Black Sabbath: 40 anos de “Sabotage”

Black Sabbath: “Sabotage”
Lançado em 28 de julho de 1975

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Após o aclamado “Sabbath Bloody Sabbath”, que dava sequência aos quatro clássicos iniciais, o Black Sabbath provavelmente enxergou uma limitação. Foram cinco trabalhos exemplares e que seguiam uma linha semelhante – apesar de, é claro, sutis diferenças entre cada um. Até a crítica começava a ficar ao lado do quarteto.
“Sabotage”, lançado há exatos 40 anos, foi o último suspiro de auge com a formação clássica do Black Sabbath. Desde o lançamento de “Sabbath Bloody Sabbath”, os integrantes (principalmente Tony Iommi) incorporavam novos elementos nas novas composições. Mas aqui, o clímax desses experimentos foi devidamente atingido – o flerte com o progressivo foi deixado de lado para que as músicas ficassem mais maduras e coesas, sem deixar de explorar cada músico tecnicamente.
Curiosamente, os integrantes conseguiram se desafiar em um momento de cansaço. O grupo tirou férias em 1974, mas foi obrigado, por seu empresário Patrick Meehan, a interromper o recesso para se apresentar no California Jam. A partir daí, outros problemas começaram a aparecer de forma mais evidente, como a demissão de Meehan por suposto desvio de cachês, abuso de drogas e a guerra de egos entre Tony Iommi e Ozzy Osbourne.
Apesar dos experimentos, “Sabotage” soa denso. O peso ganhou novas características: além de velocidade, houve uma espécie de evolução da visceraliade, um pouco mais de acordo com o momento vivido pelo rock.
A abertura com “Hole In The Sky” ensurdece e impressiona. Ozzy Osbourne, com seus berros típicos da época, se mostram em grande fase. Tony Iommi e Geezer Butler estão afiadíssimos. A pequena intro de violão clássico “Don’t Start (Too Late)” reconstrói os tímpanos para que sejam novamente abalados com a paulada “Symptom Of The Universe”, uma verdadeira aula de como se fazer som pesado e uma das gêneses do thrash metal. Bill Ward brilha por aqui.
“Megalomania” consegue ser longa sem ser enjoativa. Alterna entre momentos de depravação e peso. Pianos oscilam entre as distorcidas linhas de guitarra e baixo. Ponto para Tony Iommi por aqui. Com bons ganchos, “The Thrill Of It All” tem uma pegada mais comercial, que beira o hard setentista. “Supertzar” está longe de ser uma composição padrão do Black Sabbath – está mais para um coral de igreja, especialmente pela participação do English Chamber Choir, mas vale pelo experimento.
Composta por Ozzy Osbourne, “Am I Going Insane (Radio)” dá sequência de uma forma esquisita, mas sedutora. Apesar do termo “radio”, essa é a única versão da música. Caso lançada por um artista brasileira, porém, seria facilmente enquadrada no movimento brega. O fechamento fica por conta da também diferente “The Writ”, que inicia-se com a mesma risada macabra que fecha a faixa anterior. A pitada de “desespero”, que caracteriza o som do Sabbath, é oferecida principalmente pelos vocais de Ozzy.
Comercialmente, “Sabotage” não teve a mesma resposta que os anteriores. Mas eles tiveram, novamente, o apoio da imprensa especializada. Foram elogiados pelos veículos que falavam sobre música, o que deu credibilidade. Ainda assim, não foi o suficiente para esfriar o vulcão que entraria em erupção anos depois, com as conturbadas saídas de Ozzy Osbourne, em 1977 e 1979.
Ozzy Osbourne (vocal)
Tony Iommi (guitarra, piano, violão, sintetizadores, órgão, harpa)
Geezer Butler (baixo)
Bill Ward (bateria, percussão)
Músicos adicionais:
Will Malone (arranjos vocais em 6)
English Chamber Choir (coro em 6)
01. Hole In The Sky
02. Don’t Start (Too Late)
03. Symptom Of The Universe
04. Megalomania
05. The Thrill Of It All
06. Supertzar
07. Am I Going Insane (Radio)
08. The Writ

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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