O quão difícil foi para Steve Vai gravar cenas do filme “Crossroads”

Guitarrista teve que pré-gravar em estúdio passagem em que errava na guitarra; “A cena toda levou 12 dias com filmagens de 18 horas”, diz

Em 1986, Steve Vai apareceu no filme “Crossroads” no papel de Jack Butler, o guitarrista que representa o demônio no duelo contra o protagonista Eugene Martone, interpretado pelo ator Ralph Macchio.

Durante participação no podcast de Joe Bonamassa, transcrita pelo Ultimate Guitar, o músico relembrou seu envolvimento no projeto, cuja trama foi adaptada da história de Robert Johnson.

“Foi o primeiro filme de verdade que participei. Originalmente, Ry Cooder me abordou porque estavam tentando vários guitarristas. Mas tudo que faziam acabava se transformando em uma jam. Simplesmente não estava funcionando. Eles queriam drama. É o carinha de ‘Karate Kid’, sabe? Li o roteiro. Gosto de teatro, então aceitei me envolver. Nós construímos este duelo no final, estava meio que escrito no roteiro o que fazer: ‘Jack Butler começa e sua guitarra soa como um trem de carga chegando’, então eu fico tipo, ‘eu sei o que fazer – eu vou afinar e (imita riffs cansativos).”

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O êxtase ocorreu no confronto final, quando a produção se dedicou a reproduzir o clima da melhor forma possível, enquanto Steve correspondia na parte musical.

“E então no final… Porque ele está duelando contra um cara do blues… Supostamente, Jack Butler era do blues. Eu fiz o meu melhor, sabe? (risos) Mas a maneira como Eugene o vence é porque ele começa a misturar influências clássicas. E isso sufoca Jack Butler. Então eu tive que criar algo que tivesse uma influência clássica, mas então meio que transcendeu para algo um pouco mais contemporâneo e um pouco blues. Então eu fiz aquela coisa rápida (canta a melodia de ‘Caprice’). E no final, Ralph toca esse riff e então eu tenho que repetir.

E o meu personagem fica totalmente perdido, porque ele não entende de música clássica, certo? Foi tudo pré-gravado, eu pré-gravei algo que me engasgava. A cena toda levou 12 dias com filmagens de 18 horas. Construíram esta igreja gigante, no lote de Burbank, uma enorme igreja do diabo, com todos os figurantes.”

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Porém, o diretor assistiu o corte e não ficou muito satisfeito. Naquele momento, um mês já havia se passado desde o registro.

“Ele não sentiu que eu perdi o suficiente. Não ficou óbvio. As pessoas precisavam saber que o meu personagem tinha errado. Então, reconstruíram toda a igreja do diabo e colocaram todas as pessoas de volta. Tive que encontrar as mesmas roupas e arrumar o cabelo igual à cena original. E eu tive que regravar para que parecesse que eu errei pior do que da primeira vez. E foi isso que realmente aconteceu lá.”

“Crossroads” e Steve Vai

Crossroads” (no Brasil conhecido como “Encruzilhada”) faturou mais de 5 milhões de dólares em bilheteria à época do lançamento.

Steve Vai realizaria outras participações em trilhas sonoras, como a de “Bill & Ted’s Bogus Journey” (“Bill & Ted – Dois Loucos no Tempo” na versão nacional). Mais recentemente, gravou passagens de guitarra em “Studio 666”, filme protagonizado pelo Foo Fighters.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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