Warlock e Doro são a mesma banda, garante Doro Pesch

Cantora alemã contou como perdeu o nome original ao ser enganada por um antigo manager que o registrou

O Warlock vivia seu melhor momento com o lançamento do quarto álbum, “Tirumph and Agony” (1987). À época, a formação já tinha se alterado bastante, embora o posto de frontwoman fosse de Doro Pesch desde o começo. Porém, quando tudo parecia se encaminhar para o estouro definitivo, algo aconteceu.

Em entrevista ao That Metal Interview, transcrita pelo Blabbermouth, a cantora alemã recordou como tudo aconteceu. Porém, já deixou algo esclarecido de saída: apesar de o nome ter se alterado, a essência segue a mesma.

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Ela disse:

“Warlock e Doro, para mim, são a mesma coisa. Tivemos problemas com o nome original por muito tempo, mas depois de 20 anos, recuperei os direitos. Nosso ex-empresário, já falecido, também era nosso representante comercial. Nos anos 80 vendíamos muitas camisetas e merchandising. Um dia ele falou: ‘Ei, vocês sabem, temos que proteger nosso nome para o caso de ninguém mais batizar uma banda como Warlock ou algo assim.’ Ele se comprometeu a registrar para nós. Demos os passaportes para que fizesse isso.”

O roubo do nome Warlock

Então, se mostrando surpreendentemente inconfiável, o manager protagonizou um “sequestro”.

“Fizemos uma longa turnê pela Europa com o Dio. E então, de repente, meu empresário americano disse: ‘Doro, preciso falar com você. Há algo realmente sério.’ E eu pensei: ‘Ah, não.’ Odeio quando as pessoas dizem isso. O álbum estava indo bem, fazendo muito sucesso. Estávamos em turnê com meu cantor favorito, Ronnie James Dio.’ Mas ele contou: ‘Seu empresário alemão foi embora.’ Simplesmente tinha se mandado. Achei que provavelmente havia algo acontecendo, mas quando você está em turnê, sendo um músico, não pode simplesmente cancelar. Decidi resolver depois. Então, excursionamos com Ronnie James Dio pela Europa e depois com o Megadeth na América do Norte.”

Porém, a situação ficou feia de vez quando chegou a hora do disco seguinte.

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“Estava preparando a continuação de ‘Triumph And Agony’. Tudo estava realmente indo bem em estúdio. Pensamos: ‘Oh, cara. Este será um grande álbum novamente.’ Ótimas vibrações, ótimas músicas. De repente, recebemos uma carta de um advogado dizendo que não poderíamos mais usar o nome Warlock.’ Pensamos: ‘Ei, é o nosso nome. Claro que usaremos.’ Imprimimos pôsteres e gravamos o álbum. Até que nos avisaram: ‘Se virmos mais uma vez o pôster com o nome Warlock, abriremos um processo e vocês terão que pagar 50 mil dólares’, ou algo assim.”

Doro, a banda

A saída foi aceitar o rumo das coisas e seguir em frente. Assim, o Warlock saía de cena e entrava a banda Doro.

“A gravadora sugeriu: ‘Bem, que tal chamarmos a banda de Doro?’ Porque eles não estavam interessados em ter outro nome de banda. Disseram que se fosse para recomeçar do zero que fosse como Doro. A ideia era que, quando tudo se resolvesse, usaríamos Warlock novamente. Mas levou 20 anos. O manager alemão foi para a Turquia e, antigamente, não havia internet nem telefones celulares. Você não conseguia contatá-lo.”

A coisa só mudou mais tarde e de forma trágica.

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“Um jornalista me ligou da revista Aardschok, da Holanda. Ele disse: ‘Doro, tenho novidades para você. Seu empresário foi morto.’ E eu pensei: ‘É sério?’ Ele disse: ‘Sim, ele foi envenenado’. Então, nada foi realmente resolvido com aquele cara. Mas recuperei os direitos do nome 20 anos depois.”

Apesar de ter o recuperado, a cantora manteve o nome Doro, já bastante difundido na cena rock/metal.

Sobre Doro Pesch

Aos 16 anos, Dorothee Pesch contraiu tuberculose e quase morreu. Enquanto internada, prometeu que lutaria para realizar seu sonho de cantar caso saísse do hospital. Sua primeira banda se chamava Snakebite. O grupo chegou a gravar uma demo, mas nunca obteve projeção.

Com o Warlock, lançou quatro discos e foi a primeira mulher a se apresentar no Monsters Of Rock, em Donington, Inglaterra, no ano de 1986. A escolha por seu nome para seguir a carreira foi uma opção legal, evitando conflitos com o manager que detinha os direitos sobre o nome da banda. Em 2011, Doro readquiriu a propriedade intelectual, voltando a usá-lo para shows.

Desde os anos 1990, reside em Nova York, Estados Unidos. Apesar da mudança de território, seu maior público continua na Europa, onde se apresenta nos principais festivais.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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