Roger Waters diz que sua versão de “Dark Side” indica mais o conceito

Em vídeo, músico também afirmou que regravação é mais reflexiva; chamado de "The Dark Side of the Moon Redux”, projeto sai em outubro

Em comemoração aos 50 anos do álbum “The Dark Side of the Moon”, clássico lançado pelo Pink Floyd, Roger Waters decidiu regravar o projeto, como revelou em fevereiro. Inicialmente programado para maio, o trabalho sairá no dia 6 de outubro sob o nome de “The Dark Side of the Moon Redux”.

Até o momento, o artista já divulgou a sua releitura de “Money” e uma prévia do que parece ser a versão reimaginada da transição entre “Brain Damage” e “Eclipse”. Também anunciou dois shows no teatro The London Palladium, em Londres, na Inglaterra, nos dias 8 e 9 de outubro para celebrar e performar o disco.

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Diante desse contexto e da curiosidade dos fãs perante a regravação, Waters postou um vídeo no YouTube, dando detalhes acerca do projeto. Conforme transcrição do site Ultimate Guitar, o músico, primeiramente, justificou o lançamento. 

“Esse disco realmente merece uma reimaginação. Simplesmente porque a mensagem resistiu ao tempo, o conceito resistiu ao tempo e é uma coisa muito importante. Isso precisava ser expressado e a regravação parecia uma ótima maneira de comemorar os 50 anos da versão original dessa obra que sobreviveu.”

Depois, contou que o intuito do “The Dark Side of the Moon Redux” não é substituir o álbum original, e sim, complementá-lo. Em suas palavras, a nova roupagem é mais próxima do conceito pensado para o disco em 1973 – o que espera impactar o público de maneira positiva.

“A nova gravação é mais reflexiva, eu acho, e indica mais o que era o conceito do disco. É uma reinterpretação e espero que possamos ganhar mais com ela do que ganhamos em 1973, quando foi lançado. As pessoas precisam ouvi-lo antes de formarem uma ideia do que é. Estou muito orgulhoso e espero que seja um ponto de encontro para as pessoas, não apenas as pessoas que gostam de música, mas as pessoas que gostam do amor e da vida.”

Ainda em fevereiro, o jornalista Tristram Fane Saunders, do The Telegraph, teve acesso ao material e explicou que a grande mudança são partes de spoken word por cima das faixas instrumentais, com Roger Waters declamando poemas. “Breathe”, por exemplo, foi reimaginada com um groove mais lento. “Money”, já divulgada, ganhou tons mais graves e uma influência country.

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Ao mesmo veículo, Roger declarou ter feito a regravação do material por ter sido o compositor. Autor do conceito, ele é creditado como responsável sozinho de todas as letras. Já a parte musical foi concebida de forma dividida: Roger fez três canções por conta própria e coassinou outras duas.

“Eu escrevi ‘The Dark Side of the Moon’. Vamos nos livrar desse negócio de ‘nós’. Claro que nós éramos uma banda, tinham quatro de nós, todos contribuímos – mas é meu projeto e fui eu que escrevi.”

Na mesma época, para o jornal alemão Berliner Zeitung, o músico refletiu a respeito da regravação:

“Esse novo conceito tem a intenção de refletir sobre o significado do trabalho e trazer à tona o coração e a alma do álbum, musical e espiritualmente. Eu sou o único cantando as músicas nessas novas gravações e não há solos de guitarra de rock and roll.”

Roger Waters explica projeto

A notícia da regravação dividiu os fãs, com muitos entendendo que as eternas discordâncias de Roger Waters para com seus antigos colegas o tenha instigado a tomar tal decisão. Porém, o próprio garante não ter sido essa a motivação. Em postagem nas redes sociais no último mês de março, o músico falou sobre como surgiu a ideia.

“Quando gravamos músicas da minha carreira de forma simplificada durante as Lockdown Sessions, o 50º aniversário do lançamento de ‘Dark Side of The Moon’ estava surgindo no horizonte. Ocorreu-me que o álbum poderia muito bem ser um candidato adequado para uma reformulação semelhante, em parte como uma homenagem ao trabalho original, mas também para abordar novamente a mensagem política e emocional dele.

Eu discuti isso com Gus (Seyffert, produtor) e Sean (Evans, cineasta). Quando paramos de rir e gritar ‘Você deve estar louco’ um com o outro, decidimos levar adiante. Estamos agora no processo de finalização da mixagem. Ficou muito bom e estou animado para que todos ouçam. Não substitui o original que, obviamente, é insubstituível. Mas é uma maneira de um homem de 79 anos olhar para trás, através dos 50 anos intermediários, nos olhos do homem de 29 anos e dizer, citando um poema meu sobre meu pai: ‘Fizemos o nosso melhor, mantivemos sua confiança, nosso pai teria ficado orgulhoso de nós’. E também é uma maneira de homenagear uma gravação da qual Nick, Rick, Dave e eu temos todo o direito de nos orgulhar.”

Pink Floyd e “The Dark Side of the Moon”

Oitavo álbum de estúdio do Pink Floyd, “The Dark Side of the Moon” é seu trabalho mais bem-sucedido, com cerca de 45 milhões de cópias vendidas mundialmente. Permaneceu 741 semanas consecutivas na parada norte-americana, entre 1973 e 1988.

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O material foi desenvolvido em performances ao vivo, com boa parte sendo executada nos palcos antes mesmo das gravações. Foi concebido como um trabalho conceitual focado nas pressões enfrentadas pela banda e os problemas de saúde mental do ex-membro Syd Barrett, que deixou o grupo em 1968.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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