Como Glenn Hughes foi parar no Black Sabbath sem querer

Ex-integrante do Deep Purple não queria ter feito parte da banda; colaboração seria para álbum solo de Tony Iommi

Durante passagem pelo Brasil nos anos 1990, Glenn Hughes externou para quem quisesse ouvir a seguinte frase: “eu cantando no Black Sabbath é como se o Prince cantasse no Sepultura”.

Com o passar do tempo, o vocalista e baixista amenizou as impressões, tendo inclusive retomado a parceria musical com Tony Iommi. No entanto, sempre deixou claro que a ideia inicial era participar de um álbum solo do guitarrista e líder da banda. Os planos mudaram repentinamente, fazendo de “Seventh Star” (1986) um disco do Sabbath, e toda a situação ficou confusa.

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O atual frontman do The Dead Daisies relembrou o período em entrevista ao In The Trenches With Ryan Roxie. Conforme transcrito pelo Blabbermouth, ele declarou:

“(‘Seventh Star’) Seria um disco solo de Tony para 1985. Eu, meu querido amigo Ronnie James Dio e Rob Halford, entre outros, gravaríamos um par de faixas cada. Fui o primeiro a ir até o Cherokee Studios, em Hollywood. Ele pediu que voltasse no dia seguinte e continuamos. Acabei sendo o único cantor.”

Tony Iommi e Glenn Hughes em 1986

Tudo seguiria conforme os primeiros planos, até que o pai de Sharon Osbourne, então desafeto da filha, esposa e empresária de Ozzy Osbourne, mudou os planos com apoio da gravadora.

“Após a última música, Don Arden e a Warner sugeriram que o projeto se chamasse Black Sabbath featuring Tony Iommi. Assim nasceu ‘Seventh Star’.”

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Glenn Hughes, Black Sabbath e Tony Iommi

Ainda durante a entrevista, Glenn Hughes deixou claro que sua breve passagem pelo Black Sabbath foi marcada por problemas. O vocalista e baixista lidava com o vício em drogas e não estava em sua melhor forma.

“Foi um período difícil para mim, era uma época em que estava mudando meu estilo de vida. Estar na banda não era algo que desejava, só queria ajudar Tony. De qualquer modo, curti trabalhar com ele, tanto que gravamos novamente décadas mais tarde.”

Após meia-dúzia de shows e problemas que culminaram com agressões e seu nariz quebrado por conta de uma briga com o tour manager John Downing, o artista se afastou de vez.

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Uma década depois, a amizade com Tony Iommi foi reatada e a dupla gravou dois discos juntos usando o sobrenome do guitarrista – como deveria ter sido lá nos anos 1980. “The 1996 DEP Sessions” (2004) e “Fused” (2005) foram aclamados pelos fãs.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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