Crítica: “Resgate 2” diverte, mas ficou faltando alguma coisa

Falta de carisma dos vilões e resgatados comprometem sequência do longa da Netflix; apesar disso, clima de ação oitentista é preservado

Ainda que inferior ao original, “Resgate 2” é um filme de ação bastante competente. Evoca o clima das produções de brucutus da década de 1980.

Com os retornos do astro Chris Hemsworth, dos produtores irmãos Russo e do diretor Sam Hargrave, a continuação tenta repetir o sucesso e fórmula do primeiro filme, lançado em 2020. Na época, sua ação frenética chamou a atenção e surpreendeu muita gente que andava cansada das produções um tanto genéricas da Netflix.

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Não tão bem-sucedido

“Resgate 2” acaba ficando em algum lugar entre um pipocão honesto e o genérico. Depois de quase morrer no longa anterior, Tyler Rake (Hemsworth) retorna para uma nova missão de extração, desta vez com cunho pessoal. Talvez esse seja o maior defeito da trama. Ao se aprofundar um pouco mais no passado do personagem, se cria um clima dramático que não convence e, em alguns momentos, até soa piegas.

No quesito ação, as coisas vão muito bem, obrigado. A primeira metade do filme retoma o ritmo frenético da produção anterior – podemos até dizer que o amplia, em tomadas longas, tensas e muito violentas, mas que carecem da originalidade de ângulos e edição da aventura que inaugurou a franquia.

Mundo ampliado

Nik (Golshifteh Farahani), parceira de Rake, é um ponto forte em “Resgate 2”. A personagem ganha mais espaço principalmente na ação, botando mais a mão na massa, mas também tem uma progressão dramática interessante.

Entre os reforços no elenco está Idris Elba, que aparece pouco, mas fica claro que um nome famoso assim não será desperdiçado em uma franquia em ascensão como esta. O carisma de Elba conquista até mesmo com o que é pouco mais do que uma ponta.

Mas carisma é o que falta aos vilões e resgatados da vez. É aqui que “Resgate 2” se torna mais genérico, com personagens fracos, previsíveis e vazios. Em nenhum momento nos importamos com eles. E a coisa piora com a triste equação diálogos batidos + interpretações no automático.

O exagero dita o ritmo

Talvez mais do que na primeira aventura, aqui o exagero domina todas as cenas de ação. A desproporção entre os “mocinhos” e “bandidos” é incrivelmente maior. Rake e seus aliados parecem imortais e o número de oponentes, balas disparadas e equipamento destruído é elevado a níveis absurdos.

É um problema? Não, não é, pelo contrário. Em 2020 o primeiro filme estabeleceu a régua num ponto bem alto, mas tinha um ar de frescor que se perdeu na continuação, onde os tiroteios e porradaria até funcionam, mas não empolgam tanto. No fim, faltou um pouco de alma entre as explosões.

*“Resgate 2” está disponível na Netflix.

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Leonardo Vicente Di Sessa
Leonardo Vicente Di Sessahttps://falaanimal.com.br/
Formado em Propaganda & Marketing, Leonardo Vicente acabou tragado pelo mundo dos quadrinhos e assuntos nerds, atuando como jornalista especializado na área desde 2001. Também revisor e editor, mantém o site Fala, Animal! e o podcast de mesmo nome, participando ainda da equipe da revista Mundo dos Super-Heróis e do podcast Mansão Wayne. É autor de livros como Os Cavaleiros das Trevas, O Homem que Ri e Prodígio: 80 Anos do Robin.

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