Fingido? Em 1992, a dura crítica de Roger Waters a Phil Collins

Que o Chris nos perdoe, mas ao que parece, “Todo Mundo Odeia o Phil”... Ou quase todo mundo, ao menos

Antes do Nickelback, Phil Collins era o alvo preferencial de todas as pedras no cenário musical. A guinada pop do icônico baterista e vocalista do Genesis veio com muito sucesso, mas um proporcional desdém por parte de seus colegas.

Um exemplo é Roger Waters. Em entrevista à revista Musician (via Rock and Roll Garage), em 1992, o ex-líder do Pink Floyd não deixou de disparar críticas contra o astro, o acusando de “fingir ser compositor e roqueiro”. De início, a mente por trás de “The Wall” estabeleceu um parâmetro.

“Você pode traçar uma linha entre o que me interessa e o que não me interessa. De um lado você pode nomear Bob Dylan e John Lennon, que observam o mundo, têm sentimentos e escrevem músicas diretamente a partir do que identificam. Do lado insípido você tem grupos pop que precisam de material e escrevem músicas para cumprir uma meta de trabalho. Não é poesia, porque não brota do coração, das entranhas ou de onde vieram as músicas de Lennon ou Dylan.”

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Foi quando a coisa passou a ser especificada.

“E na minha opinião – parece que acabo sempre atacando o pobre Phil Collins. Mas é só porque ele é muito visível. Ele é sintomático de uma enorme quantidade de ‘ses’. Ele pode muito bem discordar e seus fãs também. Mas a ‘sensação’ que tenho é que ele está fingindo ser um compositor ou um roqueiro. É uma atuação. É por isso que é insatisfatório.”

Sobrou até para o videoclipe de “I Can’t Dance”, do Genesis, lançado para promover o álbum “We Can’t Dance”, de um ano antes.

“Se você se importasse com o que está fazendo, ‘não conseguiria’ fazer aquela caminhada boba, um atrás do outro. Porque você acharia impossível ridicularizar seu trabalho dessa forma. Imagine alguém chegar e sugerir: ‘Senhor Picasso, achamos que esta obra venderia se você pendurasse pelos calcanhares em uma grua e a segurasse de cabeça para baixo com as calças abaixadas’. Pablo não vai fazer isso porque leva a sério o que faz.”

Phil Collins sobre Pink Floyd

Em uma entrevista concedida no ano de 2014 ao documentarista John Edginton (transcrita pelo Rock and Roll Garage), Phil Collins também admitiu nunca ter sido fã do Pink Floyd.

“Provavelmente me tornei mais fã do Floyd nos últimos anos do que era antigamente, embora os tenha visto no Marquee (tradicional casa de shows de Londres) à época de ‘Arnold Layne’. Eu estava ciente do que eles estavam fazendo. Mas nunca fui muito fã. Eu estava em uma banda que era meio que sempre colocada na mesma caixa, mas nunca senti que realmente fazíamos parte daquilo.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

7 COMENTÁRIOS

  1. Guerrinha de egos. Phil Collins é um músico sensacional, baterista, vocalista, compôs excelentes canções com o Genesis e fez uma carreira solo brilhante, autor de melodias belíssimas. Roger Waters dispensa apresentações, o cara é um visionário, além de politizado e antifascista. Dois caras necessários.

  2. Pra mim a diferença é que o Roger Waters se leva muito a sério e o Phil Collins sempre teve uma veia de humor e é o primeiro a zombar do próprio trabalho, fez isso nos vídeo clips de: I can’t dance, I wish it would rain down, wake up call, além de em algumas ocasiões brincar com o público dizendo que iria tocar suas “merdas” e quando ia tocar in the air tonight nos eventos beneficentes como o Prince’s Trust dizer para a plateia vocês estão pensando lá vêm ele tocar aquela música maldita de novo e ele concluía falando é isso aí, vou mesmo.
    Por isso eu amo o Phil Collins, também adoro o Roger Waters, mas preferia que ele não tivesse regravado o The dark side of the moon, pra mim totalmente desnecessário fazer isso.

  3. É por causa de toda essa egotrip e competição que existia na época também que hoje a gente só tem funk pagode e pisadinha para ouvir não existe mais gravadoras não existe mais um monte de coisa inclusive lojas de discos graças pirataria falta de certas gravadoras ex polygram e a essa rivalidade idiota que muitos tinham na época aqui também não é diferente o rock nacional tinha muitas bandas boas mas por trás dos bastidores a maioria da vida dessas pessoas era mal resolvido

  4. Eu gosto de Phil Collins, mas acho que a crítica do Waters foi certeira e não ofensiva. Apenas disse o apelo dele como compositor sendo diferente de algo mais intrínseco, e na moral, sou fã do genesis nas duas fases e gosto da carreira solo de todos, Phil Collins é realmente o genesis menos profundo, mas não quer dizer que seja ruim, apenas que suas letras são mais leves.

  5. O Phil como grande arrebatador de um público específico precisa ser respeitado. Já faz muita falta nos palcos. Infelizmente como sempre acontece, milhares passarão a reconhecer esse gigante do pop após a sua morte!

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