U2 mira na reinvenção e acerta na inconsistência em “Songs of Surrender”

Movida a tentativa e erro, contraparte sonora à autobiografia do vocalista Bono alterna bons momentos com outros que são pura esquisitice

  • Leia mais sobre:
  • U2

A premissa — reimaginar as 40 faixas que dão nome aos capítulos de “Surrender”, autobiografia do vocalista Bono publicada em 2022 — até que é bacana, mas com 2h46min de duração, “Songs of Surrender”, o novo trabalho do U2, não é álbum para se ouvir de uma só vez.

Tampouco é para se ouvir mais de uma vez; pelo menos em sua totalidade. Isso porque as livres interpretações majoritariamente acústicas dadas por Bono, The Edge (guitarra), Adam Clayton (baixo) e Larry Mullen Jr. (bateria) a algumas de suas faixas mais icônicas, parafraseando um ex-chefe de Estado brasileiro, são muitas vezes chochas, capengas, mancas, anêmicas, frágeis e inconsistentes.

- Advertisement -

Por um lado, “Desire” é arruinada pela interpretação em falsete doloroso de ouvir, “Stay (Faraway, So Close!)” soa como uma elegia de tão fúnebre e “Electrical Storm” é despojada da sensualidade relutante da original. Já outras, como “Who’s Gonna Ride Your Wild Horses”, “Ordinary Love” — o tempo há de lhe conferir sua devida importância — e “I Will Follow” funcionam bem no formato; talvez por não terem sido submetidas a mudanças estruturais extremas.

Leia também:  Mr. Big anuncia novo álbum “Ten” para julho

Falando em mudanças extremas, dois hinos tiveram suas letras atualizadas por aqui: “Bad” e “Walk On”. Esta segunda, ao ganhar o subtítulo “(Ukraine)”, adquiriu também um caráter antiguerra — ou deveria dizer anti-Rússia? — ao referenciar em seus versos reescritos Volodymyr Zelensky e a resiliência do povo ucraniano. Uma vez politizado, sempre politizado.

Como todo e qualquer lançamento do U2, banda que uma parcela considerável de roqueiros ama odiar, “Songs of Surrender” será mais um a carregar o selo “não ouvi e não gostei”. Mas quem o ouvir, ainda que pingado, provavelmente irá se render a pelo menos parte das tentativas.

Ouça “Songs of Surrender” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

U2 — “Songs of Surrender”

Disco 1 – The Edge

  1. One
  2. Where The Streets Have No Name
  3. Stories For Boys
  4. 11 O’Clock Tick Tock
  5. Out Of Control
  6. Beautiful Day
  7. Bad
  8. Every Breaking Wave
  9. Walk On (Ukraine)
  10. Pride (In The Name Of Love)
Leia também:  Vocalista do Epica, Simone Simons anuncia single solo “Aeterna”

Disco 2 – Larry

  1. Who’s Gonna Ride Your Wild Horses
  2. Get Out Of Your Own Way
  3. Stuck In A Moment You Can’t Get Out Of
  4. Red Hill Mining Town
  5. Ordinary Love
  6. Sometimes You Can’t Make It On Your Own
  7. Invisible
  8. Dirty Day
  9. The Miracle Of Joey Ramone
  10. City Of Blinding Lights

Disco 3 – Adam

  1. Vertigo
  2. I Still Haven’t Found What I’m Looking For
  3. Electrical Storm
  4. The Fly
  5. If God Will Send His Angels
  6. Desire
  7. Until The End Of The World
  8. Song For Someone
  9. All I Want Is You
  10. Peace On Earth

Disco 4 – Bono

  1. With Or Without You
  2. Stay
  3. Sunday Bloody Sunday
  4. Lights Of Home
  5. Cedarwood Road
  6. I Will Follow
  7. Two Hearts Beat As One
  8. Miracle Drug
  9. The Little Things That Give You Away
  10. 40

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Facebook | YouTube.

ESCOLHAS DO EDITOR
  • Leia mais sobre:
  • U2
InícioLançamentosU2 mira na reinvenção e acerta na inconsistência em “Songs of Surrender”
Marcelo Vieira
Marcelo Vieirahttp://www.marcelovieiramusic.com.br
Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades