Por que os Beatles não queriam terminar “Let It Be”, segundo John Lennon

Saudoso músico creditou salvação da obra a produtor a quem Paul McCartney tinha várias críticas

Disponibilizado oficialmente em 8 de maio de 1970, “Let It Be” foi o derradeiro trabalho de inéditas dos Beatles, embora não tenha sido o último gravado – papel que coube a “Abbey Road” (1969). Seu lançamento aconteceu um mês após o anúncio do final do grupo.

O álbum representou um dos raros momentos onde os fãs se dividiram. A maior crítica aconteceu em relação à sonoridade exagerada, com orquestrações que colocaram o produtor Phil Spector – chamado às pressas para salvar o produto – à frente do Fab Four.

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Em depoimentos resgatado pelo projeto The Beatles Anthology – e repercutido pelo Showbiz CheatSheet –, John Lennon deu sua opinião. Na visão do fundador, foi feito o que era possível com o material que se tinha, já que o grupo sequer desejava concluir o trabalho por considerá-lo ruim.

“Se alguém ouvir a versão pirata, pré-Spector, e ouvir a versão que Spector fez, calaria a boca. As fitas eram tão ruins que nenhum de nós chegava perto delas. Ficaram seis meses ali sem alguém mexer. Ninguém tinha coragem de remixar. Phil Spector fez um trabalho fantástico.”

Outras opiniões

Paul McCartney tinha uma opinião diferente. Ele acreditava que Spector desconsiderou a visão original do disco e ficou horrorizado quando o ouviu pela primeira vez.

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“Então agora estávamos contratando um ‘reprodutor’ em vez de apenas um produtor. Ele acrescentou todo tipo de coisa, como cantoras em ‘The Long and Winding Road’, apoio que eu talvez não tivesse colocado. Quero dizer, não acho que tenha sido o pior disco de todos os tempos, mas o fato de que agora as pessoas estavam colocando coisas em nossos álbuns sem nosso conhecimento era errado. Não tenho certeza se os outros sabiam. Foi apenas, ‘Oh, termine isso. Vá em frente – faça o que quiser.’ Estávamos todos ficando fartos.”

George Martin, produtor de quase toda a obra dos rapazes de Liverpool, compactua com a visão de Macca. Ele disse:

“Isso me deixou muito zangado – e deixou Paul ainda mais zangado porque nem ele nem eu sabíamos disso até que foi feito. Aconteceu pelas nossas costas quando Allen Klein (empresário) comandava John.”

Mesmo o assessor de imprensa, Derek Taylor, concordava com o baixista e vocalista. O profissional declarou:

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“Eu sei que Paul ficou muito zangado com a interferência em ‘The Long and Winding Road’. Eu era da opinião de que ninguém deveria ter mexido na música deles. Para mim, isso foi… não quero dizer chocante, mas foi errado, certamente. E se você fosse um McCartney vendo seu trabalho sendo alterado… posso imaginar a indignação!”

Beatles e “Let It Be”

Apesar das críticas – e motivado pela comoção com o encerramento da banda –, “Let It Be” chegou ao topo das paradas em vários países, incluindo Reino Unido e Estados Unidos. Vendeu mais de 3 milhões de cópias só nas duas primeiras semanas no mercado.

Em 2003, foi lançado “Let It Be… Naked”, projeto capitaneado por Paul McCartney que apresentou uma versão “enxugada” das músicas, sem a pomposidade criada por Phil Spector no original.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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