No fim das contas, “Top Gun” é um filme gay? Entenda a teoria

Suposição foi iniciada em monólogo de Quentin Tarantino e ganhou adeptos ao longo dos anos; produtor e co-roteirista já comentaram tese

Quem é cinéfilo de carteirinha já deve ter ouvido falar da seguinte teoria: o clássico “Top Gun: Ases Indomáveis”, lançado em 1986 e que ajudou a impulsionar a carreira de Tom Cruise nas telonas, seria um filme gay.

Mas afinal de contas, como esta história surgiu? Ela faz mesmo sentido? E o que seus produtores pensam sobre o assunto?

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Um lado pra lá de curioso desta história é que o grande responsável por fazer esta teoria ganhar força foi ninguém mais, ninguém menos que Quentin Tarantino, diretor de clássicos como “Pulp Fiction” e “Kill Bill”.

Se você não conhecia essa teoria sobre “Top Gun”, vamos explicar abaixo como Quentin Tarantino deu o pontapé para esta conversa, o que seus defensores afirmam e as opiniões de dois envolvidos com a clássica obra: o produtor Jerry Bruckheimer e do co-roteirista Jack Epps Jr.

A teoria de que “Top Gun” é um filme gay

Em 1994, anos antes de a internet se popularizar no mundo todo, Quentin Tarantino fez uma rápida aparição no filme ‘Vem Dormir Comigo”. A obra narra um triângulo amoroso envolvendo um casal e um amigo deles.

Em uma cena do filme, Tarantino aparece conversando em uma festa. É neste momento que seu personagem insinua que Top Gun seria um filme gay, e explicou o motivo. Ele começa:

“Você sabe qual é um dos maiores roteiros já escritos em Hollywood? ‘Top Gun’. É a história de um homem que luta contra sua própria homossexualidade. É isso! ‘Top Gun’ é sobre isso, cara.”

Em seguida, complementa:

“Tem o Maverick (personagem de Tom Cruise), certo? Ele está no limite. E você tem o Iceman (personagem de Val Kilmer) e seu grupo. Eles são gays, eles representam os homens gays, certo? E eles estão dizendo (para Maverick): ‘vá, vá para o lado gay, vá para o lado gay’, certo? Ele pode ir por ambos os caminhos.

E sobre a Kelly McGillis (intérprete de Charlotte Blackwood, interesse amoroso de Maverick)? Kelly McGillis é a heterossexualidade. Ela diz: ‘não, não, não, não, não, vá pelo caminho normal, jogue com as regras’. (…) É isso que acontece durante todo aquele filme.”

Você pode conferir a cena no vídeo abaixo:

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A ideia de Quentin Tarantino se espalha

Pronto: bastou este monólogo para a teoria ganhar força – e convencer muita gente que logo passou a acreditar nela.

Para sustentá-la, seus adeptos citam algumas cenas de “Top Gun”. Uma delas é o jogo de vôlei, em que a edição deu bastante foco nos corpos dos pilotos. Outra passagem é a famosa cena do vestiário, com muitos deles aparecendo apenas de toalha.

A teoria não poupou nem mesmo a própria Charlotte Blackwood. Por exemplo, o apelido da personagem em Top Gun, que é “Charlie” (nome geralmente atribuído a homens), teria sido proposital justamente para reforçar a suposta temática.

Ainda dentro das insinuações, há a cena em que ela flerta com Maverick no elevador. Charlotte teria colocado um boné de propósito justamente para parecer um homem e conquistar o coração do protagonista com mais facilidade, segundo a teoria.

A opinião de Jerry Bruckheimer e Jack Epps Jr.

Em entrevista para a Vulture, na época em que “Top Gun” comemorou 35 anos de lançamento, Jerry Bruckheimer logo desmentiu essa teoria de que o filme seria gay. Também afirmou, por outro lado, que o público tem a liberdade de interpretá-lo como quiser.

“Quando você faz um filme, as pessoas podem interpretá-lo da maneira que quiser e ver coisas que os produtores não tinham ideia de que estavam gravando. Então, ficamos surpresos quando vemos algo, falado ou escrito, sobre os filmes que fazemos e não teve contexto para os produtores ou com o que queriam fazer. E ainda assim, tem uma relevância para elas, porque as pessoas acreditam nisso.”

Jack Epps Jr., também partilha do mesmo pensamento de Jerry Bruckheimer. Ao Yahoo, ele declarou:

“Não escrevemos (o roteiro) com isso em mente. Mas vejo que podem interpretá-lo desta forma.”

Além disso, Epps Jr. enxerga “Top Gun” como um filme que aborda outra temática, que pode nem ter passado pela cabeça de muita gente.

“É, na verdade, um filme sobre esportes. Éramos (mencionando o outro roteirista, Jim Cash) atletas, e como atletas, muitos esportes também se passam nos vestiários. Você está com os caras, as equipes se juntam. Se você não está com os demais no vestiário, não está com eles no campo. Escrevemos estas cenas no vestiário para trazer esse senso de coletividade.”

Sobre “Top Gun: Ases Indomáveis”

Estrelado por Tom Cruise, Tim Robbins, Kelly McGillis e Val Kilmer, “Top Gun: Ases Indomáveis” faturou mundialmente mais de US$ 357 milhões nas bilheterias – em contrapartida a um investimento de US$ 15 milhões. Foi uma das obras que marcou o cinema da década de 1980.

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Sua trilha sonora é até hoje uma das mais conhecidas do ramo. Um dos grandes destaques é a “Take My Breathe Away” da banda Berlin. “Danger Zone”, de Kenny Loggins, e “Mighty Wings”, do Cheap Trick, também entraram no imaginário popular a partir do longa.

A trama narra a trajetória de Pete “Maverick” Mitchell (Tom Cruise), um piloto de testes da Marinha, que se destaca por suas habilidades, mas também por ser negligente, gostar de quebrar as regras e de estar sempre em alta velocidade. A sinopse diz:

“A escola naval de pilotos é onde o melhor dos melhores treinam para refinar suas habilidades de voo de elite. Quando o piloto Maverick é enviado para a escola, sua atitude irresponsável e comportamento arrogante o colocam em desacordo com os outros pilotos, especialmente Iceman. Porém Maverick não está apenas competindo para ser o piloto superior de caça, ele também está lutando pela atenção de sua bonita instrutora de voo, Charlotte Blackwood.”

A sequência

Os fãs de “Top Gun” poderão retornar aos cinemas para acompanhar a continuação dessa história a partir do dia 26 de maio. Para a sequência, intitulada “Top Gun: Maverick”, retornaram Tom Cruise e Val Kilmer, revivendo os personagens Maverick e Tom “Iceman” Kazansky, respectivamente.

A cantora Lady Gaga gravou uma canção original para o novo filme. Chamada “Hold My Hand”, a música remete ao sucesso e gênero da trilha que arrebatou o público nos anos 1980.

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Augusto Ikeda
Augusto Ikedahttp://www.igormiranda.com.br
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

2 COMENTÁRIOS

  1. Lembro que chamaram até o Judas Priest para fazer a trilha sonora do filme…aí vc pensa no Halford!!!! Tinha uma amigo meu que tinha o VHS nos anos 90, a mãe dele disse que ele chegou a assistir o filme mais de 37 vezes…hoje eu fico pensando nisso, será que esse amigo era gay??? Nada contra…muita coisa vai aparecendo, não sei se é coincidência ou não!!!! Fato, que eu particularmente adoro o filme, gosto de ouvir take my breath away…na minha opinião é um dos melhores filmes de Tom Cruise!!!! Esse filme também me fez gostar da série Ace Combat do Playstation e outros jogos de simuladores, lembrando também da versão Nes 8 bits!!!! O importante é que esse filme se tornou um grande clássico, sempre que passa na tv aberta eu assisto, valeu galera!!!!

  2. Muitas vezes é comum em ambientes masculinos (com pouca presença feminina) homens virem ao menos experimentarem ficar! Foi assim em 1993, o então coordenador se despedir, geralmente, com o que mais tarde se chamaria “selinho”! Inevitavelmente, ele e eu, conversamos sobre nossa sexualidade e, por consenso, transamos! Ele era casado e alegou curiosidade em saber se eu era virgem, maroto disse, ainda estava mais receptivo a ele, por ter começado a namorar. Ele comentou que tinha “percebido” meu anus: “acolhedor”!

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