Combate à hipnose em massa? Eric Clapton conta como adotou postura negacionista na pandemia

Embora tenha se vacinado, guitarrista tem feito críticas a políticas de imunização e medidas sanitárias para conter a disseminação da Covid-19

O guitarrista Eric Clapton concedeu entrevista ao The Real Music Observer para falar sobre suas posturas negacionistas exacerbadas durante a pandemia. Trechos das declarações, transcritas pelo Blabbermouth, podem ser conferidos abaixo.

Apesar de ter se vacinado, o músico fez severas críticas às políticas de imunização, assim como as medidas sanitárias para conter a disseminação do vírus, como uso obrigatório de máscaras, exigência de comprovante de doses para adentrar recintos públicos e o lockdown imposto em momentos mais severos. Em certas ocasiões, chegou a compartilhar informações falsas para sustentar seu ponto.

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O guitarrista tomou duas doses da AstraZeneca e sofreu com as reações do organismo, como várias outras pessoas. Mesmo assim, ele temia nunca mais poder tocar.

“Estou me sentindo muito bem. Já se passaram nove meses desde que fiquei doente por conta dessa coisa. Por uns dois meses, não tinha certeza de que passaria ou iria piorar. Realmente não conseguia tocar. Tinha muito trabalho por fazer e não sabia se teria condições ou precisaria cancelar, como nos dois anos anteriores. Quando vim para os Estados Unidos em setembro do ano passado foi como um teste. Precisava saber se tinha me recuperado. E me diverti muito. Ainda me sinto afetado de acordo com o clima ou estresse. Mas, fora isso, estou como era antes, graças a Deus.”

Músicas com Van Morrison

Eric Clapton também falou sobre as músicas “Stand and Deliver” e “This Has Gotta Stop”, feitas em parceria com Van Morrison, outro artista que abraçou o negacionismo desde o início da pandemia.

“Minha carreira já estava quase acabada, já fazia um ano e meio que estava em uma aposentadoria forçada. Quando juntei forças com Van, me questionava porque ninguém mais estava fazendo isso contra as medidas. Conheço ele desde jovem. Entrei em contato e ele tinha uma canção sobre a situação.”

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Hipnose em massa?

Ainda durante o bate-papo, Eric confessou que tentou argumentar em busca de novos aliados para a causa, mas se deu conta de que estava praticamente sozinho.

“Compartilhei minhas ideias e descobri que ninguém mais pensava assim. Isso me desafiou ainda mais, que é como reajo quando alguém diz que não posso fazer algo. Mesmo assim, fiz algumas concessões, mudei algumas partes da letra para não machucar ou assustar ninguém. Nem preciso dizer que minha família e amigos ficaram apavorados mesmo assim, especialmente por mim. Depois descobri que existe uma teoria sobre isso, que envolve a hipnose em massa.”

O fenômeno citado por Clapton é uma teoria do psicólogo Mattias Desmet, que fala sobre encorajar pessoas a fazer algo através da promoção de mensagens. No caso, os negacionistas entendem que isso é usado para induzir a população a tomar a vacina, mesmo sendo contra.

“Via isso em toda parte. Lembro de ter assistido algumas coisas no YouTube relacionadas a mensagens subliminares. Depois assisti a BBC, que costumava ser imparcial e passou a oferecer visão unilateral sobre seguir ordens e obedecer. Isso me motivou ainda mais musicalmente, despertou algo que estava adormecido.”

Consequências

As posições adotadas fizeram com que Eric Clapton sofresse consequências. Seu passado racista foi resgatado por fãs e imprensa, enquanto antigos amigos cortaram contato em definitivo.

Um exemplo foi o músico Robert Cray, que abandonou a turnê americana do guitarrista por conta de a letra de “Stand and Deliver” comparar as medidas contra a Covid-19 com a escravidão.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

1 COMENTÁRIO

  1. Eric Clapton deve estar desesperado por atenção ou são seqüêlas dos abusos de cocaína no passado. Não existe outra explicação para as atitudes que ele vem tendo.

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