Black Pantera comenta críticas por tocar no mesmo festival que o Pantera

Postura controversa de Phil Anselmo e uso da bandeira confederada por parte do grupo americano fez banda brasileira ser questionada por aceitar dividir palco

A banda mineira Black Pantera, conhecida por suas postura antirracista, revelou ter sido alvo de críticas por ter se apresentado no Knotfest Brasil 2022 no último dia 18 de dezembro no Anhembi. O motivo? A presença do tributo ao Pantera.

Durante uma aparição no Superplá Podcast, apresentado por João Gordo, a banda falou sobre sua participação no festival. O baterista Rodrigo “Pancho” Augusto disse:

“A gente sofreu muita crítica, porque a gente foi convidado pra tocar no Knotfest de última hora. Aí os caras: ‘Como assim vocês vão tocar no mesmo festival que o Pantera vai tocar?’. Cara, a gente tem que tocar.”

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O baixista Chaene da Gama brincou ter visto no Twitter pessoas apostando se teria briga entre o Black Pantera e os americanos. Para quem não sabe, o Pantera é alvo de críticas desde os anos 90 por causa do hábito do vocalista Phil Anselmo em fazer discursos supremacistas brancos, além de ter realizado um gesto nazista durante um show em 2016.

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Chaene disse que a participação dos americanos no festival o motivou a se posicionar:

“Acabou que nesse dia a gente tocou e a primeira coisa que falei, já cheguei: ‘white power é o car#lho!’. Eu não vi o Pantera. Eu vi o camarim e decidi dar a volta. Teve gente falando: ‘vocês não querem conhecer o Pantera?’. Eu falei: ‘não quero conhecer de jeito nenhum, cê tá doido?!’.”

Black Pantera era fã de Pantera

Segundo o guitarrista e vocalista Charles Gama, os integrantes eram fãs da banda até descobrirem esse elemento.

“Eu cresci escutando Pantera. Sério, escutei Pantera pra car#lho. Todos os álbuns do Pantera eu escutei. Só que depois disso aí, deu uma amargura muito grande. Porque a gente começou a entender muito a parada da banda, dos confederados, um monte de coisa acontecendo…”

O Pantera, que nasceu no Texas, também é conhecido por exibir a bandeira confederada, símbolo dos estados sulistas dos EUA que tentaram se separar do resto do país por causa da abolição da escravatura no país. Atualmente, a imagem é usada por grupos supremacistas brancos.

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Chaene falou ainda como a população negra no Brasil não tem acesso a esse tipo de informação: 

“O preto no Brasil, em geral, não conhece a história como é. Teve um apagamento. Um apagamento histórico, cultural, apropriação. Então muitas das informações você não acaba sabendo. A gente só foi saber da Guerra de Secessão, dos confederados, muito depois. O cara tava com a bandeira dos estados que queriam continuar escravizando. Eles lutaram até a morte para continuar escravizando.”

Sobre o efeito que essa informação a respeito do Pantera teve, Chaene não mediu palavras:

“Eu nunca mais escutei. Na hora do show do Pantera, eu fui embora.”

Confira abaixo o trecho da entrevista do Black Pantera no Superplá Podcast.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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