Por que David Coverdale não trabalhará com John Sykes novamente

Dupla protagonizou momento de maior sucesso do Whitesnake, mas relação pessoal nunca foi das mais harmoniosas

A entrada de John Sykes no Whitesnake se deu justamente no momento que a banda atingiu seu mais alto grau de popularidade. Egresso do Thin Lizzy, após ter passado pelo Tygers of Pan Tang e quase ter se tornado músico de Ozzy Osbourne, o instrumentista gravou a versão americana de “Slide it In” (1984), cuja turnê passou pelo Brasil na primeira edição do Rock in Rio – quando foi eleito sex symbol do evento.

A gravação do álbum seguinte, que levava o nome da banda e ficou conhecido popularmente por seu ano de lançamento (1987) foi acidentada. De um lado, a parceria com David Coverdale rendeu o trabalho mais bem-sucedido comercialmente da carreira de ambos. Por outro, as tensões fizeram com que o inevitável momento do rompimento chegasse antes mesmo da turnê de divulgação.

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Em entrevista à Metal Edge, o vocalista foi enfático ao reconhecer as qualidades do desafeto. Porém, não fez questão de esconder que as relações jamais foram as melhores.

“John era e é um talento incrível. Nossa química musical era ótima, mas não funcionou pessoalmente. A verdade é que não importa o quão incrível seja o álbum que fizemos juntos, não conseguimos nos conectar. Você pode ouvir que havia mágica criativa nesse relacionamento, mas parou no momento em que colocamos os microfones e os instrumentos de lado. Ele foi fundamental para aquele disco e um excelente músico ao vivo. Mas havia muitos aspectos importantes que não estavam lá. Não era para ser. As coisas simplesmente explodiram. O fundo do poço aconteceu quando ele tentou me demitir da minha própria banda. Como você pode imaginar, isso não foi muito bom.”

Coverdale até lembrou de um momento na virada do século, quando se reconectaram.

“Eu estava conversando com um conhecido em comum há alguns anos e disse: ‘Não tenho notícias de John há muito tempo.’ E essa pessoa fez conversarmos enquanto eu trabalhava nas demos para o álbum solo ‘Into the Light’. Então, depois de uns 15 anos de animosidade, conversamos e nos demos bem.”

Mesmo assim, os fãs não devem esperar por um reencontro.

“Pensamentos sobre trabalhar com ele novamente passaram pela minha cabeça. Porém, quanto mais conversávamos, mais eu percebia que havia mudado significativamente. John havia se tornado seu próprio chefe por tanto tempo, então nunca daria certo. Pensei: ‘A química não vai funcionar, vai ser como antes. Não posso aceitar isso’. Sinceramente, eu simplesmente não quero fazer nada neste momento da minha vida que abra a porta para arrependimento.

Sei que talvez isso seja decepcionante para os fãs e desejo todo o sucesso a John, pois sei que é um músico muito amado e admirado. Espero que esteja tudo bem, já que não tenho notícias dele há algum tempo. Mas o que me guia agora é algo que aprendi com Jimmy Page, Jon Lord e o grande Ritchie Blackmore: qual o sentido de trabalhar com alguém se acho que não posso ensinar nada ou receber algo em troca?”

Whitesnake, David Coverdale e John Sykes

Enquanto David Coverdale e o Whitesnake seguiram em frente, com algumas interrupções pelo caminho, John Sykes se tornou uma figura reclusa a partir do final do século passado.

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O guitarrista chegou a ser anunciado no embrião do que se tornaria o The Winery Dogs, mas não ficou no grupo. Um álbum solo está prometido há tempos, mas o projeto nunca se concretiza.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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