Filhinhos da mamãe? Por que Lemmy Kilmister não curtia os Rolling Stones

Frontman do Motörhead não gostava da atitude dos Stones na década de 60, enquanto considerava os Beatles como "homens duros"

A pergunta é uma das mais velhas da história da música moderna: Beatles ou Rolling Stones? Para Lemmy Kilmister, a resposta era bastante óbvia.

O saudoso frontman do Motörhead, que nos deixou em 2015, não nutria muita simpatia por Mick Jagger e seus companheiros. Já sua visão do Fab Four de Liverpool, mesmo sendo talvez um pouco diferente do habitual, era bem mais positiva.

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Os Beatles, por Lemmy Kilmister

As preferências de Lemmy Kilmister a respeito dos gigantes da década de 1960 estão registradas em sua autobiografia, “White Line Fever”. O livro foi lançado originalmente em 2004.

Inicialmente, ele destacou que John, Paul, George e Ringo eram muito mais “casca grossa” do que parecia. E só não carregavam tanto essa imagem por culpa do empresário, Brian Epstein.

“Os Beatles eram homens duros. Brian Epstein os suavizou para que a massa os consumisse, mas eles eram tudo menos frescos. Eles eram de Liverpool, que é como Hamburgo ou Norfolk, Virgínia – uma cidade dura, à beira do mar, com todos esses estivadores e marinheiros por aí o tempo todo, que te dariam uma surra se você piscasse para eles. Ringo veio do Dingle, que é como a p*rra do Bronx.”

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Rolling Stones filhinhos da mamãe?

Já em relação aos Rolling Stones, Lemmy tinha uma impressão bem pior. Ele até os admirava musicalmente, tanto que o Motörhead fez um cover de “Sympathy for the Devil” para o álbum final da banda, “Bad Magic” (2015).

Porém, a postura da veterana banda de rock o incomodava. Por isso, na comparação com os Beatles, ele tinha uma predileção certeira pelos Fab Four.

“Os Rolling Stones eram filhinhos da mamãe – eram estudantes de colégio do subúrbio de Londres. Eles foram passar fome em Londres, mas por escolha, para dar a si próprios uma aura de desrespeito.

Eu gostava dos Stones, mas eles não estavam nem perto dos Beatles – nem pelo humor, nem por originalidade, nem pelas músicas, nem pelas apresentações. Tudo o que eles tinham era Mick Jagger dançando. Sendo honesto, os Stones fizeram grandes discos, mas eles sempre foram uma m**da ao vivo, enquanto os Beatles eram bons.”

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

2 COMENTÁRIOS

  1. Gosto muito da coluna e seus comentários, gostaria de lhe dar uma sugestão, se permite, faça uma com o Uriah Heep, uma das melhores bandas de Hard dos anos 70, mas pouco conhecida por aqui.
    Ken Hensley pra mim era um gênio
    Desde já agradeço

  2. Como diria o grande Romario: esse Sr calado é um poeta. Sempre abriu a boca pra falar besteira e entrar em polêmica. Stones ao vivo era uma merda? Então conta pra nós qual o álbum ao vivo preferido dos Beatles? “Os caras eram duros pq vieram de lugares de pessoas que ralam”. FDS! O mérito é musical e não pessoal. Os Stones moldaram o rock e os Beatles foram um fenômeno comercial pop. Não a como comparar as duas bandas musicalmente. Jerry Cantrel já veio a falar que a postura de frontman se deu com a presença de Jagger frente aos Stones, riffs foram reinventados com a forma de Brian e Keith de compor, e se não fosse pelos Stones, o mundo não conheceria Jimi Hendrix. Então, é questão de gosto. Gosto mais de riffs do que do Os boleros dos Reis do Ieieiê.

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