Fatos e invenções de “I Wanna Dance With Somebody”, filme sobre Whitney Houston

Cinebiografia aborda os primeiros passos de sucesso da cantora nos anos 1980 até sua trágica morte, ocorrida em 2012

As cinebiografias de bandas e artistas de renome chegaram para ficar e agora, é a vez dos fãs de música conferirem a vida e carreira de Whitney Houston. Chamado “I Wanna Dance With Somebody” – também título de uma das canções mais famosa da artista –, o filme explora o início de sua carreira até sua trágica morte, ocorrida em 2012.

Assim como acontece com outros filmes do gênero, “I Wanna Dance With Somebody” retratou muitos acontecimentos da vida e carreira de Whitney Houston com fidelidade, enquanto outros, foram inventados, sejam de forma parcial ou por completo.

- Advertisement -

Abaixo, confira quais são os fatos e as invenções de “I Wanna Dance With Somebody”. As informações são da Rolling Stone, Time e Collider.

Fatos e invenções de “I Wanna Dance With Somebody”

Como Clive Davis descobriu Whitney Houston

“I Wanna Dance With Somebody” não demora muito para mostrar ao público como Whitney Houston se tornou famosa. Ainda no início do filme, vimos que a cantora (interpretada por Naomi Ackie) teve de substituir a própria mãe em uma apresentação na casa noturna Sweetwater, em Nova York, no ano de 1983.

Foi justamente neste dia que ela foi descoberta pelo produtor Clive Davis (interpretado no longa por Stanley Tucci), que também se tornou amigo próximo da artista. Ele ficou tão impressionado com o que viu que logo convidou Houston para gravar seu primeiro álbum.

Stanley Tucci como Clive Davis

Podemos dizer que este é um ponto quase certeiro do filme. Davis já confirmou como soube de Houston em entrevista à série “Conversations With Whitney Houston & Clive Davis”.

“Ela cantou com tamanho entusiasmo, com seus talentos vocais naturais e com tamanha paixão que fiquei paralisado. A partir daí, sabia que tínhamos um talento especial.”

A situação é retratada de forma apenas ligeiramente modificada. Segundo Davis, na realidade, Houston já estava programada para cantar duas músicas no lugar da mãe e não a substituiu naquela noite.

Whitney Houston criticada por não ser “negra o suficiente”?

“I Wanna Dance With Somebody” também não se esqueceu de abordar outro ponto delicado da carreira de Whitney Houston: as acusações de que ela não se apresentava “negra o suficiente” em seus trabalhos e teria se “vendido” para cair no gosto de fãs brancos.

Em um momento da obra, a cantora é vista respondendo a estas críticas durante um programa de rádio – algo que não aconteceu na vida real. Mas a trama explorou outros momentos que, de fato, ocorreram.

Dois deles, por exemplo, foram as participações da artista no “Soul Train Music Awards”, premiação voltada para artistas afro-americanos. Na edição de 1988, que não teve a presença da artista, seu nome foi vaiado ao ser anunciado em uma das premiações.

Já na edição de 1989, que teve a presença de Houston, ela foi novamente vaiada pelos fãs presentes na premiação.

Leia também:  Os guitarristas pouco lembrados que Jimmy Page cita como inspiração

Por falar no “Soul Train Music Awards”, o filme retratou outro momento da premiação com fidelidade: foi justamente na edição de 1989 que Houston conheceu Bobby Brown (aqui interpretado por Ashton Sanders), com quem foi casada entre 1992 e 2007.

Assim como no item anterior, o roteiro também fez uma pequena modificação no momento. Brown garante que seu encontro com a futura mulher foi mais divertido, enquanto no longa teve ares mais sentimentais, pois ele a consolou por conta das vaias do público.

Suposta relação íntima com Robyn Crawford

Outro ponto importante do enredo de “I Wanna Dance With Somebody” é a relação de Whitney Houston com a assistente pessoal Robyn Crawford (aqui interpretada por Nafessa Williams). De fato a cinebiografia acerta ao retratar o relacionamento entre as duas, que começou como uma amizade que evoluiu para algo bastante íntimo.

As duas se conheceram em um centro comunitário em 1980 e não demorou muito para se tornarem amigas, além de parceiras de trabalho. Conforme Whitney foi se tornando conhecida, diversos rumores começaram a surgir sobre as duas serem, na realidade, namoradas.

Apenas em 2019 que a própria Robin Crawford confirmou, em um livro de memórias, que seu relacionamento com Whitney Houston teve diversos momentos de grande intimidade – apesar de não terem se considerado exatamente namoradas.

“Não era só sobre dormirmos juntas. Podíamos ficar nuas. Podíamos confiar nossos segredos, sentimentos e quem éramos uma com a outra. Nós éramos amigas. Nós éramos amantes. Nós éramos tudo uma para a outra. Nós não nos apaixonamos. Nós apenas tínhamos uma para a outra. Nós éramos uma pessoa e era assim que nos sentíamos.”

