A história de Jeffrey Dahmer, serial killer que inspirou série da Netflix

Assassino morto em 1994 tirou a vida de 17 pessoas e costumava guardar os crânios de suas vítimas

Quem tem algum interesse em conhecer a história de assassinos em série que ficaram famosos, com certeza já leu ou assistiu algo a respeito de Jeffrey Dahmer. O serial killer ganhou fama por ter tirado a vida de diversas pessoas durante anos e seu costume de guardar os restos mortais de suas vítimas.

A vida do assassino em série, que já foi explorada em diversos trabalhos para o cinema, agora também é retratada pelo seriado “Dahmer: Um Canibal Americano”. A produção da Netflix traz o ator Evan Peters no papel principal.

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Atenção: o texto a seguir pode ter descrições consideradas perturbadoras dos crimes de Jeffrey Dahmer. Não continue a leitura caso isso possa lhe despertar qualquer gatilho.

https://www.youtube.com/watch?v=getE-JuEOUE

Origem de Jeffrey Dahmer

Jeffrey Lionel Dahmer nasceu em 21 de maio de 1960, na cidade americana de Milwaukee, filho de um instrutor de teletipo (uma antiga máquina de escrever) e uma estudante de química.

Não existe um consenso a respeito de como foi a infância de Dahmer. Algumas fontes afirmam que o serial killer foi negligenciado pelos pais quando criança, enquanto outras afirmam o oposto: a de que seria mimado pelo pai e mãe.

Independente desta questão, a casa de Dahmer estava cercada de problemas: sua mãe tinha depressão, um histórico de discussões com o marido e vizinhos e até mesmo uma tentativa de suicídio. Já seu pai começou a ficar pouco tempo em casa depois que começou os estudos em uma universidade.

Jeffrey Dahmer era descrito como uma criança calada e teve de fazer uma cirurgia para corrigir uma hérnia dupla com apenas três anos. Além disso, desenvolveu um interesse por animais mortos – especialmente pelos ossos e esqueletos.

Jeffrey Dahmer em 1978
Jeffrey Dahmer em 1978

O serial killer logo passou a coletar insetos e o esqueleto de animais, especialmente aqueles que eram mortos na beira de estradas. Na mesma época, pediu ao pai – que acabou por se formar em química – que o ensinasse como poderia preservar ossos.

Em entrevista ao programa do apresentador Larry King, o pai do assassino, Lionel, confessou que o filho era, de fato, uma criança mais quieta. No entanto, admitiu que se soubesse o que estava para acontecer, teria tomado uma atitude.

“Se eu soubesse que ele pegava animais mortos na beira de estradas, teria feito algo imediatamente, teria interferido. Não ignorem a timidez, as coisas podem estar fermentando naquela jovem cabeça. Não era muito ligado nessas coisas, nós homens não aprendíamos a ser psicólogos.”

Personalidade e juventude

Assim que entrou no ensino médio, Jeffrey Dahmer começou a beber bastante, chegando a dizer que o álcool era um “remédio” para colegas. Apesar de seus professores afirmarem que ele possuía um grande potencial acadêmico, suas notas eram consideradas apenas medianas.

Foi durante a adolescência que Jeffrey Dahmer descobriu ser homossexual, mas não contou nada aos pais, e chegou a se relacionar com outro garoto. Após ser preso por seus crimes, admitiu que, nesta época, começou a fantasiar com a dominação de outros homens, o que envolvia até mesmo um desejo de dissecar seus corpos.

Dahmer concluiu o ensino médio em 1978, mesmo ano em que seus pais se divorciaram amigavelmente, e optou por permanecer morando com a mãe e o irmão mais novo. Ele até tentou fazer uma faculdade na área de negócios, mas abandonou o curso pouco meses depois por conta de seu alcoolismo.

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No ano seguinte, em 1979, o assassino chegou a se alistar no exército americano por um pedido de Lionel. Porém, foi dispensado em 1981, também por conta de seus problemas com o álcool.

Ao longo dos anos, teve diversos empregos: trabalhou em uma loja de sanduíches, como flebotomista e em uma fábrica de chocolate. Também passou alguns anos desempregado.

O primeiro assassinato

Jeffrey Dahmer cometeu seu primeiro assassinato semanas após concluir o ensino médio. Em 18 de junho de 1978, se interessou sexualmente pelo mochileiro Steven Hicks após vê-lo andando sem camisa e o convidou para tomar algumas cervejas em sua casa.

O assassino em série matou Hicks após acertá-lo com um peso de academia para desacordá-lo e o estrangulou até a morte. Dahmer praticou necrofilia com o corpo da vítima, além de dissecá-lo e enterrá-lo no quintal de casa.

Apesar deste primeiro assassinato, na maior parte dos anos 1980, Jeffrey Dahmer teve uma vida comum. Após sua dispensa do exército, Lionel o mandou morar com a avó, pois era a única pessoa com a qual o filho demonstrava ter um pouco mais de afeto.

Mesmo com a mudança, o assassino ainda tinha seus problemas com bebidas e passou a fumar, além de ter sido preso duas vezes por exposição indecente e comportamento inadequado.

Por volta de 1985, o serial killer passou a frequentar bares e saunas voltadas para o público gay. Segundo o próprio assassino, eram locais que o deixavam relaxado.

O serial killer volta à ação

Jeffrey Dahmer cometeu seu segundo assassinato apenas em novembro de 1987. Ele conheceu um homem chamado Steven Tuomi em um bar.

