Diretores do Lollapalooza falam sobre casos de trabalho análogo à escravidão

Em 2023, cinco homens que estavam trabalhando no evento foram resgatados pelo Ministério Público

Ano passado, o Lollapalooza Brasil se viu envolto em uma polêmica após cinco profissionais que trabalhavam na preparação terem sido resgatados em situação análoga à escravidão. Os homens eram carregadores de bebidas nas dependências do Autódromo de Interlagos e prestavam serviços na informalidade, sem qualquer registro, como determina a lei.

À época, a Superintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo relatou que as vítimas possuíam entre 22 e 29 anos. Eles dormiam dentro de uma tenda de lona aberta e se acomodavam no chão. Não recebiam material de higiene nem equipamento de proteção para exercer suas funções.

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Em entrevista ao Uol Splash, Leca Guimarães, diretora internacional do festival, falou sobre os cuidados que estão sendo tomados para a versão 2024.

“A gente faz de tudo para evitar esses casos. A gente criou um manual com regras no ano passado junto com o Ministério do Trabalho para passar para os nossos fornecedores. Mas o problema é muito maior do que as pessoas tentam entender.”

Para a organizadora, muitas pessoas escolhem estar nessa condição.

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“Há até pessoas que ganham uma diária alta, mas optam por dormir no festival. Então a gente trabalha junto com os fornecedores para evitar esse tipo de coisa. Mas, na hora que você fala de uma equipe de milhares, não há nenhuma cidade com um sistema de acomodação para tantos funcionários assim. Quando há sindicatos mais fortes, eles tentam ajudar essas pessoas, como em Berlim ou Paris. Nos EUA, a segurança é feita pela polícia local. Cada país tem suas políticas.”

Punição e denúncias de anos anteriores

No caso de 2023, os resgatados prestavam serviços para a empresa Yellow Stripe, terceirizada contratada pela Time for Fun (T4F), que promovia o Lollapalooza no Brasil. Ambas foram notificadas pelas autoridades e serão responsabilizadas diretamente pela situação.

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Elas foram obrigadas a ressarcir as vítimas por salários devidos, verbas rescisórias e horas extras. O valor inicial era de R$ 10 mil, podendo aumentar de acordo com determinações posteriores do Ministério do Trabalho.

Não foi a primeira vez que o Lollapalooza Brasil enfrentou acusações do tipo. Em 2018 e 2019, os promotores foram denunciados por contratar moradores de rua por valores ínfimos para trabalhar na montagem dos palcos. De acordo com registros, eles recebiam R$ 50 e enfrentavam uma jornada de 12 horas diárias de atividades.

Lollapalooza Brasil 2024

O Lollapalooza Brasil 2024 está marcado para os dias 22, 23 e 24 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Ingressos podem ser adquiridos no site oficial.

Confira o lineup completo na imagem a seguir.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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