O que é real e o que é inventado na série sobre Jeffrey Dahmer

Show da Netflix adaptou muitos fatos com fidelidade – mas também inventou algumas coisas

O nome de Jeffrey Dahmer, um dos serial killers mais conhecidos da história, voltou à tona graças ao seriado “Dahmer: Um Canibal Americano”, produzido e exibido pela Netflix. O show explora a vida do assassino, interpretado por Evan Peters, que é contada a partir do ponto de vista de suas vítimas.

Por mais que “Dahmer: Um Canibal Americano” tenha se inspirado nos macabros e perturbadores acontecimentos envolvendo o assassino em série e os adaptado com fidelidade, também existem alguns pontos que foram inventados, algo que normalmente acontece em outros trabalhos inspirados em fatos reais.

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E afinal de contas, o que é real e o que foi inventado em “Dahmer: Um Canibal Americano”? É o que vamos abordar a seguir. As informações são dos sites Milwaukee Journal Sentinel, IndieWire, What To Watch e Legião dos Heróis.

Atenção: spoilers de “Dahmer: Um Canibal Americano” a seguir.

Jeffrey Dahmer – fato ou fake

Konerak Sinthasomphone e a polícia

O jovem Konerak Sinthasomphone, de 14 anos, foi uma das vítimas de Jeffrey Dahmer – e talvez seja a mais famosa por conta do que aconteceu com ele.

Em um dos episódios da série, vimos que o adolescente foi encontrado desorientado na rua por um grupo de mulheres. O jovem estava neste estado por conta das ações do assassino, que tinha saído pra comprar cerveja após ter achado o garoto estava morto.

Essas mulheres – incluindo Glenda Cleveland, que já vamos abordar – chegaram a acionar a polícia, que enviou dois policiais ao local. No entanto, Dahmer logo apareceu e afirmou que Konerak era seu amante, que tinha 19 anos e que estava daquela forma por estar bêbado.

Por mais absurdo que possa parecer, os policiais deixaram Dahmer levar o adolescente de volta para seu apartamento, onde ele morreu mais tarde.

Isso, de fato, aconteceu na realidade.

Após a polícia ter descoberto quem realmente era Jeffrey Dahmer, estes dois policiais chegaram a ser suspensos e demitidos da organização, mas puderam voltar à ativa em 1994 com ajuda da justiça.

Ainda com relação ao item, também vale citar que o programa acertou ao mostrar uma incrível coincidência: três anos antes da morte de Konerak, Jeffrey Dahmer abusou sexualmente do irmão da vítima, Somsack, que tinha apenas 13 anos na época.

Glenda Cleveland vizinha de Jeffrey Dahmer?

Uma das principais mudanças que “Dahmer: Um Canibal Americano” fez tem relação com a personagem Glenda Cleveland (Niecy Nash).

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Na série, vimos que ela era vizinha de porta de Jeffrey Dahmer e escutava, pela ventilação do prédio, os horrores que aconteciam no apartamento do vizinho.

A personagem tentou alertar, várias vezes e em vão, as autoridades sobre o que acontecia no apartamento 213.

De fato, Glenda Cleveland existiu, mas morava no prédio vizinho ao que Dahmer residia. Podemos dizer que a série “transformou” Glenda em Pamela Bass, que era a vizinha de verdade do serial killer.

Jeffrey Dahmer conhecia mesmo Tony Hughes?

Quem já conferiu a série percebeu que ela deu um certo destaque para o relacionamento de Jeffrey Dahmer com Tony Hughes, um homem com deficiência auditiva que se tornou uma de suas vítimas. Eles se conheceram em um bar voltado para o público gay e mantiveram contato por tempo prolongado.

Na vida real, o assassino em série afirmou que só conheceu Tony Hughes na noite em que tirou sua vida. Mas não foi exatamente isso que testemunhas disseram para a polícia.

Uma amiga de Hughes, por exemplo, afirmou que ele e Dahmer se relacionaram por pouco mais de um ano e que, neste intervalo de tempo, chegaram a ir juntos para a casa dela em algumas ocasiões.

Já outro amigo de Hughes revelou que o assassino em série e a vítima mantiveram contato por aproximadamente dois anos antes de o crime acontecer.

