Ace Frehley conta como era fazer turnês com Rush, Black Sabbath e Cheap Trick

Desde os anos 1970, o Kiss excursionou com uma série de bandas que ajudariam a escrever a história do rock

Especialmente nos anos 1970 e 80, o Kiss era considerado uma espécie de trevo de quatro folhas para bandas que buscavam um holofote. Grupos como Iron Maiden, AC/DC, Judas Priest, Mötley Crüe e Bon Jovi, para ficar em alguns, tiveram apoio direto do quarteto comandado por Paul Stanley e Gene Simmons quando era meros desconhecidos.

Em entrevista ao Ultimate Guitar, Ace Frehley recordou a interação com alguns desses artistas. O primeiro foi o Rush. O trio canadense embarcou em uma tour no ano de 1975, quando os mascarados ainda eram uma atração ascendente, prestes a estourar de vez com o álbum ao vivo “Alive!”.

- Advertisement -

Disse o Spaceman original, com uma nostalgia bem-humorada:

“Bem, em primeiro lugar, eu adorava o Rush. Em segundo, fiquei muito próximo de todos eles. Até hoje estou de coração partido pela morte de Neil Peart, éramos bons amigos. Após cada show naquela época, eu diria que oito em cada dez noites, aqueles três caras vinham ao meu quarto, ao de Peter (Criss, baterista), ou na suíte especial para festas. Todos bebíamos cerveja e fumávamos maconha. Alex (Lifeson, guitarrista) costumava colocar uma bolsa na cabeça e nós apenas nos divertíamos enchendo a cara. Muitas vezes eu simplesmente rolava no chão de tanto rir – era histérico.”

Era algo tão frenético que a história contada por Ace beira o inacreditável – além de gerar reconstituições mentais inevitáveis.

Leia também:  Rock in Rio 2024 anuncia Dia Brasil, com vários gêneros e combate à fome

“Peter Criss costumava fazer uma imitação desse médico maluco e drogado, chamado Dr. Rosenbloom. Ele colocava óculos e bagunçava o cabelo. Ficávamos nos revezando neste pequeno pódio que havíamos montado na sala – era assim que nos divertíamos e avançávamos pela turnê se não estivéssemos saindo com garotas. Assim que elas chegavam, a festa acabava um pouco mais cedo do que esperávamos.”

Kiss e Black Sabbath

Embora já atuassem como headliners, ainda em 1975 surgiu a oportunidade de o Kiss abrir alguns shows do Black Sabbath. A oportunidade não foi desperdiçada. Porém, a interação foi um pouco diferente, talvez pelo choque cultural.

“Não cheguei a interagir de verdade com os caras do Black Sabbath. Eles eram um pouco mais reservados. Ainda amigáveis, mas não chegamos a criar uma real conexão.”

Já quando foi a vez de ajudar o Cheap Trick, a coisa mudou totalmente de figura. À época, o Kiss já era uma banda gigante, divulgando o disco “Love Gun” (1977). Ace recorda:

Leia também:  Carlos Maltz fala sobre show com Augusto Licks e defende Humberto Gessinger

“Costumava sair com os caras do Cheap Trick depois do show. Ainda estou procurando uma fita – fiz um comercial de cerveja com Rick Nielsen (guitarrista). Eu tinha comprado uma câmera Sony e um sistema completo de gravação. Pedi para ele simular um anúncio de cerveja e ficou hilário. Tenho isso em algum lugar. Mas, considerando que tenho quatro armários e não sei quanto material há lá… eventualmente, vou localizar essa fita e colocá-la no YouTube. Isso foi muita diversão.”

Cheap Trick, Kiss e “Surrender”

A experiência foi tão positiva que no ano seguinte o Cheap Trick lançou “Surrender”, que se tornaria seu maior clássico. A música conta com uma referência ao Kiss na letra, no trecho:

Then I woke up, Mom and Dad (Então eu acordo, mamãe e papai)
Are rolling on the couch (Estão rolando no sofá)
Rolling numbers, rock and rolling (Enrolando baseados, curtindo rock and roll)
Got my Kiss records out (Com meus discos do Kiss)”

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioCuriosidadesAce Frehley conta como era fazer turnês com Rush, Black Sabbath e...
João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades