Por que os jovens fãs mataram o rock e toda a indústria musical, segundo Gene Simmons

Gene Simmons é, provavelmente, um dos maiores coveiros do rock. O vocalista e baixista do Kiss já disse várias vezes que o estilo está morto - e, agora, ele aponta os jovens fãs como culpados por isso.

Gene Simmons é, provavelmente, um dos maiores coveiros do rock. O vocalista e baixista do Kiss já declarou em diversas entrevistas que o estilo musical em questão morreu e expôs sua visão a respeito da condição atual da indústria fonográfica como um todo.

Agora, em entrevista à rádio Q104.3, transcrita pelo Blabbermouth, Simmons foi além e disse que os fãs jovens são os responsáveis por matar o rock. Segundo ele, essa parcela do público aderiu facilmente ao streaming, que paga muito pouco aos artistas.

“O rock morreu em todos os sentidos. E os culpados são os jovens fãs. Você matou aquilo que ama. Assim que o streaming chegou, você tirou a chance das boas bandas novas que estão nas sombras, que não podem largar seus empregos porque não ganham dinheiro com suas músicas. Quando você baixa algo, isso rende um centésimo ou milésimo de um centavo. Você precisa ter milhões ou até bilhões de downloads antes de ganhar alguns milhares de dólares. Os fãs mataram.”

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Na visão de Gene Simmons, as próximas grandes bandas de rock não terão as mesmas chances que as antigas, como o próprio Kiss, tiveram.

“Esse negócio está morto. E isso significa que os próximos Beatles, ou o próximo quem quer que seja nunca terão a chance que nós tivemos. Tínhamos gravadoras que nos deram milhões de dólares para que pudéssemos fazer discos e turnês, e não nos preocuparmos com um trabalho formal, das 9h às 17h. Quando você está preocupado em bater ponto, você não tem tempo para se dedicar à sua arte.”

O músico disse que surgiram artistas fantásticos entre os anos de 1958 e 1988, como Elvis Presley, Beatles, Jimi Hendrix, Rolling Stones, David Bowie, Prince, U2, AC/DC, Metallica, Madonna, artistas da Motown, entre outros. Entre 1988 e 2021, na opinião dele, pararam de surgiram bandas desse mesmo calibre.

“De 1988 até os dias de hoje, quem são os novos Beatles. Passaram-se mais de 30 anos. Foi no meio desse período em que chegou o Napster e o download ilegal. A raposa entra e rouba o primeiro ovo do galinheiro. Se a raposa não for morta, todas as outras raposas dizem: ‘ei, podemos conseguir ovos de graça ali’. Antes que você perceba, o fazendeiro está falido e não há mais ovos nos mercados, que também vão falir, assim como os caminhoneiros que transportam as galinhas e os ovos. Tudo isso porque você não matou a primeira raposa.”

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Gene Simmons, rappers e Beatles

Foto: reprodução / Facebook oficial

Pensamentos semelhantes foram expressos por Gene Simmons, em entrevista anterior, concedida ao site Gulf News. Na ocasião, o vocalista e baixista não só pontuou que o rock morreu, como afirmou que os artistas de hip hop nunca terão o mesmo tamanho dos Beatles, pois não são criadores de suas próprias músicas.

“Os Beatles faziam as próprias músicas, criavam os arranjos, produziam, tocavam. Sem correções digitais. Os artistas atuais dependem muito da tecnologia. Não dá para reconhecer o artista se ele estiver cantando no chuveiro. Nenhum dos rappers toca instrumentos. Eles não compõem músicas. Eles escrevem palavras, não acordes, melodias e harmonias. Isso não significa que o rap não seja importante. É muito importante. Mas não é como os Beatles.”

Em seguida, o músico do Kiss elogiou Billie Eilish por “compor todo o material dela junto do irmão (Finneas) e ser única”. Ele também descreveu Lady Gaga como “fantástica”, pois ela “compõe as próprias músicas, canta como ninguém, é uma musicista, toca piano, consegue fazer tudo”.

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Entretanto, a maior parte das divas pop, na visão de Gene, “não compõe as próprias músicas e não toca um instrumento”. “Está tudo bem com isso também. Não importa o que você goste. Só que não é como os Beatles”, reforçou ele, que citou o BTS como um fenômeno de popularidade do tamanho dos Beatles, mas sem o mesmo potencial para que se tornem “lendas”.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

3 COMENTÁRIOS

  1. Só discordo quando ele fala até 1988, na minha opinião os anos 90 , pelo menos a primeira metade foi de grande produção do Rock , principalmente do Grunge, muitas ótimas bandas surgiram nesse período.

  2. Olha, eu concordo. O título é provocador, mas quando olhamos o contexto, ele tem grandes razões para estar certo. É a ótica de quem esteve por anos no show business e propõem uma conversa honesta sobre um tema tão pouco exposto. Sobre o mercado fica a grande questão: E se, não houvesse o Napster, o mp3 e o desenvolvimento de outras tecnologias que resultaram no streaming? É uma incógnita, nunca saberemos. Acho que quando ele marcou ali em 88 essa ruptura, não foi algo tão preciso, possivelmente uma média. Ainda teve alguma sobra nos anos 90, mas, é inegável que houve uma grande transformação no Rock.

  3. Com certeza, sem nenhuma dúvida… Lembrando que se não fosse o Rock, não teríamos o pop rock, nem o rocke, nem o rap e muito menos o funck… O Rock nos deu a chave para destrancarmos a porta que guarda tudo aquilo que a gente sente, vê e expor aquilo que vemos que precisa mudar… O rock nos deu o direito de criarmos o estilo que queremos… E por conta de raposa (fire Fox), tudo isso foi sendo esquecido, com a indústria das redes sociais, o estímulo à usarmos aquela moda que a sociedade exige, por que se não pra eles você não é nada… O que foda-se esse ponto de vista, mas… Eu nem duvido que hoje em dia, dependendo da letra que a banda for compor, eu não duvido que a pessoa possa ser presa… O Rock que criou tudo… Mas o foda é que esse tudo está jogando fora o seu próprio criador… É duro demais… Já perdi 99% das minhas expectativas em relação ao rock voltar à ser reconhecido… Essa cultura coreano acabou de vez com as mínimas chances que tínhamos de resgatar o nosso Rock… O nosso Elvis, o nosso Beatles, o nosso Led Zeppelin, o nosso Rolling Stones o nosso Alice Cooper, O NOSSO KISS, o nosso Ozzy Osbourne e entre várias outras estrelas do Rock.

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