Quentin Tarantino se juntou a Martin Scorsese no coro de cineastas criticando a Marvel. Desta vez, falou especificamente de como o estúdio acabou contribuindo, mesmo que de maneira indireta, para a desvalorização do astro de cinema.
Em uma entrevista para o podcast 2 Bears 1 Cave (transcrição via The Hollywood Reporter), o diretor falou sobre o assunto:
“Parte da Marvelização de Hollywood é que você tem todos esses atores que ficaram famosos interpretando esses personagens. Mas não são astros. Certo? Captião América é a estrela. Thor é a estrela. Eu não sou a primeira pessoa a falar isso. Acho que já foi dito um zilhão de vezes, mas as estrelas são esses personagens da franquia.”
O diretor, que na mesma entrevista fez questão de se afirmar fã dos quadrinhos da Marvel, ofereceu uma explicação mais profunda baseada no passado da indústria:
“Em 2005, se um ator estrela um filme tão bem sucedido quanto os da Marvel, então esse cara é uma estrela absoluta. Significa que pessoas gostam dele ou dela e querem vê-los em outras coisas. Sandra Bullock fez ‘Velocidade Máxima’ e todo mundo achou que ela estava ótima. Todo mundo se apaixonou por ela… Estavam empolgados por Sandra Bullock e queriam ver ela em outra coisa. Esse não é o caso agora. Agora queremos ver aquele cara continuar interpretando Wolverine ou coisa parecida.”
Simu Liu responde Quentin Tarantino
Os comentários de Tarantino provocaram uma resposta de Simu Liu, astro de “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”, que escreveu no Twitter:
“Se apenas os árbitros de quem se torna uma estrela de cinema fossem Tarantino e Scorsese, eu nunca teria a oportunidade de estrelar um filme que fez mais de US$ 400 milhões nas bilheterias. Eu tenho todo o respeito por seus gênios cinematográficos. Eles são autores transcendentais. Mas eles não têm o direito de virar o nariz pra mim ou qualquer outra pessoa. Nenhum estúdio de cinema é, foi ou algum dia será perfeito. Mas tenho orgulho de trabalhar com um que se esforça continuamente pra aumentar diversidade nas telas criando herois que empoderam e inspiram pessoas de todas as comunidades. Eu amei a era de ouro de Hollywood também, mas era branca demais.”
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