Yes sentia estar em competição com Genesis e ELP, admite Steve Howe

Guitarrista explica que disputa era alimentada pela própria banda, que se via como superior às outras: "éramos muito esnobes"

O rock progressivo vivenciou seu auge na década de 1970. Bandas como Yes, Genesis e Emerson, Lake & Palmer (ELP), entre outras, conseguiram furar a bolha e fazer sucesso mesmo com um tipo de som que não era exatamente comercial.

Curiosamente, o guitarrista do primeiro grupo citado, Steve Howe, admite atualmente que ele e seus colegas sentiam estar em uma espécie de competição com os outros dois nomes. A situação era geral, envolvendo todas as atrações do subgênero, mas ocorria especialmente com o Genesis e o ELP.

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A confissão surgiu em 2020, durante entrevista ao Ultimate Classic Rock. O assunto veio à tona depois que o entrevistador revelou que o tecladista do Genesis, Tony Banks, mencionou adorar o “The Yes Album”, disco lançado pelo Yes em 1970. Em seguida, o jornalista perguntou se Howe gostava dos álbuns do Genesis.

“Não sei se devo ser honesto, mas acho que o Yes tinha uma característica muito britânica que ninguém admite: éramos muito esnobes. Você conhece essa palavra? É usada na América? Talvez usada sobre britânicos?”

Em seguida, o guitarrista admitiu que o Yes nunca se permitiria ser influenciado pelo Genesis.

“A menos que seja só eu, mas acho que se você perguntar a outros membros do Yes em uma situação honesta, eles devem concordar com esse mesmo ‘crime’. Éramos assim particularmente com o ELP.”

Yes vs. ELP

Ainda durante a entrevista, Steve Howe comentou que essa sensação relacionada ao ELP ocorria porque eles realmente admiravam Keith Emerson, Greg Lake e Carl Palmer.

“Eles eram incríveis! Mas não ouvíamos muito deles porque se começássemos a tocar daquele jeito, estaríamos perdidos.”

Definindo esse pensamento como “muito egoísta”, o músico comentou que o Yes “queria pensar em si mesmo como a banda de rock definitiva dos anos 70”. Aos risos, é claro.

“Não éramos assim porque éramos bons – era por sermos incrivelmente bons. Espero que, ao publicar isso, você coloque as minhas risadas ocasionais, para que possam ver como estou dizendo isso.”

Steve Howe e a confiança juvenil

Falando de forma um pouco mais séria, o músico destacou que há uma “confiança juvenil” divertida no período de auge do Yes.

“A determinação e a direção musical eram tão boas, com Bill (Bruford) tocando bateria, Chris (Squire) no baixo, Tony Kaye (tecladista) sendo incrível e Jon Anderson cantando. Poder entrar naquele ‘The Yes Album’… havia uma química incrível ali. Achávamos que éramos melhores que os outros (risos). Não iríamos bancar os líderes de torcida do Genesis.”

Por fim, Howe pontuou que deu várias risadas enquanto respondia à pergunta porque não sabe se outros colegas são tão honestos a respeito de seus egos.

“Aprendemos ao longo dos anos que só há uma coisa a oferecer a outros músicos: o máximo respeito. Você sabe que é difícil. Suavizamos muito em ‘Tales From Topographic Oceans’ (1973), mas seguimos e nos reinventamos em ‘90125’ (1983). Todos nos sentimos livres de que o Yes era a banda definitiva de rock, pois tentamos criar outras bandas definitivas no lugar daquela.”

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

2 COMENTÁRIOS

  1. Cresci ouvindo essas bandas para mim não há nada melhor continuo ouvindo porque são da melhor qualidade, comecei com 14 ou 15 anos estou com 63, adoro Yes, Gênesis, ELP, Pink Floyd, Led Zeppelin, Deep Purple Black Sabbath, etc. Abraços a todos.

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