Polícia realmente deixou de prender por 1º assassinato

A história da morte de Konerak Sinthasomphone soa absurda, mas a polícia já havia dado outra bola fora e poderia ter evitado que Jeffrey Dahmer tirasse mais vidas.

Em um dos episódios de “Dahmer: Um Canibal Americano”, após Dahmer ter matado sua primeira vítima e colocado seus restos mortais em sacos de lixo, ele é parado por policiais por direção perigosa. No entanto, conseguiu se safar e foi liberado para seguir caminho.

Acredite se quiser, mas isso ocorreu de fato. O próprio Jeffrey Dahmer confirmou o episódio em depoimentos após sua prisão.

Flebotomista, mas não bebia sangue

O show mostrou que na época em que Jeffrey Dahmer trabalhou como flebotomista  – o profissional responsável por colher amostras de sangue -, o serial killer tinha o hábito de beber o sangue que coletava de algumas pessoas.

Com relação a este fato, podemos dizer que a série acertou em algumas partes, mas inventou em outras.

Dahmer, de fato, trabalhou temporariamente como flebotomista. Só que por mais que o serial killer tenha praticado canibalismo com suas últimas vítimas, ele não tinha esse costume de beber o sangue coletado de pacientes durante a época em que tinha esse emprego.

Na realidade, o serial killer confessou que chegou a provar uma amostra de sangue que coletou por curiosidade, mas não transformou isso em um hábito.

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Ron Flowers quase vítima

Ron Flowers é uma pessoa que pode afirmar ter escapado do instinto assassino de Jeffrey Dahmer.

A série acertou ao mostrar como os dois se conheceram: o carro de Ron quebrou na estrada, Dahmer o avistou e decidiu lhe dar uma carona para casa.

O assassino chegou a dopá-lo, como era seu costume, mas desistiu de matá-lo com receio de não conseguir carregar o corpo – Flowers pesava pouco mais de 113 quilos.

A série só cometeu um pequeno deslize ao retratar Flowers como uma pessoa um pouco mais esbelta. Além disso, não explorou o fato de que o homem acordou no dia seguinte, no hospital, sem se lembrar de nada.

Tracy Edwards responsável pela prisão

Tracy Edwards foi o responsável, mesmo que indiretamente, pela prisão de Jeffrey Dahmer. Afinal, ele conseguiu fugir do apartamento do assassino em série e alertou a polícia, que pouco tempo depois, descobriu tudo que acontecia naquele local.

Podemos dizer que “Dahmer: Um Canibal Americano” acertou ao mostrar que, em determinado momento, Dahmer exibiu “O Exorcista” para Edwards, algo que realmente aconteceu naquele dia.

No entanto, houve um certo exagero ao exibir que para fugir do apartamento, Edwards teve de abrir “várias” fechaduras. Fotos tiradas no local pelos policiais mostraram que a porta tinha apenas duas.

O testemunho de Rita Isbell

A reta final da produção retratou o julgamento de Jeffrey Dahmer, o que reforçou sua fama como assassino, necrófilo e canibal em todo o planeta. Um dos momentos mais marcantes foi o testemunho de Rita Isbell, irmã de Errol Lindsey, uma das últimas vítimas do assassino.

Em um determinado momento, Rita começa a gritar com Dahmer e diz ao assassino: “eu te odeio, filho da p***”. Em seguida, tentar partir para cima do serial killer antes de ser contida por seguranças.

A série da Netflix retratou este momento com uma fidelidade impressionante. A atriz DaShawn Barnes, intérprete de Rita, não deixou passar nem mesmo os movimentos feitos pela Rita Isbell de verdade.

Confira abaixo.

O assassino de Jeffrey Dahmer

Jeffrey Dahmer morreu em 28 de novembro de 1994, após ser espancado na prisão por um detento chamado Christopher Scarver, que também matou outro prisioneiro do local ao mesmo tempo, chamado Jesse Anderson.

Scarver, que ainda cumpre prisão perpétua por conta de um assassinato, usou uma barra de ferro para atacar Dahmer e Anderson. O serial killer até chegou a ser levado ao hospital com vida, mas morreu no local.

Assim como a série exibiu em seu episódio final, Scarver realmente acreditava ser uma reencarnação de Deus e chegou a afirmar que tinha milhões de anos de idade.

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Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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