A polêmica música que o Pearl Jam não quis mais tocar ao vivo

Protesto contra o governo Bush acabou saindo do repertório após estrondosas vaias durante show no Texas

Os atentados de 11 de setembro de 2001 desencadearam uma série de reações do governo americano. Liderado por George W. Bush, o país começou a atacar o Oriente Médio de forma desenfreada.

A justificativa era a guerra contra o terrorismo. Porém, muitos viram que o objetivo principal era bem mais ganancioso. Assim, inúmeros artistas começaram a expor as suas opiniões.

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Uma dessas bandas foi o Pearl Jam, que sempre fez questão de registrar seus manifestos. O álbum “Riot Act” (2002) contava com a faixa “Bu$hleaguer”. Conforme recordado ao documentário “Twenty” (em transcrição do Far Out Magazine), o guitarrista Stone Gossard explicou o objetivo do vocalista Eddie Vedder.

“Ed queria dar a sua opinião sobre o assunto e queria fazê-lo de uma forma antagônica.”

Deixando clara a posição, quando a banda tocava ao vivo, o cantor frequentemente aparecia usando uma máscara de Bush, vestido com um terno pin-up e tragando um cigarro. No papel do líder narcisista do mundo livre, o show culminaria com Vedder empalando a máscara no pedestal do microfone e deixando o cigarro pendurado entre os lábios do rosto.

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Porém, nem sempre o objetivo foi alcançado, chegando até mesmo a gerar problemas. Como recorda o baixista Jeff Ament:

“Estávamos tocando em um estádio no Texas. Cerca de três quartos da multidão nos vaiou. Isso realmente irritou alguns membros da banda, tipo, ‘nunca mais queremos tocar essa música’.”

Mesmo que a banda tenha passado pelo set com bastante coragem, Mike McCready reconheceu não ter se sentido tão seguro quando estava no palco.

“Lembro que havia um xerife na primeira fila e ele estava, tipo, me mostrando seu distintivo. Quer dizer, esta foi provavelmente uma das piores épocas da história americana, na minha opinião.”

Reação do Pearl Jam às vaias

Apesar da multidão ter saído ou gritado em desaprovação, Eddie Vedder recebeu bem as vaias, pensando que a banda deveria ser capaz de suportar o ridículo tanto quanto poderia aceitar a adoração dos fãs. Ament reconheceu um aprendizado.

“Isso nos ensinou que não há problema em expressar sua opinião e a não ter medo de ser vaiado de vez em quando. Está tudo bem.”

Outros manifestos do tipo

Vale citar que vários foram os manifestos do tipo no período. Durante o Ozzfest 2004, o Black Sabbath projetava uma imagem de Bush no telão com nariz de palhaço. Ainda havia outra que o colocava ao lado de Hitler com a frase “same sh*t, different a**holes”. Esta última acabou sendo retirada após alguns shows, talvez pelo mesmo motivo do Pearl Jam.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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