A única banda em que Dave Grohl considerou entrar após fim do Nirvana

Apesar de convite ter sido feito, baterista entendeu que não queria ser músico de apoio de outro artista aos 26 anos

Entre o fim do Nirvana e o início do Foo Fighters, Dave Grohl foi especulado como possível novo baterista em algumas bandas. Não seria de se estranhar, afinal de contas, se tratava de um dos principais talentos de sua geração, conceituado no underground antes mesmo do estouro mundial ao lado de Kurt Cobain e Krist Novoselic – ou atrás, considerando sua posição no palco.

Em matéria de 1995, a Rolling Stone chegou a mencionar o Pearl Jam como uma possibilidade que se apresentaria, embora o próprio tenha negado. Um trabalho efetivo, porém temporário, aconteceu na trilha do filme “Backbeat” – “Os Cinco Rapazes de Liverpool” no Brasil. Junto a Thurston Moore, Greg Dulli, Don Fleming, Mike Mills e Dave Pirner, Grohl executou músicas que os Beatles apresentavam em seu período de clubes na Alemanha.

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Fora isso, o cara mais legal do mundo do rock também integrou brevemente o Tom Petty & The Heartbreakers. Chegou a participar da performance do grupo no “Saturday Night Live” em novembro de 1994, poucas semanas após ter registrado o primeiro álbum do seu novo projeto principal, que sairia no ano seguinte.

À época, chegou a ser convidado a permanecer como membro efetivo da banda, substituindo Stan Lynch, integrante original que havia saído pouco tempo antes. Porém, o destino já estava traçado visando outros caminhos. Na já citada matéria da revista, ele explicou:

“Estive muito perto de aceitar. Foi tão divertido. Eu estava realmente assustado quando começamos. Tinha muito medo de que eles tivessem assistido o ‘MTV Unplugged’ e me escolhido esperando o que fiz ali. Mas quando ensaiamos, me trataram como se já estivesse na banda. Foi uma grande honra. Mas imaginei que tinha 26 anos e não queria me tornar baterista contratado nessa idade.”

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A proposta de Tom Petty

Em outra entrevista, desta vez em 2021 ao programa de Howard Stern no sistema de rádio SiriusXM, Grohl detalhou a proposta recebida.

“Após o SNL Petty disse: ‘Cara, isso foi muito bom. Seria uma pena se essa fosse a única vez que fizéssemos isso.’ Dias depois, ele me telefona e propõe: ‘Bem, olhe, se você quiser, faríamos o seguinte: você terá seu próprio ônibus. Não fazemos turnês muito difíceis… Se você gosta, vamos sair por aí e nos divertir um pouco.’”

Porém, o destino estava traçado – embora incerto. Além disso, havia o processo de luto que ainda era enfrentado.

“Eu tinha acabado de começar o que viria a ser o Foo Fighters. E também me sentiria estranho em voltar apenas para a bateria. Seria como estar de volta ao Nirvana. Teria sido triste para mim, pessoalmente, estar atrás do kit todas as noites e não ter Kurt lá. Assim, achei melhor tentar outra coisa.”

Tom Petty encontraria o substituto definitivo de Lynch em Steve Ferrone, baterista de incontáveis e históricos nomes nos mais variados estilos. Ele permaneceria nos Heartbreakers até 2017, quando a morte do cantor interromperia as atividades do grupo em definitivo.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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