacht rock e o blue eyed soul dos anos 70 para uma nova geração. Esse disco é um excelente exemplo de como isso pode dar certo, em grande parte devido ao trabalho magistral do guitarrista Mason Stoops.

Blake Mills – “Jelly Road”: Outro nome da cena de Los Angeles, mas no caso de Mills, seu caminho hoje em dia vai por um caminho mais jazz fusion após basicamente criar a sonoridade emulada por muitos hoje em dia nos EUA. Acompanhado do compositor Chris Weisman, ele gravou algo que evoca o trabalho de Joni Mitchell em “Hejira” sem parecer uma cópia. Canções impressionistas sobre um Oeste sempre em mutação.

Detran Boys – “Infrações Levíssimas”: Gabriel Guerra faz música eletrônica através do selo 30% Foda/Maneiríssimo que sempre soa original, mesmo quando bebe bastante de influências estabelecidas.

Colin Stetson – “When we were that what we wept for the sea”: Saxofonista americano continua sua exploração das possibilidades do instrumento além de melodia ou harmonia. Ou seja, muita textura.

Water From Your Eyes – “Everything’s Crushed”: Sátira como um conceito estético musical. A dupla americana parece tirar sarro de vinte modas indie pop ao mesmo tempo, ao mesmo tempo que demonstram conhecimento enciclopédico e apreciação dessas. 

Reverend Kristin Michael Hayter – “Saved!”: O gospel tradicional americano tem duas facetas: narrativas focadas em salvação e aquelas focadas no caminho do inferno. De qualquer jeito, ambas tem uma qualidade apocalíptica inerente, pois a maioria dos cultos evangélicos no país eram obcecados com o fim dos tempos. Após seis anos lançando discos de industrial sob a alcunha Lingua Ignota, Kristin Hayter aplicou a mesma intensidade nessa exploração do fogo e enxofre cantado em igrejas.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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