A intenção de início era sedá-lo para se aproveitar sexualmente dele. No entanto, ao acordar no dia seguinte, Dahmer notou que havia tirado a vida de Tuomi, apesar de ter afirmado que não se lembrava do que aconteceu na noite anterior.

Foi a partir desta morte que Jeffrey despertou seu instinto de assassino e não parou mais. Ele tirou a vida de mais três jovens homens, com idades entre 14 e 24 anos, até o final dos anos 1980.

O serial killer tinha como costume levar suas vítimas para casa e desacordá-las com algum medicamento, normalmente misturado com alguma bebida. Depois, as estrangulava ou injetava ácido ou água fervente em seus crânios para matá-las.

Após notar que a vítima tinha morrido, Dahmer praticava atos de necrofilia com os corpos e costumava guardar partes deles, com destaque para os crânios e corações.

https://www.youtube.com/watch?v=7qJo0tIOAWo

Episódios de canibalismo

Em 1990, Jeffrey Dahmer teve de se mudar para um apartamento após um pedido da avó, que não aceitava mais seu estilo de vida. Foi neste local que ele tirou a vida de 12 de suas 17 vítimas oficiais.

Não demorou muito para Dahmer cometer seu primeiro assassinato na nova residência: uma semana após se mudar, matou um homem chamado Raymond Smith. Um dia depois da morte, o serial killer comprou uma câmera Polaroid para tirar fotos da vítima.

Com o passar das mortes, além de engajar em necrofilia com suas vítimas, ele também passou a praticar canibalismo e a guardar pedaços de corpos em sua geladeira e freezer. Também comprou um tambor para dissolver restos mortais em ácido.

Ao canal de TV A&E, o psicólogo forense Eric Hickley deu sua explicação para o fato de Dahmer ter passado a se alimentar com os restos mortais de suas vítimas.

“Canibais costumam ser pessoas inseguras e não conseguem ter um relacionamento comum. Alimentar-se de suas vítimas dá a eles uma sensação de poder, já que a vítima nunca poderá deixá-los. Eles não estão interessados em ver suas vítimas sofrendo, como Ted Bundy (outro assassino em série famoso), ou em sadismo. Eles apenas querem acesso ao corpo.”

Prisão e julgamento

Os dias de serial killer de Jeffrey Dahmer terminaram em 22 de julho de 1991. Nesta data, ele tentou convencer três homens a irem para seu apartamento. Um deles, Tracy Edwards, aceitou a proposta.

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Após ser ameaçado por Dahmer, Edwards aproveitou um momento de distração do assassino e conseguiu fugir do local. Ele logo encontrou dois policiais na rua e pediu ajuda.

Os oficiais foram até o apartamento do homem. Após encontrarem as fotos tiradas por sua máquina Polaroid e perceberem que se tratavam mesmo de pessoas, decidiram detê-lo. O assassino tentou resistir à prisão e ainda teria dito a seguinte frase:

“Eu deveria estar morto pelo que fiz.”

Jeffrey Dahmer em 1991
Jeffrey Dahmer em 1991

Posteriormente, a polícia encontrou diversos restos mortais na geladeira e quarto de Jeffrey, como crânios, torsos, corações e os órgãos sexuais de suas vítimas. Dentro do tambor mencionado anteriormente, o assassino estava dissolvendo os restos mortais de três de suas vítimas mais recentes.

Nos dias subsequentes, Dahmer foi entrevistado por dois detetives e confessou seus crimes. De acordo com o livro “The Shrine of Jeffrey Dahmer”, ao ser questionado por ter aumentado consideravelmente o número de vítimas antes de sua captura, disse o seguinte:

“Era um incessante desejo sem fim de estar com alguém, a qualquer custo. Alguém bonito, de boa aparência. Isso preenchia meus pensamentos o dia inteiro.”

Dahmer também revelou aos detetives que pretendia construir um altar para deixar os crânios preservados de suas vítimas. Também segundo o livro, explicou por que tomou essa decisão:

“Seria um lugar em que poderia me sentir em casa. Se isso (a prisão) tivesse acontecido seis meses mais tarde, é isso que teriam encontrado.”

O julgamento de Dahmer começou em janeiro de 1992. Sua defesa alegou que o cliente foi diagnosticado com os seguintes transtornos mentais: transtorno de personalidade borderline, eranstorno de personalidade esquizotípica e psicose.

No entanto, os promotores julgaram que ele, apesar destes diagnósticos, era legalmente são e estava ciente de seus crimes. O assassino acabou condenado à prisão perpétua, sem qualquer possibilidade de liberdade condicional.

A morte de Jeffrey Dahmer

Em seu primeiro ano detido, o assassino em série teve de ficar na famosa “solitária” por questões de segurança. Passado este tempo, foi para uma cela comum, na companhia de outros presos.

Nesta época, pediu para ter uma cópia da Bíblia em mãos e se converteu ao cristianismo, chegando a ser batizado.

Jeffrey Dahmer foi morto em 28 de novembro de 1994, após ser atacado com uma barra de metal por Christopher Scarver, colega que tinha esquizofrenia e cumpria prisão perpétua por conta de um assassinato cometido em 1990.

O serial killer até chegou a ser socorrido com vida, mas morreu pouco tempo depois. Ele desejava ser cremado, sem qualquer tipo de cerimônia, e teve o pedido concedido. Suas cinzas foram compartilhadas entre seus pais.

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Augusto Ikeda
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Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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