Edição 2023 consolida Setembro Negro como principal evento de música extrema do Brasil

Festival de quatro dias reúne headliners de peso e público do país inteiro em São Paulo para conferir bandas de variadas vertentes do heavy metal

Já era quase meia-noite e meia do sábado (9) e os alemães do Sodom começavam um cover de “Iron Fist” do Motörhead. Não havia o menor sinal de que sua apresentação estivesse próxima do fim. Mesmo já ultrapassado o horário de acesso à estação de metrô mais próxima do Carioca Club, quase ninguém arredava o pé da casa, pela primeira vez abarrotada para uma edição do Setembro Negro.

Na sua quarta edição desde o retorno, o outrora festival de metal extremo parece finalmente ter engrenado. Em quatro dias — sendo o primeiro uma pré-festa que aproveitou o início do feriadão prolongado e pegou um pouco mais leve —, o Setembro Negro levou ao Carioca nomes clássicos, obscuros e ascendentes do Brasil e do mundo da música extrema. O sucesso de público, que veio do país todo até São Paulo, não veio do nada.

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Com apresentações épicas de Voivod e Hellhammer — quer dizer, Triumph of Death, o projeto de Tom Gabriel “Warrior” Fischer dedicado ao legado de sua primeira banda —, o evento realizado de quinta-feira (7) a domingo (10) proporcionou em 2023 uma maratona que fincou definitivamente seu lugar na história dos festivais de heavy metal do Brasil.

*Textos de Thiago Zuma e Guilherme Gonçalves (Morbus Zine). Fotos de Gustavo Diakov / @xchicanox.

Foto: Gustavo Diakov

O Setembro Negro

O festival Setembro Negro foi idealizado pela produtora Tumba, de propriedade do baterista Edu Lane (Nervochaos), e teve sua edição inaugural em 2002, em São Paulo. Durante mais de uma década, o evento foi data fixa no calendário paulistano de metal extremo, chegando inclusive a ter algumas edições itinerantes pelo país.

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Em 2012, a Tumba resolveu dar um tempo em suas atividades, e o festival também hibernou. Com a volta às atividades da produtora, o Setembro Negro retornou ao calendário em 2018. Buscando inspiração no lendário Milwaukee Metalfest, a partir de sua décima-segunda edição o evento mudou de cara.

Em vez de ocorrer em data única, passou a ter mais de um dia. Também fixou residência no Carioca Club, casa de shows de fácil acesso na região oeste de São Paulo, e expandiu sua abordagem, abraçando mais vertentes dentro do heavy metal.

Foto: Gustavo Diakov

Uma das marcas desta renovação é a procura por atrações não muito comuns no país — muitas delas inéditas —, além de bandas em ascensão ainda sem tanta repercussão no Brasil. A escolha do elenco brasileiro também tem se caracterizado por trazer grupos de todo o território nacional, sem se focar na região Sul/Sudeste.

Para garantir o interesse nacional do Setembro Negro, as apresentações internacionais do festival via de regra são exclusivas no Brasil, ainda que muitas excursionem por outros países América do Sul embaladas na viagem ao continente.

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Se o metal extremo continua sendo o carro-chefe do Setembro Negro, os headliners do festival passaram a ser bandas com legado mais amplo dentro da música pesada. Já na primeira edição após o retorno, em 2018, se o At the Gates era uma escolha natural para comandar o cartaz do evento em um dos dois dias, no outro teve como headliner o Coven, banda setentista de “occult rock” e uma das progenitoras do heavy metal.

A partir de 2019, exceto pela interrupção em decorrência da pandemia de Covid-19, o Setembro Negro passou a ter três dias. Para a celebrar a marca da décima-quinta edição, a Tumba aproveitou o feriado prolongado da Independência do Brasil para incluir um pré-show — de fato, um primeiro dia com menos bandas, mas não menos atrativo, já que os icônicos canadenses do Voivod comandaram a festa. Nos demais dias, os escolhidos foram Picture, Sodom e Triumph of Death, este último substituindo o Girlschool.

Índice:

Página 2: Pré-festa de quinta-feira, 7 de setembro (Sodom, In the Woods, Leviaethan etc)
Página 3: Sexta-feira, 8 de setembro (Picture, Immolation, Nightfall etc)
Página 4: Sábado, 9 de setembro (Sodom, Bulldozer, Sacramentum etc)
Página 5: Domingo, 10 de setembro (Triumph of Death, Cancer, Assassin etc)

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Thiago Zuma
Thiago Zuma
Formado em Direito na PUC-SP e Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, Thiago Zuma, 43, abandonou a vida de profissional liberal e a faculdade de História na USP para entrar no serviço público, mas nunca largou o heavy metal desde 1991, viajando o mundo para ver suas bandas favoritas, novas ou velhas, e ocasionalmente colaborando com sites de música.

2 COMENTÁRIOS

  1. Fui sabado exclusivamente pra ver BULLDOZER, os vi no Guaru/ 18 e pretendia agora, pq pretendia? Estou cadeirante e me dirigi direto aquele espaço entre publico e palco, fui retirado de la por 3x, duas pelo chefe de segurança da casa. A casa lotou e só via bunda na minha frente, antes de ir embora, pedi novamente ao chefão e nada de liberar. Eu contei apenas 3 pessoas ali tirando fotos. Fogo no parquinho agora. Ao menos consegui comprar o lovro sobre BULLDOZER que queria a anos. Os caraa ficaram indignados.

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