Adrian Smith não curtiu tanto sua primeira passagem pelo Iron Maiden

Guitarrista se considera sortudo por ter retornado a banda em 1999 e ter alcançado uma nova vivência

A primeira passagem de Adrian Smith pelo Iron Maiden durou uma década: entre 1980 e 1990. O guitarrista ocupou a vaga deixada por Dennis Stratton, que havia gravado o álbum de estreia do grupo, homônimo. Apesar de todo o sucesso conquistado, Smith disse que não curtiu muito seu período inicial na banda.

Em entrevista ao Sonic Perspectives (via Ultimate Guitar), Adrian narrou inicialmente como a proposta para se juntar ao Iron Maiden em 1980 foi um golpe de sorte. O convite foi o segundo que recebeu, já que em 1979 ele recusou o Maiden para se dedicar ao Urchin, projeto que se separou no mesmo período que o guitarrista ganhou uma nova chance.

“Acho que foi por volta de setembro (de 1980). Lembro-me claramente de ter entrado na banda. Eu estava andando pela rua e esbarrei em Steve (Harris, baixista) e Dave Murray (guitarrista). E eles disseram: ‘O que você tem feito? Vamos precisar de alguém em breve’. E eu disse para que me ligassem. Como eles me ligaram alguns meses antes e eu estava ocupado, não pude fazer. Claro, depois disso, eles tiveram um álbum número um na Inglaterra, fizeram uma turnê com o Kiss e minha banda estava se separando. Então, tive sorte de esbarrar com eles, e eles me convidaram novamente para entrar, sabe?”

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O guitarrista refletiu sobre seu início na banda e apontou a sensação de não ter apreciado a experiência tanto quanto em sua segunda passagem, que já dura mais de duas décadas. Seu retorno ocorreu em 1999, junto do vocalista Bruce Dickinson, com quem vinha tocando nos anos anteriores.

“Eu tinha apenas 23 anos, sabe? Eu era um pouco mais que uma criança, sério… Acho que quando eu estava na banda no primeiro período, provavelmente não aproveitei tanto quanto agora. Sinto-me sortudo por ter uma segunda oportunidade.”

Depressão no auge da banda

Em outra entrevista, à Metal Hammer, Adrian Smith revelou ter sofrido de depressão no auge do Iron Maiden, na década de 1980. O guitarrista destacou que a rápida ascensão do grupo trouxe, ao mesmo tempo, muitas pressões e situações que consumiam sua saúde mental.

“Não quero parecer tipo ‘pobre de mim’, mas a depressão foi uma característica dos anos 80 para mim. O último show que fiz antes de entrar para o Iron Maiden foi em um pub, em Londres. Lembro de entrar no ônibus com meu pedal wah-wah em uma sacola Tesco. Então, o próximo show foi enorme com o Iron Maiden. Grande salto.”

O músico comentou que conseguiu “com muita bravura” passar pela primeira turnê com o Iron Maiden. Até que a depressão lhe pegou.

“A depressão começou a me atingir um pouco. As pessoas pagam uma grana para nos ver e há muitos músicos excelentes por aí, o que significa que tudo é muito competitivo. Isso me dominou algumas vezes e quando chegamos à América, as coisas realmente começaram a mudar com as drogas e a bebida, que eram usadas como muleta.”

Apesar disso, o guitarrista pontuou:

“É preciso lidar com essas coisas. E saber disso agora significa que não tenho os mesmos problemas. É tudo parte do processo de crescimento.”

A pesca, outra paixão de Adrian Smith, foi importante para trazer calma e senso de perspectiva em meio ao estresse da vida em turnês.

“É bom para a cabeça. O casulo avião-van-hotel é exagerado às vezes, então, é ótimo poder sair pelo país e liberar a mente, ter espaço.”

Os amigos Adrian Smith e Dave Murray

De volta à entrevista para o Sonic Perspectives, Adrian Smith abordou sua amizade de longa data, desde a adolescência, com o colega de banda Dave Murray. O hard rock foi o elemento que uniu e moldou os futuros guitarristas de um dos maiores grupos de metal do mundo. 

“Dave Murray e eu andávamos juntos quando tínhamos cerca de 15 anos, talvez 16. Éramos provavelmente os dois únicos garotos em nosso bairro que gostavam de hard rock. Descobrimos Deep Purple, Jimi Hendrix e tudo mais. Costumávamos arruinar as festas colocando discos do Deep Purple para tocar quando todas as crianças queriam ouvir música pop.”

Por fim, Smith revelou a primeira música que tocou com Murray. 

“Foi assim que descobrimos nosso amor comum pelo rock e descrevo no livro como nos conhecemos, a primeira vez que tocamos juntos, Dave me ensinando violão e eu cantando. Acho que a primeira música que tocamos juntos foi ‘Silver Machine’ do Hawkwind. Fiquei emocionado só de ouvir pela primeira vez Dave tocando guitarra elétrica e ele ainda tem o mesmo som. É engraçado, mas seu som não muda, não importa qual guitarra as pessoas usem. O som está em suas mãos e em sua técnica.”

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Tairine Martins
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Tairine Martins é estudante de jornalismo na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Administra o canal do YouTube Rock N' Roll TV desde abril de 2021. Instagram: @tairine.m

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