Eclipse se mantém na linha de frente do hard/melodic rock em “Megalomanium”

Nono álbum de inéditas da carreira dos suecos abre mão de baladas e se concentra em mesclar peso e melodia nas medidas certas

Ninguém pode dizer que o Eclipse não é uma banda constante. Nos últimos dez anos, o grupo sueco lançou 5 álbuns contendo material inédito, além de um ao vivo e outro regravando seu terceiro disco, “Are You Ready to Rock” (2008).

E o melhor de tudo é que a regularidade vem acompanhada de bastante qualidade. O hard/melodic rock dos comandados de Erik Mårtensson se sobressai, sempre oferecendo resultado empolgante aos fãs.

- Advertisement -

“Megalomanium” é o novo capítulo dessa história. O vocalista, guitarrista e produtor segue acompanhado do também membro original Magnus Henriksson (guitarra), além dos irmãos Victor (baixo) e Philip Crusner (bateria). Apesar de não representar uma grande virada musical em comparação aos antecessores, é possível notar que alguns objetivos diferentes do habitual foram traçados.

Para começar, o tracklist não conta com nenhuma balada. Não que isso fosse obrigatório – e ainda bem que não é, já que muitos artistas do subgênero em questão se sentem compelidos a colocar uma canção lenta e acabam parindo verdadeiras atrocidades –, mas não deixa de ser um ponto que salta aos olhos e ouvidos. As 11 faixas, divididas em 38 minutos, buscam oferecer a satisfação necessária, sem exageros nem pretensões exacerbadas.

Isso não significa que alguns eficientes clichês foram abandonados. Que o diga a faixa de abertura e primeiro single, “The Hardest Part is Losing You”, típico exemplar da sonoridade do quarteto. Na sequência, “Got It!” mantém a pegada roqueira, dando até mesmo uma simplificada em termos de arranjos e soando como algo que o Harem Scarem teria feito em tempos mais próximos. “Anthem” traz o clima de arena à linha de frente, enquanto “Children of the Night” investe em um clima que mescla peso e melodia de forma certeira.

“Hearts Collide” tem cara de hit de rádio rock, podendo facilmente frequentar o playlist da programação de quem abre espaço a algo fora dos clássicos manjados de sempre. Os riffs de “I Don’t Get It” remetem a características mais próximas do hard americano, abrindo espaço para “The Broken” com sua levada consistente. Apesar de o título poder sugerir outra coisa, “So Long, Farewell, Goodbye” é um vigoroso hard rock com o baixo pulsando.

Em “High Road” temos uma real novidade, com Victor Crusner assumindo os vocais pela primeira vez em uma canção da banda. E ele se sai bem, oferecendo um registro um pouco mais grave, embora não represente uma grande mudança de padrões

“One Step Closer to You” segue um ritmo mais midtempo, lembrando um pouco o Bon Jovi da primeira metade dos anos 1990. Fechando o tracklist temos “Forgiven”, a única que ultrapassa 4 minutos de duração, embora não seja distinta das anteriores.

Quem já conhece o Eclipse, especialmente pelos trabalhos recentes, não terá do que reclamar em “Megalomanium”. O grupo segue afiado e inspirado nas composições, mesmo em uma proposta que dificilmente oferece algo realmente novo. Os fãs e curiosos poderão finalmente conferir o poder de fogo de Erik e companhia em terras brasileiras ano que vem. Sendo assim, aqui está um bom aperitivo.

*Ouça “Megalomanium” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

*O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Eclipse — “Megalomanium”

1. The Hardest Part is Losing You

2. Got it!

3. Anthem

4. Children of the Night

5. Hearts Collide

6. I Don’t Get it

7. The Broken

8. So Long, Farewell, Goodbye

9. High Road

10. One Step Closer to You

11. Forgiven

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioResenhasResenhas de discosEclipse se mantém na linha de frente do hard/melodic rock em “Megalomanium”
João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades