A carreira de Flea, baixista do Red Hot Chili Peppers, como ator

Lista de trabalhos do músico nos cinemas e TV é grande – e inclui uma das trilogias mais queridas das telonas

Todo fã de rock sabe que Michael Peter Balzary, o Flea, é baixista e membro fundador do Red Hot Chili Peppers. O que muita gente pode não se lembrar – incluindo os fãs do grupo – é que o músico também tem uma interessante carreira como ator.

Pode-se dizer que a empreitada de Flea nos cinemas e TV está longe de ter o mesmo impacto de seu trabalho como baixista no RHCP. O motivo é evidente: suas atuações se tratam, em sua maioria, de papéis de menor importância ou participações especiais.

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De qualquer forma, a lista de filmes e séries que contam com a participação do baixista é grande e inclui até mesmo uma das trilogias mais famosas e queridas das telonas.

Abaixo, confira um pouco mais da carreira de Flea como ator.

O início de Flea como ator

A carreira de Flea como ator coincide com o início dos trabalhos do Red Hot Chili Peppers. Sua primeira aparição nas telonas ocorreu no filme “Suburbia”, lançado em 1984, um ano após a formação da banda. Na obra, o músico interpretou um punk chamado Razzle e foi creditado como “Mike B. The Flea”.

Em entrevista à GQ, Flea foi perguntado sobre a ocasião em que envergonhou uma pessoa durante a noite estreia de um filme. O músico confirmou que se tratava da première de “Suburbia” e que se arrepende do que fez.

“Existiu uma cena tensa com um ator, eu estava bêbado com um amigo meu e gritei algumas coisas durante o filme que o insultavam, e eu o magoei. Ele estava lá com a mãe e a família durante o que deveria ser uma grande noite para ele. Sempre me senti um c… sobre isso e sempre quis me desculpar com ele.

Em um momento, disse: ‘eu tenho de encontrá-lo e me desculpar’. Comecei a procurá-lo e aí, descobri que ele estava morto. Se suicidou. Esse é a vida.”

Em 1986, não apenas o próprio baixista, mas seus colegas de Red Hot Chili Peppers fizeram uma rápida aparição no filme “Os Skatistas”. A grande estrela era o ator Josh Brolin, que gravava apenas o segundo longa de sua carreira.

“De Volta Para o Futuro”

Após participar de mais alguns títulos, o baixista deu vida a um de seus personagens mais famosos: no segundo e terceiro filmes da trilogia “De Volta Para o Futuro”, o baixista interpretou o personagem Douglas J. Needles.

No segundo longa, o personagem envolve o protagonista Marty McFly, na sua versão do futuro, em que negócio obscuro que resulta na demissão do personagem de Michael J. Fox.

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Já na terceira obra, após McFly retornar para o presente, a versão jovem de Needles tenta tirar um racha com protagonista, que opta por não participar. A decisão o faz escapar de sofrer um acidente que complicou sua vida no futuro.

No entanto, apesar de este ser um dos seus personagens mais famosos, Flea já revelou, em uma entrevista para a organização de mídia VPRO, que não gostou de sua atuação e nem mesmo do segundo filme da trilogia.

“Quero dizer, não gostei muito do filme e não fiquei feliz com meu desempenho também. Basicamente, é um lixo multimilionário.”

Em 2011, para a Rolling Stone, o músico explicou o motivo de não ter atuado como gostaria no segundo filme da franquia.

“Eu estava em turnê quando filmei isso. Estávamos tocando em casas de shows menores na época e tive que viajar para bem longe para fazer as cenas. Dormi umas duas horas na noite anterior. Então, fizemos tudo em um dia e eu tive que viajar de volta para as turnês na mesma noite. É minha lembrança. Apenas um borrão. E perdi um suéter que minha avó fez para mim em algum momento da viagem. Acho que só vi esses filmes quando saíram. Depois, nunca mais.”

O restante da carreira de Flea como ator

Os anos 1990 também foram interessantes para a carreira de Flea como ator. O músico fez algumas aparições em filmes famosos da década em questão.

Em 1991, o baixista participou de “Garotos de Programa”, drama protagonizado por Keanu Reeves e River Phoenix. Já no ano de 1994, ele participou de “Rotação Máxima”, filme de ação, comédia e romance estrelado por Charlie Sheen, que também teve a presença de Anthony Kiedis, o vocalista do Red Hot Chili Peppers.

Em 1998, foi a vez de aparecer em alguns dos longas mais famosos que foram lançados no ano em questão: “Medo e Delírio”, “O Grande Lebowski” e o remake do clássico “Psicose”, de Alfred Hitchcock.

Neste mesmo ano, o baixista também passou a dublar o personagem Donnie, da animação “Os Thornberrys”, exibida pelo canal Nickelodeon.

Entre o final dos anos 1990 e 2000, era hora de dar um tempo na atuação, com opção mantida por apenas fazer algumas dublagens e participar de documentários. Ele só voltou a participar de um filme em 2014: “Low Down”, cinebiografia sobre Joe Albany. O artista também foi o produtor executivo, junto de seu colega Anthony Kiedis.

Para o site Grantland, o baixista explicou por que decidiu voltar a atuar em “Low Down”.

“O roteiro chegou na minha casa um dia e me disseram que era um filme de jazz. Eu cresci com o jazz. Para mim, é a grande marca da cultura americana – nem tanto o jazz contemporâneo, mas o jazz dos anos 1920 até os anos 1970. É a história de uma garota que cresceu em Hollywood nos anos 1970 com um parente que é músico de jazz e drogado.

Fui lendo o roteiro e comecei a rasgar as páginas. Minha mente começou a explodir conforme eu lia, por que cresci na Hollywood dos anos 1970 com um parente músico de jazz e drogado (Flea está falando de seu padrasto, Walter Urban). Era tão parecido com minha história que não acreditava. Aquilo foi ressoando em mim de uma maneira profunda. E eu pensei: ‘vou fazer de tudo pra aparecer neste filme’.”

Desde então, ele voltou a aparecer em mais alguns filmes, com destaque para “Em Ritmo de Fuga” (no original, “Baby Driver”).

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Recentemente, Flea participou de dois episódios da série “Obi-Wan Kenobi”, protagonizada pelo famoso Jedi da saga “Star Wars” e exibida pelo Disney+. No show, o baixista deu vida a Vect Nokru, líder de uma gangue de caçadores de recompensas.

Como Flea se tornou ator

Também para o Grantland, Flea explicou como foi parar no universo da atuação.

“Eu tocava em uma banda de punk rock chamada Fear e eles eram bem mais velhos que eu. Ela (se referindo a Penelope Spheeris, a diretora de “Suburbia”) era amiga deles e foi jantar um dia na casa do vocalista. Ela pensou que eu era o garoto do outro lado da rua ou algo do tipo. Começamos a conversar e nos demaos bem, e ela me pediu para participar do filme dela. Uma coisa levou à outra e ela arrumou o papel para mim.”

Por fim, na mesma entrevista, o músico também explicou o motivo de fazer trabalhos apenas esporádicos como ator e como e quando decide atuar novamente.

“Quando algo aparece e é interessante e eu tenho tempo, eu faço. Neste ponto da minha vida, tenho de acreditar naquilo que eu quero fazer. Não é apenas algo como: ‘atuar é divertido’. Se pessoas que respeito estão em um projeto no qual acredito, estou dentro, se o tempo permitir. Mas eu não fico por aí procurando trabalhos de atuação.”

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Augusto Ikeda
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Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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