As decisões que mais fizeram o Anthrax perder fãs, segundo Scott Ian

Guitarrista consegue enxergar os erros que colocaram a existência da banda em risco, mas não se arrepende de nenhum deles

Das quatro bandas pertencentes ao chamado Big Four do thrash metal, o Anthrax foi a que conseguiu números menos expressivos. Estima-se que a banda tenha vendido 10 milhões de discos mundialmente — o que é uma excelente contagem para um grupo de som pesado, mas fica abaixo do que obtiveram Slayer, Megadeth e especialmente Metallica.

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Algumas decisões tomadas pelo grupo ao longo da carreira podem ajudar a explicar essa situação. Em entrevista de 2021 ao NFR Podcast de Robb Flynn (Machine Head), transcrita pelo Ultimate Guitar, o guitarrista Scott Ian reconheceu quais teriam sido as escolhas que mais fizeram sua banda perder fãs.

Flynn, que é amigo de Ian e dividiu palcos com ele ao longo da carreira, foi o responsável por puxar o assunto. O frontman do Machine Head disse que em determinado momento da década de 1990, o Anthrax “deixou de tocar para 7 mil pessoas para reunir 400 fãs por show”. Ele ainda relatou que o guitarrista já dizia na época que havia “tomado algumas decisões erradas”.

Hoje com uma visão mais amadurecida sobre o tema, Scott disse: “Nunca senti que precisava direcionar a culpa para outro lugar”. Em seguida, ele citou que a saída do vocalista Joey Belladonna, em 1992, foi uma das causas para a perda de público.

“Nem todo disco será como ‘Among the Living’ (1987). Ainda acho que ‘Sound of White Noise’ (1993, primeiro álbum com John Bush no vocal) é um dos melhores que já fizemos, mas não sou cego ou ignorante de achar que não perdemos metade do nosso público quando Joey saiu.”

Pouco antes do rompimento com Belladonna, outra iniciativa do Anthrax deixou os fãs bem divididos: a parceria com o Public Enemy na música “Bring the Noise”, de 1991.

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“Sei que muita gente odiou ‘Bring the Noise’. E a gente não só gravou e lançou, como também promovemos a música em turnê. Aposto que perdemos uma grande parte do nosso público na época, pois isso ‘não era metal’. Não sou cego.”

Mas o guitarrista deixou claro que o grupo tomou todas as decisões “de olhos abertos, sabendo dos riscos e disposto a tentar a sorte”.

“Era o que queríamos em termos criativos. Nunca pedirei desculpas por isso. Ao mesmo tempo, admito que, sim, ferramos com tudo. Cometemos erros, mas quando você está nessa, você precisa seguir seu coração.”

Big Four salvou Anthrax

Ainda durante a entrevista, Scott Ian apontou que a realização da turnê do Big Four, reunindo Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax, permitiu que sua banda continuasse na ativa.

O período anterior à tour representou enorme instabilidade para o grupo, com um verdadeiro vai-e-vem de vocalistas. Joey Belladonna, John Bush e Dan Nelson revezaram o microfone em curtas passagens entre os anos de 2005 e 2010, ano em que a excursão teve início.

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Calhou de Belladonna, cantor considerado “clássico” da banda, ter retornado de vez à vaga quando a turnê começou. O elogiado álbum de reunião, “Worship Music”, foi lançado um ano depois, em 2011. E enxergar o Anthrax como uma banda estável na época em que voltaria a tocar em grandes arenas foi como uma “salvação” para os envolvidos.

“É fácil falar sobre o fim dos anos 1990 e todo o período dos anos 2000 até o Big Four. Quando o Big Four aconteceu em 2010, aquilo foi, em muitas formas, o que permitiu o Anthrax seguir em frente. Para todos os efeitos, a banda deveria estar morta em 2007. Após a reunião com Joey e Dan (Spitz, guitarrista) em 2005 e 2006, não seguimos em frente e não fizemos um álbum com aquela formação. A banda deveria ter acabado ali. Mas quando Charlie (Benante, baterista) me mandou os riffs que se transformaram no disco ‘Worship Music’ (2011), achei que ainda tínhamos algo a dizer.”

O Anthrax é uma das atrações do Summer Breeze Brasil, festival que acontece em 26, 27 e 28 de abril, no Memorial da América Latina, em São Paulo. A banda se apresenta no terceiro e último dia.

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Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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