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Por que Quentin Tarantino não gosta de cinebiografias

Diretor se referiu ao gênero como uma desculpa para atores ganharem Oscars: "é um tipo de cinema corrupto"

Quentin Tarantino nunca foi tímido com relação às suas opiniões sobre cinema. Em seu rol de declarações, o diretor já disse que atores da Marvel não são astros, apontou que Hollywood vive sua pior era atualmente e chamou François Truffaut de “amador desajeitado”.

Durante um papo com o podcast “The Talks” (via Far Out Magazine) em 2013, o cineasta estendeu seus comentários a um gênero por completo. Ele não mediu palavras quanto ao seu desprezo por cinebiografias ao dizer:

“Outro gênero que não tenho nenhum respeito por é a cinebiografia. São apenas grandes desculpas para atores ganharem Oscars. É um tipo de cinema corrupto.”

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Para se ter uma ideia, desde 1990, 15 dos vencedores do Oscar de Melhor Ator foram premiados por interpretar versões dramatizadas de personagens históricos. No mesmo período, 13 das ganhadoras de Melhor Atriz receberam estatuetas por papéis semelhantes.

Diante disso, Tarantino apontou qual seria a principal falha do conceito da cinebiografia, em sua opinião.

“Até a pessoa mais interessante – se estiver contando sua vida do começo ao fim, será um filme chato pra caramba. Se você fizer isso, você precisa fazer uma versão em quadrinhos de toda sua vida. Por exemplo, quando você faz um filme sobre Elvis Presley, você não faz um filme sobre toda sua vida.”

Quentin Tarantino deu essa entrevista uma década antes do lançamento de “Elvis”, cinebiografia dirigida por Baz Luhrmann. Não sabemos o que ele achou sobre o produto final.

Entretanto, sabemos que se foi uma desculpa para ganhar o Oscar de ator, não deu certo. Austin Butler, responsável por interpretar o Rei do Rock, perdeu a estatueta para Brendan Fraser, estrela de “A Baleia”.

Os filmes favoritos de Quentin Tarantino

Em 1994, durante um especial de TV, Quentin Tarantino voltou ao Video Archives – a locadora onde trabalhava – e escolheu os três filmes que levaria para uma ilha deserta. Visivelmente empolgado e familiarizado com as prateleiras da loja, o diretor de cinema escolheu então os títulos, fazendo pequenos comentários sobre cada um. A transcrição das falas é do Far Out Magazine.

“Um Tiro na Noite” (“Blow Out”, 1981): “É o melhor filme de Brian De Palma, o que significa que é um dos melhores filmes já feitos, porque como sabemos, Brian De Palma é o melhor diretor de sua geração. John Travolta, aliás, entrega uma das melhores performances de todos os tempos nesse filme.”

“Onde Começa o Inferno” (“Rio Bravo”, 1959): “Esse é, até onde eu sei, um dos maiores filmes já feitos. Ricky Nelson está tão legal nesse filme e Dean Martin entrega uma das melhores performances já feitas também.”

“Taxi Driver – Motorista de Táxi” (“Taxi Driver”, 1976): Aqui, Tarantino apenas comenta alguns elementos presentes na versão laserdisc do filme (que lembra bastante um LP de música) e parece tão empolgado que não faz maiores comentários sobre a obra. Mas quem conhece sua filmografia e já assistiu ao filme de Martin Scorsese percebe o quanto “Taxi Driver” influenciou o então jovem cineasta, embora critique a decisão de tornar branco o cafetão Sport, interpretado por Harvey Keitel.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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Por que Quentin Tarantino não gosta de cinebiografias

Diretor se referiu ao gênero como uma desculpa para atores ganharem Oscars: "é um tipo de cinema corrupto"

Quentin Tarantino nunca foi tímido com relação às suas opiniões sobre cinema. Em seu rol de declarações, o diretor já disse que atores da Marvel não são astros, apontou que Hollywood vive sua pior era atualmente e chamou François Truffaut de “amador desajeitado”.

Durante um papo com o podcast “The Talks” (via Far Out Magazine) em 2013, o cineasta estendeu seus comentários a um gênero por completo. Ele não mediu palavras quanto ao seu desprezo por cinebiografias ao dizer:

“Outro gênero que não tenho nenhum respeito por é a cinebiografia. São apenas grandes desculpas para atores ganharem Oscars. É um tipo de cinema corrupto.”

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Para se ter uma ideia, desde 1990, 15 dos vencedores do Oscar de Melhor Ator foram premiados por interpretar versões dramatizadas de personagens históricos. No mesmo período, 13 das ganhadoras de Melhor Atriz receberam estatuetas por papéis semelhantes.

Diante disso, Tarantino apontou qual seria a principal falha do conceito da cinebiografia, em sua opinião.

“Até a pessoa mais interessante – se estiver contando sua vida do começo ao fim, será um filme chato pra caramba. Se você fizer isso, você precisa fazer uma versão em quadrinhos de toda sua vida. Por exemplo, quando você faz um filme sobre Elvis Presley, você não faz um filme sobre toda sua vida.”

Quentin Tarantino deu essa entrevista uma década antes do lançamento de “Elvis”, cinebiografia dirigida por Baz Luhrmann. Não sabemos o que ele achou sobre o produto final.

Entretanto, sabemos que se foi uma desculpa para ganhar o Oscar de ator, não deu certo. Austin Butler, responsável por interpretar o Rei do Rock, perdeu a estatueta para Brendan Fraser, estrela de “A Baleia”.

Os filmes favoritos de Quentin Tarantino

Em 1994, durante um especial de TV, Quentin Tarantino voltou ao Video Archives – a locadora onde trabalhava – e escolheu os três filmes que levaria para uma ilha deserta. Visivelmente empolgado e familiarizado com as prateleiras da loja, o diretor de cinema escolheu então os títulos, fazendo pequenos comentários sobre cada um. A transcrição das falas é do Far Out Magazine.

“Um Tiro na Noite” (“Blow Out”, 1981): “É o melhor filme de Brian De Palma, o que significa que é um dos melhores filmes já feitos, porque como sabemos, Brian De Palma é o melhor diretor de sua geração. John Travolta, aliás, entrega uma das melhores performances de todos os tempos nesse filme.”

“Onde Começa o Inferno” (“Rio Bravo”, 1959): “Esse é, até onde eu sei, um dos maiores filmes já feitos. Ricky Nelson está tão legal nesse filme e Dean Martin entrega uma das melhores performances já feitas também.”

“Taxi Driver – Motorista de Táxi” (“Taxi Driver”, 1976): Aqui, Tarantino apenas comenta alguns elementos presentes na versão laserdisc do filme (que lembra bastante um LP de música) e parece tão empolgado que não faz maiores comentários sobre a obra. Mas quem conhece sua filmografia e já assistiu ao filme de Martin Scorsese percebe o quanto “Taxi Driver” influenciou o então jovem cineasta, embora critique a decisão de tornar branco o cafetão Sport, interpretado por Harvey Keitel.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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