Justiça dos EUA aceita reabrir processos de abuso contra Michael Jackson

Coreógrafo e dançarino Wade Robson e ex-ator James Safechuck processaram o espólio do cantor anos atrás; casos foram rejeitados em 2021

Entre 2013 e 2014, o coreógrafo e dançarino Wade Robson e o ex-ator James Safechuck acusaram Michael Jackson de abuso infantil e moveram uma ação contra o espólio do cantor, falecido em 2009. A história deles foi contada no documentário “Leaving Neverland”, em 2019. Posteriormente, em 2021, ambos os casos acabaram rejeitados por um juiz de Los Angeles. Agora, a Justiça dos Estados Unidos aceitou reabrir os processos.

Segundo informações da revista Rolling Stone, a decisão foi tomada na última sexta-feira (18). O tribunal de apelação da Califórnia  – que tem o poder de divergir das instâncias inferiores – discordou do argumento de que os funcionários do artista não tinham o dever de proteger as supostas vítimas, como defendido anteriormente, e afirmou:

“Uma empresa que facilita o abuso sexual de crianças por um de seus funcionários não está isenta do dever de proteger essas crianças só porque a companhia é propriedade exclusiva do autor do abuso.”

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Ou seja, os envolvidos irão a julgamento novamente. À Rolling Stone, Jonathan Steinsapir, advogado da MJJ Productions, Inc e MJJ Ventures Inc (companhias de Jackson), descreveu-se como “desapontado” após o anúncio da medida.

“Continuamos totalmente confiantes de que Michael é inocente dessas alegações, que são contrárias a todas as evidências confiáveis, e que só foram feitas pela primeira vez anos após a morte de Michael por homens motivados exclusivamente por dinheiro.”

As denúncias

Wade Robson e James Safechuck prestaram depoimentos para o documentário “Leaving Neverland” (2019). Segundo a produção, o primeiro mencionado conheceu o Rei do Pop aos 5 anos de idade, na Austrália, ao ganhar um concurso de dança. Sob a promessa de virar uma estrela, mudou-se para Los Angeles junto de parte da família, quando afirma ter ficado próximo do cantor. Relata que, entre 7 e 14 anos, teria sido molestado diversas vezes no Rancho Neverland – antiga propriedade de Jackson.

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Já o segundo encontrou o artista pela primeira vez aos 9 anos de idade, enquanto filmava um comercial da Pepsi. Depois disso, Michael teria passado a escrever e a telefonar frequentemente para o menino, enviando presentes e convidando para passeios. Entre 1988 e 1992, segundo a acusação, o artista teria abusado do garoto “centenas de vezes”.

Tanto o dançarino como o ex-ator moveram, separadamente, uma ação contra a corporação MJJ Productions, Inc, entre 2013 e 2014. Eles alegam que os funcionários da empresa atuaram como cúmplices e ajudaram a acobertar as atitudes de Michael, já que, na época dos supostos abusos, teriam permitido que o artista ficasse sozinho com as crianças e ajudado na compra de presentes para elas.

Por prescrição, os processos foram arquivados. Porém, como a lei em relação à denúncia de abusos sexuais mudou na Califórnia (com vítimas na infância podendo entrar com uma ação até os 40 anos de idade e não mais aos 26), os casos ganharam reabertura em 2019.

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Em 2021, um juiz de Los Angeles acatou o argumento de que os representantes não tinham o dever de proteger as supostas vítimas ou controlar o comportamento do cantor. No entanto, como mencionado, o tribunal de apelação da Califórnia não concordou com a defesa.

Michael Jackson e “Leaving Neverland”

Lançado pela HBO em 2019, “Leaving Neverland” mostra entrevistas com James Safechuck e Wade Robson, que afirmam terem sido abusados sexualmente pelo cantor quando eram crianças. Safechuck conheceu Jackson quando foi escalado para um comercial da Pepsi. Já Robson, que se tornou coreógrafo, encontrou o artista após vencer uma competição de dança. No passado, ambos negaram às autoridades que teriam sido molestados pelo Rei do Pop.

Nas décadas de 1990 e 2000, Michael Jackson foi alvo de diversas acusações de pedofilia por parte das famílias de crianças que frequentavam o rancho Neverland, lar do Rei do Pop. Em 1993, ele resolveu o caso com um acordo extrajudicial. Em 2005, foi inocentado de todas as dez acusações.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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