O longa também acertou ao mostrar que os pais de Whitney eram contra a amizade romântica da filha com Robyn, algo que marcou o início do distanciamento entre as duas.

Neste mesmo livro de memórias, Crawford revelou que o ciúme de Bobby Brown com a amizade e o vício em drogas da cantora – por influência do marido – afastaram as duas definitivamente, tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional.

Kevin Costner e “I Will Always Love You” em “O Guarda-Costas”

Para muitos fãs, o maior sucesso da carreira de Whitney Houston foi sua versão da canção “I Will Always Love You”, parte da trilha sonora de “O Guarda-Costas” – que também foi o primeiro trabalho da artista como atriz.

Em “I Wanna Dance With Somebody”, vimos que Clive Davis apareceu no set de filmagens e revelou para Houston que foi Kevin Costner – intérprete de Frank Farmer, interesse amoroso de sua personagem, Rachel Marron – quem sugeriu o uso da famosa canção de Dolly Parton no longa.

Este é outro ponto em que o longa foi bastante fiel à realidade. Originalmente, a ideia era usar “What Becomes Of The Brokenhearted”, de Jimmy Ruffin, mas quando a produção descobriu que ela seria usada em “Tomates Verdes Fritos”, foi preciso buscar outro título.

Foi neste momento que Costner sugeriu o uso de “I Will Always Love You” – e Whitney Houston aprovou a escolha. A música foi adaptada em uma balada soul e a cantora foi quem teve a ideia de introduzi-la “a cappella”, algo pouco comum no mercado musical.

Leia também:  O convidado que faltou no álbum solo de Slash, segundo o próprio

Roteiro de “O Guarda-Costas” no lixo?

Este é um dos poucos pontos inventados por “I Wanna Dance With Somebody”. No filme, vimos que Whitney Houston estava em busca de trabalhos como atriz até receber, pela primeira vez, o roteiro de “O Guarda-Costas” em suas mãos.

No entanto, ela não se interessa nem um pouco no enredo e chega a jogar o documento no lixo – para pegá-lo novamente após saber que contracenaria com Kevin Costner.

É pouco provável que isto tenha realmente acontecido. O que sabemos é que Kevin Costner ficou dois anos tentando convencê-la, aos poucos, a aceitar o papel de Rachel Marron. A própria Robyn Crawford já confirmou o fato em seu livro de memórias.

Show na África do Sul pós-apartheid

Mais um ponto abordado com fidelidade por “I Wanna Dance With Somebody” tem relação com os shows de Whitney Houston na África do Sul. A artista realmente se apresentou no país em 1994 para celebrar a eleição de Nelson Mandela – pessoa que ela admirava – para a presidência do país africano.

A cantora foi a primeira estrela internacional a performar na África do Sul pós-apartheid. Foram três noites de apresentações. Tudo que Whitney Houston ganhou nestes shows foi doado para instituições de caridade e orfanatos no país.

Whitney Houston rompeu relações com o pai?

Este é um ponto que podemos afirmar que a cinebiografia acertou em algumas partes e inventou em outras. Em “I Wanna Dance With Somebody”, vimos que Whitney Houston ficou furiosa com o pai, John Houston Jr., ao descobrir que ele geria mal os rendimentos de sua carreira. O acontecimento fez a cantora romper relações com ele, tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional.

Na realidade, não se sabe exatamente o que aconteceu. Em 2002, Houston foi processada pela companhia do próprio pai por quebra de contrato. As tensões entre os dois continuaram – incluindo trocas de farpas públicas entre os dois – até o falecimento de John em 2003.

No filme, também vimos que a cantora optou por não ir ao funeral do pai ainda por conta de tudo que aconteceu.

Já na realidade, Houston realmente não participou do funeral, mas garantiu que se despediu de John no dia anterior para ter um pouco de privacidade e que havia perdoado o pai – diferente do que a cinebiografia retratou.

Whitney Houston foi quem terminou casamento?

Por fim, a cinebiografia também não se esqueceu de abordar o divórcio de Whitney Houston e Bobby Brown, que ocorreu em 2007. Vimos que após sair da reabilitação, a cantora é quem decide botar um fim na união, após se encontrar com o marido e lhe entregar seu anel de casamento.

No entanto, de acordo com o próprio Bobby Brown, esta foi uma das invenções de “I Wanna Dance With Somebody”.

Em seu livro de memórias, Brown disse que foi ele quem botou um fim no casamento, muito por conta do vício em drogas da cantora. Na obra, afirmou o seguinte.

“A realidade é que eu desisti… com mais ou menos mil dólares e uma passagem só de ida para Los Angeles.”

“I Wanna Dance With Somebody” estreia nos cinemas brasileiros em 12 de janeiro.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Facebook | YouTube.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioCuriosidadesFatos e invenções de “I Wanna Dance With Somebody”, filme sobre Whitney...
Augusto Ikeda
Augusto Ikedahttp://www.igormiranda.com.br
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades