As músicas mais constrangedoras do Pink Floyd, segundo Richard Wright

Tecladista escolheu suas contribuições ao álbum “A Saucerful of Secrets” (1968) para o nada honroso posto

O afastamento forçado de Syd Barrett trouxe duas consequências principais ao Pink Floyd. A primeira foi o fato de a banda ter que lidar com a ausência de seu líder e idealizador. Coube a Roger Waters assumir a linha de frente, não sem ter hesitado – da mesma forma que todos os seus colegas, David Gilmour (voz e guitarra), Richard Wright (teclados) e Nick Mason (bateria).

A segunda se deu no aspecto sonoro. A psicodelia foi dando lugar a um som mais elaborado e profundo. Alguns diriam se tratar de rock progressivo. Outros entendem que o som do Pink Floyd passou a ser… Pink Floyd, sem outras rotulações. Porém, foi um longo caminho até a identidade ser forjada.

- Advertisement -

Até por isso, não surpreende o fato de Richard Wright, falecido em 2008, ter escolhido duas músicas da fase transitória como as mais constrangedoras que gravou com a banda. Tratam-se de “Remember a Day” e “See-Saw”, ambas do álbum “A Saucerful of Secrets” (1968).

Leia também:  O único momento de prazer dos Beatles na era “Let It Be”, segundo Ringo Starr

Em depoimento à biografia que leva o mesmo nome do disco, lançada em 1991 – e resgatada pelo Showbiz CheatSheet –, o músico disse:

“Elas são uma espécie de constrangimento. Acho que não as ouvi novamente desde que gravamos. Foi um processo de aprendizagem. Ao escrever essas músicas, descobri que não sou um letrista, por exemplo. Mas você tem que experimentar para se dar conta. As letras são terríveis, simplesmente terríveis. Mas também, muitas outras daquela época o eram.”

Pink Floyd e “A Saucerful of Secrets”

Segundo álbum completo do Pink Floyd, “A Saucerful of Secrets” foi registrado antes e após o período em que Syd Barrett saiu, incluindo o curto espaço de tempo em que o grupo foi um quinteto, com David Gilmour e Syd Barrett nas guitarras. Música mais conhecida do trabalho, “Set the Controls for the Heart of the Sun” foi a única em que todos tocaram na gravação.

O produtor Norman Smith registrou a bateria em “Remember A Day”. A Stanley Myers Orchestra participou de “Corporal Clegg” e a International Staff Band, sessão de metais do Exército da Salvação, tocou em “Jugband Blues”.

Leia também:  Vocalista do Jet fez teste para o AC/DC na década passada; saiba como foi

A capa foi a primeira feita pela Hipgnosis, iniciando icônica parceria. Antes, os Beatles haviam sido a única banda da gravadora EMI a conseguir permissão para usar artistas externos no processo.

“A Saucerful Of Secrets” chegou ao 9º lugar da parada britânica, onde conquistou disco de prata.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioCuriosidadesAs músicas mais constrangedoras do Pink Floyd, segundo Richard Wright
João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

5 COMENTÁRIOS

  1. Não concordo com essa ideia de ter virado um som mais elaborado… A sonoridade do Piper at the gates é bem elaborada, posso dar muitos exemplos como os riffs marcantes (interestellar, lucifer sam), partes que beiram a improvisação (que pegava muito do jazz),, uso de música concreta (como em bike), solos dificieis (como take the sthetoscope ou matilfa mother), uso de instrumentos nao convencionais (chapter 24, flaming), em agumas partes uso de ritmos de ninar (algo nada comum na época), uso de distorções na guitarra, um teclado sublime e colorido, a melhor bateria do Floyd,uma baita combinação do teclado com a guitarra, letras perfeitas que rivalizam com grandes nomes da literatura inglesa, um baixo bom, em um momento que o waters tinha que garantir isso,e.t.c. É meu disco preferido, mas independente disso, não acho justo essa visão de considerar como se fosse um som menos elaborado. O som do floyd com o syd é mais sintético, mesmo em músicas longas como interestellar, nunca vai ter minutos de uma mesma ideia se repetindo sem muito novo, como às vezes acontece no floyd posterior (como em pigs 3 differents e shine on, por exemplo, ou mesmo um pouquinho em us and then). Além disso, no floyd com o syd em muitas partes a guitarra e o som em si é mais rápido, o que para muita gente acostumada com o gilmour causa estranhamento. O floyd posterior fez várias obras primas também, mas é diferente, não uma evolução.
    Em relação às músicas mencionadas pelo richard, remember a day é uma linda música, já see saw é o ponto fraco do saucerful, a letra é ruim (tentou imitar o barrett sem chegar perto), e o som, ao contrario do que acontecia quando o barrett tocava, extremamente repetitivo.

  2. Remember a Day foi uma das músicas que mais escutei na minha adolescência quando comprei o LP! Ela é quase uma música pop nos dias de hoje! E a letra não é tão constrangedora assim… O Rick parece que tinha uma falsa modéstia hehe… See-saw já parece uma tentativa dele de fazer algo mais experimental, estilo Sid. É mais estranha e difícil de entender.
    Uma coisa interessante é que quando escutava Remember a Day sempre imaginava o Nick tocando a bateria! Parece que a informação que não era ele quem tocou na gravação não foi colocada na capa. Pelo menos não me lembro.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades