Como o Rammstein influenciou o Iron Maiden no clipe de “The Writing on the Wall”

Vídeo de "Deutschland", de 2019, foi principal inspiração para Bruce Dickinson escrever o conceito do novo vídeo

A música “The Writing on the Wall”, single que antecipa o próximo álbum do Iron Maiden, “Senjutsu“, veio acompanhada de um clipe grandioso em animação, com envolvimento até de profissionais brasileiros. A produção, curiosamente, foi inspirada em outra banda de metal que aposta em vídeos bem trabalhados, mas de sonoridade diferente: o Rammstein.

A revelação foi feita pelo vocalista do Maiden, Bruce Dickinson, em entrevista à Kerrang. Na ocasião, o cantor revelou que conversou com com o empresário de sua banda, Rod Smallwood, a respeito de “Deutschland”, clipe lançado em 2019 pelo Rammstein com narrativa bem elaborada.

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A diferença, de acordo com Dickinson é que o Maiden adotou o recurso de animação para o primeiro single de “Senjutsu”. A opção foi feita devido às limitações causadas pela pandemia.

“Eu disse para Rod: ‘Você viu o vídeo de ‘Deutschland’, do Rammstein? Aquele, para mim, é um vídeo inovador. É impressionante. Agora, não estou sugerindo que façamos isso, porque não somos o Rammstein. Mas pense no que poderíamos fazer que teria o mesmo impacto para nós’. Então, escrevi um storyboard para o vídeo, ajustei um pouco e dei um final feliz. Bem, quase um final feliz – Adão e Eva começam de novo, mas com Eddie tipo: ‘ainda vou te pegar no fim’.”

O segredo do novo-velho Iron Maiden

Apesar de incorporar referências mais modernas no clipe de “The Writing on the Wall”, as gravações de “Senjutsu” parecem ter seguido um padrão bem específico para o Iron Maiden – e não muito diferente de seu habitual. Durante a entrevista, Bruce Dickinson falou sobre o processo de composição, no qual trabalhou ao lado do guitarrista Adrian Smith, enquanto Steve Harris (baixista) tinha suas próprias ideias.

“Steve literalmente se trancava sozinho por 2 ou 3 dias, enquanto todos nós íamos jogar fliperama. Do nada ele aparecia: ‘acho que consegui uma, caras… todos no estúdio agora’. Boom. As coisas que compus com Adrian são um pouco mais convencionais. Ficávamos ali tocando guitarra e cantando até acharmos que tínhamos algo. Então, nós ensaiávamos e gravávamos de uma vez. Era mais orgânico, se preferir definir assim. Steve tende a ser bastante detalhista e meticuloso para obter exatamente o que quer.”

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Para Dickinson, independente do caminho que a banda optar por seguir, sempre terá a sonoridade do Iron Maiden – a menos que, curiosamente, eles se forcem a fazer isso, o que seria um erro na opinião dele.

“A chave para surpreender é não tentar surpreender as pessoas. É quando você tenta ser o ‘Iron Maiden’ que é quando o perigo aparece. Por definição, tudo o que fazemos e tudo aquilo que temos paixão será o Iron Maiden. Mas quando você fica tentando e pensando demais, corre o risco de se encurralar e reciclar seu próprio clichê. Não. Deixe isso para as bandas de karaokê.”

Sobre “Senjutsu”

Intitulado “Senjutsu”, o 17º disco do Iron Maiden chega a público no dia 3 de setembro, por meio da gravadora Parlophone Records – representada pela BMG nos Estados Unidos.

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Novamente produzido por Kevin Shirley, com co-produção de Steve Harris, “Senjutsu” apresenta como título uma expressão em japonês que significa “tática e estratégia”.

Como o antecessor “The Book of Souls” (2015), o novo álbum do Iron Maiden será duplo, tendo pouco mais de 80 minutos de duração. A edição em vinil será expandida para um formato triplo.

Ao todo, são 10 faixas, sendo que três delas ultrapassam os 10 minutos de duração. Apenas duas têm menos de cinco minutos.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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