Exclusivo: Mick Box comenta as 5 músicas mais ouvidas do Uriah Heep no Spotify

Guitarrista compartilha insights a respeito de clássicos da banda que fundou — e da qual é o único remanescente da formação original

Às vésperas da sexta vinda do Uriah Heep ao Brasil, que tem shows previstos para Curitiba (9/12) e São Paulo (10/12), Mick Box foi convidado, em entrevista ao site IgorMiranda.com.br, a comentar as cinco faixas mais ouvidas da banda que fundou e da qual é o único remanescente da formação original nas plataformas digitais.

Os números são do Spotify, obtidos na data da conversa, 27 de novembro de 2023. Como esperado, a lista é composta apenas de músicas lançadas pelo grupo durante os anos 1970.

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Veja abaixo quais são e leia os comentários do guitarrista. A entrevista completa será publicada em breve.

As 5 músicas mais ouvidas do Uriah Heep no Spotify, comentadas por Mick Box

#1 – “Lady in Black”

Do álbum “Salisbury” (1970) — 35.222.914 reproduções

De acordo com as notas do encarte do LP, “Lady in Black” foi inspirada pela visão de uma garota desconhecida — o que Box confirma.

“Acredito que foi escrita pelo Ken [Hensley, tecladista], e ele estava olhando pela janela na Alemanha quando viu uma mulher de preto se afastando. E o resto é tudo fruto da imaginação dele. Liricamente, é uma música incrivelmente bem escrita. Ela foi meio que subestimada inicialmente. Não foi logo reconhecida. Mas um DJ alemão a pegou alguns anos depois, tocou uma vez, e ela simplesmente viralizou. Desde aquele dia, ela está no nosso repertório ao vivo. Então, é algo único porque é muito simples musicalmente, mas muito complexa liricamente. Mas juntando essas duas coisas, funcionou perfeitamente.”

#2 – “Easy Livin’”

Do álbum “Demons and Wizards” (1972) — 33.302.259 reproduções

A única música do Uriah Heep a entrar no Top 40 nos Estados Unidos também foi escrita por Ken Hensley. Mesmo com a letra aparentando falar sobre uma vida confortável e sem estresse, a música foi, na verdade, concebida de forma irônica.

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“A letra foi escrita com base em um comentário que fizemos uma vez. Na verdade, estávamos voltando de um show no norte da Inglaterra, dirigindo para o estúdio durante a noite. E um de nós comentou, de forma sarcástica: ‘nossa, isso que é vida fácil’. E o Ken guardou isso. Então, entramos no estúdio e improvisamos em cima daquele shuffle [de bateria]. O Lee [Kerslake, baterista] tinha uma maneira muito única de tocar, algo que nem todo mundo consegue imitar. Ele aprendeu isso [o shuffle] em Nova Orleans com um baterista de lá. É uma faixa única. Mas é muito poderosa. E, na verdade, é a música que nos levou ao sucesso mundial.”

#3 – “The Wizard”

Do álbum “Demons and Wizards” (1972) — 9.683.940 reproduções

O primeiro single do álbum “Demons and Wizards” foi a única contribuição de composição do baixista Mark Clarke para a banda, já que ele pediu as contas ainda durante as primeiras sessões de gravação do álbum. Não alcançou o mesmo nível de sucesso que single seguinte, “Easy Livin’”, que bombou em muitos países. No entanto, a faixa continua sendo uma das mais amadas da fase clássica do Uriah Heep.

“Foi a primeira vez que usamos afinação drop-D. Afinamos a corda E (mi) mais grave em D (ré) e mandamos ver. E a letra cativou a imaginação das pessoas porque estávamos falando sobre fantasia. Mas, independentemente disso, é uma música muito poderosa.”

#4 – “Stealin’”

Do álbum “Sweet Freedom” (1973) — 9.410.745 reproduções

A história de um fora-da-lei em fuga que se tornou um grande sucesso foi escrita por Ken Hensley no apartamento do baixista Gary Thain. O Uriah Heep havia acabado de concluir sua segunda turnê pelos Estados Unidos, e a imaginação do tecladista estava realmente carregada pela experiência naquele país.

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“Gravamos essa no Château de Hérouville, na França, nos arredores de Paris. E foi um sucesso nas paradas de singles nos Estados Unidos, mas foi banida das rádios devido ao verso ‘I’ve done the rancher’s daughter’ (‘Eu comi a filha do fazendeiro’), o que é bobo, até. Talvez devêssemos ter substituído por ‘I’ve kissed the rancher’s daughter’ (‘Eu beijei a filha do fazendeiro’) ou ‘I’ve loved the rancher’s daughter’ (‘Eu amei a filha do fazendeiro’). Mas o estrago já estava feito.”

#5 – “July Morning”

Do álbum “Look At Yourself” (1971) — 7.255.730 reproduções

Esta canção de 10 minutos foi essencialmente criada a partir de diferentes ideias de Ken Hensley e David Byron, tornando-se desde então um clássico. Apesar de sua letra parecer contar a história de um homem acordando em uma manhã de julho decidido a trilhar seu próprio caminho, a melodia do órgão na introdução é frequentemente utilizada como marcha nupcial.

“Eu estava muito doente nos ensaios [que antecederam às gravações do álbum]. E quando voltei, percebi, enquanto trabalhávamos em três músicas diferentes, que todas estavam no mesmo tom. Sugeri: ‘por que não unimos todas elas?’ E foi assim que essa música começou a surgir. Depois, Ken e David [Byron, vocalista] a finalizaram. E é uma daquelas músicas que realmente significou muito para muita gente ao redor do mundo. Na Bulgária, em 1º de julho, eles têm um grande festival onde todos vão assim que o sol nasce. E quando o sol está nascendo, ‘July Morning’ começa a tocar. É algo grandioso [de se ver].”

Serviço — Shows no Brasil

Uriah Heep fará dois shows no Brasil, em Curitiba (9/12) e São Paulo (10/12). Para mais informações sobre locais e ingressos, clique aqui e aqui.

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Marcelo Vieira
Marcelo Vieirahttp://www.marcelovieiramusic.com.br
Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

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