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A música do Rush mais difícil de tocar na guitarra, segundo Alex Lifeson

Faixa escolhida está no álbum “Permanent Waves” (1980), mas não é uma das mais lembradas do disco

Quem já tentou tocar músicas do Rush, seja de forma amadora ou profissional, sabe que a tarefa não é lá das mais fáceis. Apesar de Neil Peart (bateria) e Geddy Lee (vocais, baixo e teclados) serem mais lembrados pelas partes complexas, o guitarrista Alex Lifeson também tem vários momentos tecnicamente difíceis de serem reproduzidos.

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Durante participação no podcast On The Record (via KillerGuitarRigs.com), o músico foi perguntado sobre qual a composição do Rush mais difícil de tocar na guitarra. A resposta dele não foi tão óbvia como muitos poderiam pensar: a escolhida foi uma faixa de “Permanent Waves” (1980).

Ele disse:

“Uma que vem na minha cabeça é ‘Natural Science’. Ela é bem intensa. E no estúdio, nós tocamos as coisas um milhão de vezes até estarmos confiantes de termos o melhor take. Então, tocar essa canção em particular um milhão de vezes foi desafiador.”

Impaciência de Alex Lifeson

Alex Lifeson, no entanto, não gosta de chegar ao “milhão de takes”. Falando sobre sua abordagem em estúdio, ele explicou que geralmente atinge o resultado desejado nas primeiras tentativas — por simples falta de paciência para tentar muitas vezes.

“Acho que no meu jeito de tocar, estou sempre procurando por algo diferente. Fico muito impaciente de forma bem rápida quando estamos trabalhando. Para meus solos, por exemplo, os primeiros três ou quatro takes do que estiver fazendo são os meus melhores. Depois eu não sei se fico entediado, não sei se perco o interesse ou o que é exatamente, mas o nível de energia nesse primeiro punhado de takes é sempre o que eu quero.”

A guitarra no Rush

O músico também foi convidado a citar outros momentos importantes no Rush no que diz respeito às guitarras. Dessa vez, alguns clássicos foram lembrados.

“Existem pontos altos em todos os discos. E também existem áreas onde, em retrospecto, eu acho que poderia ter melhorado — ou ter feito diferente, acredito, é provavelmente mais correto de dizer. Gosto muito do trabalho de guitarra em ‘Counterparts’. O álbum ‘Moving Pictures’ tem algumas bem clássicas… porque o disco é popular assim, mas as composições nele são realmente boas — ‘Red Barchetta’ e ‘Tom Sawyer’, ‘Limelight’, é claro, é uma das minhas músicas favoritas, porque é um dos meus solos favoritos.”

Sem mais turnês

Apesar de recentes conversas com Geddy Lee, Alex Lifeson não acredita que poderá voltar aos palcos em larga escala. O motivo seria sua luta contra artrite, que já o incomodava nos últimos anos da antiga banda.

O guitarrista falou sobre o assunto em recente entrevista ao “Trunk Nation”, programa do radialista Eddie Trunk no sistema de rádio pago SiriusXM.

Conforme transcrição do Blabbermouth, ele declarou:

“Eu diria que está piorando lentamente, como era de se esperar. Tenho artrite psoriática, lido com isso há um bom tempo, quase 20 anos. Estou tomando dois produtos biológicos e tem sido muito, muito eficaz, apesar dos efeitos colaterais. Realmente ajudou minhas mãos. Mas há momentos em que a inflamação tem vontade própria, e é aí que você me verá tremendo as mãos enquanto toco. Mas é o que é, ainda consigo sobreviver e estou acostumado. Realmente nem penso mais muito nisso.”

Sendo assim, os fãs não devem aguardar um retorno de Lifeson aos palcos, ao menos não em tempo integral.

“Depois de 40 anos de turnês, não estou mais interessado. Houve muitos altos e baixos. O show é ótimo, mas nas outras 21 horas do dia você fica apenas esperando pelas outras três. Fica cansativo, especialmente quando você tem uma família e entes queridos em casa, dos quais você está afastado por meses e meses seguidos. Não sinto falta disso. Gosto de tocar na frente das pessoas? Sim. Ainda gosto. Mas talvez não a ponto de ter que passar por tudo de novo.”

Ainda assim, recentes eventos trazem boas lembranças ao músico.

“Quando Geddy e eu fizemos os shows beneficentes de Taylor Hawkins e o de South Park em Denver, além do evento de Natal com Andy Kim e muitos músicos excelentes com quem toco, foi divertido. Mas não tenho interesse em voltar a viajar. Eu sei que Geddy gostaria de tocar novamente e passar algum tempo escrevendo. Mas, além disso, honestamente, não conversamos sobre nada. Só queremos nos encontrar, tomar um café e compor.”

