Roger Waters não entende críticas por figurino em show: “faço há 40 anos”

Ex-integrante do Pink Floyd se incomodou com polêmica criada agora, visto que ele faz tais performances há quatro décadas

O uso de imagens e figurinos associados com nazismo durante um show em Berlim, em meio a acusações de antissemitismo, criaram uma polêmica enorme para Roger Waters. Diante disso, o músico não parece disposto a se calar.

O ex-integrante do Pink Floyd voltou a falar sobre o assunto em entrevista ao portal Double Down News (via Rock Celebrities). Na ocasião, discutiu os elementos alvos de crítica no espetáculo “This is Not a Drill”, com o qual passará pelo Brasil no fim do ano.

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“Faço isso há 40 anos – 40 anos. Entre quase todo ano entre 1980 e agora, eu faço partes desse show (inspirado em ‘The Wall’). Por que agora? Por que de repente pessoas começariam a falar: ‘ele está usando uma réplica de uniforme nazista no palco’, ‘ele obviamente está glorificando o Terceiro Reich e nazismo’, ‘ele está fazendo isso como parte de sua atitude geral, que é ele odiar judeus’? Em tudo quanto é lugar no mundo ocidental, tudo: ‘Roger é antiasemita, glorifica nazismo vestindo um negócio’.”

Waters se exalta ao declarar que, mesmo ao subir seu tom de voz, ficou bastante decepcionado com tudo o que aconteceu.

“Nem dá para acreditar! Não se engane. Eu posso estar gritando e posso parecer poderoso ou sei lá, mas eu ainda estou bem chateado. Eu não acredito que estejam tentando fazer isso comigo. Digo, claramente dá pra ouvir na minha voz, estou chateado demais de ser chamado dessas coisas. Isso é profundamente, profundamente insultante não só pra mim, mas para minha família, particularmente minha mãe e meu pai.”

Defesa de crítico

A parte do espetáculo que é alvo dessa polêmica toda mostra Roger Waters, na verdade, criticando o nazismo. Uma das pessoas apontando isso é Alex Skolnick, guitarrista do Testament que já fez críticas ao ex-Pink Floyd no passado. No Twitter, ele afirmou:

“Odeio defender RW esses dias, mas; 1) É fato que isso é um segmento de ‘The Wall’, do Pink Floyd, que critica fascismo, funciona em contexto, tem sido apresentado há décadas sem incidente e o álbum foi co-produzido por quem minha família chamaria de um bom garoto judeu, Bob Ezrin…2) Não, isso não desculpa as besteiras que RW tem falado recentemente (Pro-Putin, Assad, etc.), e existem muitas razões legítimas para criticar ele. Porém, por favor, deixem ‘The Wall’ fora disso (e se você ficou ofendido com isso, não leia a letra de ‘In the Flesh’).”

O figurino de Roger Waters

Durante a performance, como é de praxe há anos, Roger Waters usou uma roupa inspirada no uniforme dos soldados nazistas para a execução da música “In the Flesh”. Ainda que tenha vestido tais peças como crítica ou sátira, é proibido fazer alusão a imagens, símbolos e gestos nazistas na Alemanha, independentemente do contexto e, por isso, ele está sendo investigado pela polícia alemã. 

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Outros pontos de crítica estiveram relacionados à presença de um porco inflável com diversos símbolos, incluindo a Estrela de Davi, no palco e à menção no telão a Anne Frank. A jovem judia teve seu diário popularizado em todo o mundo ao relatar como sua família se escondia do regime nazista até que foram encontrados, levados a campos de concentração e executados. Ela foi citada por Waters junto à jornalista palestina Shireen Abu Akleh, assassinada pelo exército israelense em maio do ano passado, aos 51 anos, enquanto cobria os conflitos na Faixa de Gaza. Na ocasião, a profissional estava identificada como imprensa; mesmo assim, foi alvejada. Investigações da ONU levaram aos autores do crime.

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No show seguinte ao de Berlim, realizado em Frankfurt, Roger fez um discurso de seis minutos onde negou ser antissemita e explicou o contexto daquela performance visual – que foi retirada no evento em questão.

“Esse é um assunto delicado e significa muito para mim por várias razões diferentes. No começo da segunda metade do show, nós tocamos duas músicas de ‘The Wall’. São duas músicas da parte que, em 1979, quando eu escrevi a bagaça, escrevi como uma sequência teatral na qual me vestia como um semi-deus. Um semi-deus meio nazista.”

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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