O músico brasileiro que Ian Anderson ouvia no auge do Jethro Tull

Compositor de mais de duas mil obras, artista se destacou por uma mistura peculiar de influências no clássico

Que Ian Anderson não é o ouvinte contumaz de rock, os fãs já sabem. Nem é muito difícil imaginar, visto que o próprio Jethro Tull nunca foi uma banda que se limitou ao gênero – em alguns momentos até fugindo dele de forma consciente. O curioso é que, ao ser questionado sobre o que costuma escutar, o vocalista e multi-instrumentista mencionou um nome histórico da música brasileira.

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A resposta foi tão específica que teve até direito a uma linha temporal na explicação. O momento aconteceu no período em que o artista se isolou para compor “War Child” (1974), sucessor do audacioso “A Passion Play” (1973), numa época em que considera determinante para o esgotamento do rock, em termos pessoais.

Disse o frontman, em entrevista ao site IgorMiranda.com.br:

“Algo que me ocorre agora é que em 1973, quando eu estava morando por algumas semanas em Montreux, na Suíça, para compor um novo disco, eu estava sozinho, não tinha ninguém lá comigo, e quando eu estava trabalhando em novas músicas para o Jethro Tull eu estava ouvindo (Heitor) Villa-Lobos. Foi uma experiência muito relaxante. Claro que é um tipo de música muito diferente da que eu faço, mas ainda a acho muito boa.”

Ian Anderson longe do rock

Sendo assim, ao mencionar o que ouve atualmente, Ian Anderson detalha:

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“Até hoje, quando eu ouço música de forma ‘recreativa’, digamos, eu tento ouvir algo oposto ou diferente do meu trabalho e do que eu faço. Então, ouço Bach, Beethoven… Prefiro ouvir música clássica, às vezes folk, mas geralmente música clássica.”

Portanto, não deve causar estranheza que o britânico não se esquive de deixar o rock de fora do seu cardápio. E não é algo momentâneo, ele garante.

“Nunca fui um grande fã de rock. Em meados dos anos 1970, eu estava em turnê nos Estados Unidos e todos os lugares estavam tocando esse tipo de música. No elevador, no carro, no rádio, em todos os lugares, todo tempo. Isso que se chama de classic rock ou seja lá o que for. Eu fiquei saturado disso, simplesmente não queria mais ouvir rock – e não ouço. Ouvi tanta coisa na minha adolescência e com 20 poucos anos que não preciso mais ter influências na minha vida. Já tenho grandes exemplos e ótimos tipos de música do qual posso aprender. À essa altura, não quero ser influenciado pelo o que outras pessoas estão fazendo no rock. Por isso, não escuto muita coisa. Às vezes ouço porque as pessoas me pedem para tocar em seus discos, então vejo o que elas estão fazendo. Tento entender a música, o que estão tentando fazer com ela e como posso contribuir. Mas é só nesse tipo de situação que escuto rock.”

Sobre Heitor Villa-Lobos

Considerado o mais conhecido compositor sul-americano de todos os tempos, Heitor Villa-Lobos assinou mais de duas mil obras entre composições instrumentais, com vocais e de câmara. Destacou-se por mesclar as características típicas da música clássica europeia com elementos do estilo brasileiro.

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Morreu em 17 de novembro de 1959, aos 72 anos de idade. Seu corpo está no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu. Não teve filhos e tem como sobrinho-neto Dado Villa-Lobos, guitarrista da Legião Urbana.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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