Universal Music pretende retirar catálogo do TikTok e revela razão

Em resposta, rede social afirma que gravadora colocou "sua própria ganância acima dos interesses dos seus artistas e compositores"

O TikTok virou uma ferramenta importante para os músicos. É por meio da rede social — composta sobretudo por vídeos curtos — que muitas músicas, recém-lançadas ou antigas, viralizam com trends e áudios remixados e adquirem sucesso. No entanto, a gravadora Universal Music pretende retirar o seu catálogo da plataforma em breve. 

Em comunicado, a companhia anunciou que seu contrato de licenciamento com o TikTok expirou nesta quarta-feira (31). Até o momento, as negociações para renovar a parceria não deram certo. 

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Isso porque a UMG alega que há três questões críticas envolvendo a rede social: remuneração dos artistas e compositores, inteligência artificial desenfreada e segurança dos usuários. Sendo assim, é possível que faixas de Taylor Swift, The Weeknd, Green Day, Metallica, Rolling Stones, U2, Justin Bieber, Coldplay, Adele, Post Malone, entre outros, saiam da rede em breve.

Comunicado da Universal Music

A respeito da remuneração aos cantores, a gravadora acredita que a quantia paga não é justa quando comparada ao valor oferecido por outras plataformas e ao alcance do TikTok. Por isso, declarou na nota divulgada:  

“O TikTok propôs pagar nossos artistas e compositores com um valor que é apenas uma parte da quantia oferecida pelas principais plataformas. Atualmente, o ganho gerado pelo TikTok corresponde apenas a 1% da nossa receita total, o que funciona como indicativo de quão pouco o TikTok recompensa os artistas e compositores, apesar de sua enorme e crescente base de usuários, receita de publicidade e grande quantidade de conteúdo baseado em música. Basicamente, o TikTok está tentando construir um negócio baseado em música sem pagar o valor justo por isso.” 

A Universal Music também alega que a rede social estimula a criação de conteúdos gerados por inteligência artificial, sem considerar os riscos da prática aos músicos e, inclusive, os prejudicando diretamente. 

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“O TikTok está permitindo que a plataforma seja inundada com áudios gerados por IA, assim como desenvolvendo ferramentas para promover e incentivar a criação de música com IA na própria plataforma. Em seguida, está exigindo um direito contratual que permita que esse conteúdo interfira nos royalties para artistas reais, em uma ação que basicamente signifca patrocinar a substituição de artistas por IA.”

Por fim, de acordo com a gravadora, a rede social não demonstra cuidado com os usuários, já que não filtra ou exclui boa parte do conteúdo ilegal ou problemático publicado. Além disso, não aceitou quaisquer soluções propostas pela UMG quanto à questão.  

“O TikTok não faz esforço para lidar com as grandes quantidades de conteúdo em sua plataforma que infringem a música de nossos artistas e não ofereceu soluções significativas para a crescente onda de problemas de anúncios indevidos, muito menos para a onda de discurso de ódio, intolerância, bullying e assédio na plataforma. Mas quando propusemos que o TikTok tomasse medidas semelhantes às de nossos outros parceiros para tentar resolver essas questões, nos responderam com indiferença e depois com intimidação.”

Diante de todo contexto, a Universal Music afirma que, como forma de intimidação, o TikTok removeu faixas dos “artistas em desenvolvimento” da companhia. Para a gravadora, a atual tática da rede social é “usar o poder de sua plataforma para prejudicar artistas vulneráveis e tentar nos intimidar a ceder a um negócio ruim que subestima a música e prejudica artistas e compositores, bem como seus fãs”. 

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Resposta do TikTok

O TikTok respondeu às acusações também em comunicado. Em defesa, a plataforma diz ter negociado com todas as outras gravadoras, colocando as necessidades dos artistas em primeiro lugar. Ainda afirma que a Universal Music demonstrou arrogância durante o processo e que não há uma preocupação real da companhia com o futuro de seus agenciados.

“É triste e decepcionante que o Universal Music Group tenha colocado a sua própria ganância acima dos interesses dos seus artistas e compositores. Apesar da falsa narrativa e retórica da Universal, o fato é que eles optaram por abandonar o poderoso apoio de uma plataforma com mais de milhões de usuários que serve como um meio gratuito de divulgação e descoberta dos seus talentos. O TikTok conseguiu chegar a acordos de colocar o artista em primeiro lugar com todas as outras gravadoras e editoras. Claramente, as ações egoístas da Universal não atendem aos melhores interesses dos artistas, compositores e fãs.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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