Muita coisa aconteceu desde que Rodolfo Abrantes deixou o Raimundos, em 2001. Entre conversões religiosas, reconciliações e a morte do baixista Canisso em 2023, o vocalista e guitarrista parece ter finalmente feito as pazes com o passado.
Em participação no podcast Ticaracaticast (via Whiplash), Rodolfo comentou o que acha da formação atual do Raimundos. O grupo é composto por Digão (vocal e guitarra), Marquim (guitarra e backing vocals), Caio Cunha (bateria) e Jean Moura (baixo).
Ele disse:
“O Raimundos nunca esteve numa fase tão boa. Eu sigo eles, vejo os shows lotados, o público curtindo. É bonito de ver.”
Rodolfo se reconectou com Digão durante a pandemia e, pouco depois, com o ex-baterista Fred Castro. Atualmente, o vocalista e guitarrista retorna aos palcos após muitos anos afastado dos shows fora de espaços religiosos. Ele segue em carreira solo, se dedicando à música gospel.
Sobre a relação atual com a obra da banda, ele disse:
“[Após fazer as pazes com Digão] Nunca mais senti peso em falar de Raimundos. Hoje eu posso falar do passado com paz. Antes, só de alguém citar Raimundos, minha cara fechava. Agora a ferida tá curada.”
Rodolfo Abrantes não ouve Raimundos
Apesar do apoio à versão atual do Raimundos, Rodolfo Abrantes garante sequer ouvir as músicas atualmente. Em entrevista a Felipe Branco Cruz, para a Veja, ele afirmou:
“Não [ouço]. Nem é por causa das músicas, mas porque as letras eram retratos fiéis do que eu vivia, e minha vida mudou radicalmente desde então. O que eu canto hoje aponta para o meu futuro, para onde eu quero chegar.”
Em 2020, em participação no programa “The Noite com Danilo Gentili”, no SBT, Rodolfo respondeu pergunta similar feita por Roger Moreira. O líder do Ultraje a Rigor perguntou se o colega de profissão é contra as músicas do Raimundos. A resposta foi a seguinte (via Rolling Stone Brasil):
“Não é Deus que tem algo contra as músicas. Muitas pessoas tendem a pensar que um cara era de uma banda legal e saiu porque entrou para a Igreja, mas é bem mais profundo. Eu tinha uma vida e eu vivia de acordo com o que eu acreditava. Cantava exatamente o que eu vivia. Colocava nomes de pessoas nas loucuras que eu vivia, expunha muita gente. A música era a trilha sonora desse estilo de vida.”
Já em 2024, no podcast “Inteligência Ltda”, Rodolfo revelou não ter o hábito de ouvir música no geral. O cantor disse:
“Hoje em dia, não ouço música. Não ouço nada. Não tenho nem fone. Eu ouço o que minha mulher ouve. Sou muito sensível à música. Se vejo uma propaganda, decoro. Eu desencanei. Não sei explicar. Não é birra nem voto, só não tenho hábito. Gosto de silêncio e futebol.”
A conversão de Rodolfo
Rodolfo Abrantes deixou o Raimundo em 2001, quando se converteu ao protestantismo. Na mesma época, criou o Rodox, projeto de som pesado, mas com conteúdo religioso.
A nova banda durou pouco tempo, até 2004. Logo o vocalista passou a se dedicar à religião, cantando apenas em cultos e reuniões de sua igreja.
A conversão de Rodolfo teve relação também com o uso de drogas, algo que o cantor comentou na entrevista com a Veja. Segundo ele:
“Eu fumava maconha e tomava um ácidozinho. Mas meu primeiro encontro com Cristo foi para me curar de uma enfermidade: eu me via triste, querendo desistir de tudo. Pensei em tirar minha vida. Então, meu corpo começou a reagir, eu voltei a engordar, e melhorei. Estava em um buraco e Deus me tirou de lá.”
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