Em 2022, Alex Lifeson lançou o primeiro álbum do projeto Envy of None, que também conta com o baixista Andy Curran, a vocalista Maiah Wynne e o guitarrista/tecladista Alfio Annibalini. A sonoridade transita por caminhos mais experimentais em comparação ao Rush.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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A música do Rush mais difícil de tocar na guitarra, segundo Alex Lifeson

Faixa escolhida está no álbum “Permanent Waves” (1980), mas não é uma das mais lembradas do disco

Quem já tentou tocar músicas do Rush, seja de forma amadora ou profissional, sabe que a tarefa não é lá das mais fáceis. Apesar de Neil Peart (bateria) e Geddy Lee (vocais, baixo e teclados) serem mais lembrados pelas partes complexas, o guitarrista Alex Lifeson também tem vários momentos tecnicamente difíceis de serem reproduzidos.

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Durante participação no podcast On The Record (via KillerGuitarRigs.com), o músico foi perguntado sobre qual a composição do Rush mais difícil de tocar na guitarra. A resposta dele não foi tão óbvia como muitos poderiam pensar: a escolhida foi uma faixa de “Permanent Waves” (1980).

Ele disse:

“Uma que vem na minha cabeça é ‘Natural Science’. Ela é bem intensa. E no estúdio, nós tocamos as coisas um milhão de vezes até estarmos confiantes de termos o melhor take. Então, tocar essa canção em particular um milhão de vezes foi desafiador.”

Impaciência de Alex Lifeson

Alex Lifeson, no entanto, não gosta de chegar ao “milhão de takes”. Falando sobre sua abordagem em estúdio, ele explicou que geralmente atinge o resultado desejado nas primeiras tentativas — por simples falta de paciência para tentar muitas vezes.

“Acho que no meu jeito de tocar, estou sempre procurando por algo diferente. Fico muito impaciente de forma bem rápida quando estamos trabalhando. Para meus solos, por exemplo, os primeiros três ou quatro takes do que estiver fazendo são os meus melhores. Depois eu não sei se fico entediado, não sei se perco o interesse ou o que é exatamente, mas o nível de energia nesse primeiro punhado de takes é sempre o que eu quero.”

A guitarra no Rush

O músico também foi convidado a citar outros momentos importantes no Rush no que diz respeito às guitarras. Dessa vez, alguns clássicos foram lembrados.

“Existem pontos altos em todos os discos. E também existem áreas onde, em retrospecto, eu acho que poderia ter melhorado — ou ter feito diferente, acredito, é provavelmente mais correto de dizer. Gosto muito do trabalho de guitarra em ‘Counterparts’. O álbum ‘Moving Pictures’ tem algumas bem clássicas… porque o disco é popular assim, mas as composições nele são realmente boas — ‘Red Barchetta’ e ‘Tom Sawyer’, ‘Limelight’, é claro, é uma das minhas músicas favoritas, porque é um dos meus solos favoritos.”

Sem mais turnês

Apesar de recentes conversas com Geddy Lee, Alex Lifeson não acredita que poderá voltar aos palcos em larga escala. O motivo seria sua luta contra artrite, que já o incomodava nos últimos anos da antiga banda.

O guitarrista falou sobre o assunto em recente entrevista ao “Trunk Nation”, programa do radialista Eddie Trunk no sistema de rádio pago SiriusXM.

Conforme transcrição do Blabbermouth, ele declarou:

“Eu diria que está piorando lentamente, como era de se esperar. Tenho artrite psoriática, lido com isso há um bom tempo, quase 20 anos. Estou tomando dois produtos biológicos e tem sido muito, muito eficaz, apesar dos efeitos colaterais. Realmente ajudou minhas mãos. Mas há momentos em que a inflamação tem vontade própria, e é aí que você me verá tremendo as mãos enquanto toco. Mas é o que é, ainda consigo sobreviver e estou acostumado. Realmente nem penso mais muito nisso.”

Sendo assim, os fãs não devem aguardar um retorno de Lifeson aos palcos, ao menos não em tempo integral.

“Depois de 40 anos de turnês, não estou mais interessado. Houve muitos altos e baixos. O show é ótimo, mas nas outras 21 horas do dia você fica apenas esperando pelas outras três. Fica cansativo, especialmente quando você tem uma família e entes queridos em casa, dos quais você está afastado por meses e meses seguidos. Não sinto falta disso. Gosto de tocar na frente das pessoas? Sim. Ainda gosto. Mas talvez não a ponto de ter que passar por tudo de novo.”

Ainda assim, recentes eventos trazem boas lembranças ao músico.

“Quando Geddy e eu fizemos os shows beneficentes de Taylor Hawkins e o de South Park em Denver, além do evento de Natal com Andy Kim e muitos músicos excelentes com quem toco, foi divertido. Mas não tenho interesse em voltar a viajar. Eu sei que Geddy gostaria de tocar novamente e passar algum tempo escrevendo. Mas, além disso, honestamente, não conversamos sobre nada. Só queremos nos encontrar, tomar um café e compor.”

Em 2022, Alex Lifeson lançou o primeiro álbum do projeto Envy of None, que também conta com o baixista Andy Curran, a vocalista Maiah Wynne e o guitarrista/tecladista Alfio Annibalini. A sonoridade transita por caminhos mais experimentais em comparação ao Rush.

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André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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