O álbum do Genesis atrapalhado pela competição interna, segundo Steve Hackett

Último disco com Peter Gabriel foi marcado por uma batalha do cantor com o tecladista Tony Banks

Algumas das melhores bandas da história alcançaram patamares nunca antes imaginados à base de competição interna. Seja com alguns compositores constantemente tentando superar uns aos outros ou instrumentistas introduzindo novos elementos musicais e redefinindo sonoridades.

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Entretanto, quando estamos falando de um gênero definido pelo excesso e virtuosismo como o rock progressivo, visões podem entrar em conflito e gerar um impasse. O Genesis foi um desses casos.

Em entrevista ao Ultimate Guitar, o guitarrista Steve Hackett detalhou como a banda deixou seu espírito coletivista para trás em meio a uma competição interna que culminou na saída do vocalista Peter Gabriel. Ele disse:

“Quando chegamos em ‘The Lamb Lies Down on Broadway’ – o último álbum de Peter com o Genesis –, o grupo estava começando a se dividir em facções. Era óbvio que Peter não permaneceria na banda. Parecia haver uma competição entre Peter e Tony [Banks, tecladista] – para ver quanto espaço cada um podia ocupar. E isso significa que os arranjos ficaram super elaborados, com teclados virtuosísticos e letras super densas e narrativas vindas de Peter. E esses dois caminhos pareciam estar em conflito na sua maior parte. Ficou mais complicado definir o que os outros instrumentos podiam fazer – havia menos espaço livre nos arranjos por causa disso.”

Inicialmente mal visto no Reino Unido na época de seu lançamento, em 1974, por causa de seus excessos, “The Lamb Lies Down on Broadway” se tornou o álbum responsável por fazer o Genesis estourar nos EUA. Hackett expressou uma opinião durante a conversa que o alinha mais à reação da imprensa britânica. Ele comentou:

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“Apesar de achar que ‘The Lamb’ tem ótimas faixas, demorou até as remixagens para poder ouvir de verdade metade dos detalhes nesse negócio. Havia muitos detalhes naquilo – surround sound e mixagens subsequentes trouxeram de volta muitos dos detalhes que deviam estar presentes o tempo inteiro, se não fossem as limitações de mixagem da época e as várias personalidades competindo por espaço… O disco caiu naquela clássica questão com a qual bandas precisam lidar quando existe uma disputa de poder acontecendo. Quando existem agendas diferentes. Mesmo assim, é muito interessante.”

Genesis, Peter Gabriel e Steve Hackett

Peter Gabriel deixou o Genesis em 1975. O baterista Phil Collins assumiu os vocais na sequência.

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Dois anos depois, Steve Hackett também saiu da banda. O guitarrista escreveu no seu blog pessoal em julho de 2018 sobre suas razões para sair:

“Eu deixei o Genesis porque tinha muitas ideias que não podia levar adiante a menos que fizesse isso e precisava de autonomia. Entretanto, meu período como parte da banda foi especial e a música que criamos juntos foi incrível. Tenho orgulho de ter feito parte do grupo e gosto de tocar o material ao vivo até hoje.”

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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