White Stripes se reúne para processar Donald Trump

Jack e Meg White moveram ação judicial contra o político alegando violação de direitos autorais por uso indevido de "Seven Nation Army"

Recentemente, Jack White havia ameaçado entrar com uma ação judicial contra o ex-presidente americano e novamente candidato Donald Trump por uso não autorizado da faixa Seven Nation Army, canção de sua antiga banda The White Stripes. Agora, o músico realmente cumpriu a promessa e se reuniu com a ex-companheira Meg White para processar o político.

No último dia 29 de agosto, a vice-diretora de comunicações do republicano, Margo Martin, utilizou a faixa para uma postagem relacionada à campanha. Na publicação já excluída, ele aparecia entrando em uma aeronave ao som do hit lançado em 2003, prestes a viajar para os estados de Michigan e Wisconsin. 

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Por isso, conforme informações obtidas pela Rolling Stone, os artistas acusaram Trump e a funcionária de violação de direitos autorais. Eles alegam “apropriação sem consentimento” da música, numa tentativa de associar a campanha a “energia” e “entusiasmo” e de “polir” sua imagem pública.

Também pedem uma “indenização significativa”, em função das 65 mil visualizações e dos 700 compartilhamentos que o vídeo alcançou. Por fim, o documento acrescenta:

“Os demandantes se opõem veementemente às políticas adotadas e às ações tomadas por Trump quando ele era presidente e aquelas que ele propôs para o segundo mandato que busca.” 

Procurado pela revista, um advogado do candidato apenas informou que está cuidando do caso. Ainda pontuou que seu escritório, o Dhillon Law Group, não teve “a oportunidade de revisar as reivindicações”.

Por meio do Instagram, Jack divulgou abertamente o processo — recebendo elogios de nomes como a banda Garbage na seção de comentários. Na legenda, escreveu, em referência à mensagem colocada no violão do ícone folk Woody Guthrie:

“Essa máquina processa fascistas.”

Anteriormente, como mencionado, o próprio já havia avisado de que resolveria a questão na Justiça. Em texto anterior, citou que entraria em contato com seus advogados e também criticou a postura do político quanto à propaganda eleitoral realizada no Cemitério Nacional de Arlington – local considerado sagrado por abrigar os corpos de militares mortos em combate.

Ele declarou: 

“Nem pensem em usar minha música, seus fascistas. Um processo judicial irá chegar dos meus advogados sobre isso (mais um junto dos outros 5 mil). Tenha um ótimo dia de trabalho hoje, Margo Martin. E já que estou aqui, um ‘f#da-se’ também para DonOLD [apelido para Donald], por insultar os veteranos da nossa nação em Arlington, sua escória. Você deveria perder o voto de todas as famílias militares imediatamente se ainda existir algum sentido.”

White Stripes e Donald Trump

Essa não é a primeira vez que o White Stripes proíbe o candidato de utilizar “Seven Nation Army”. Em 2016, a banda, inativa desde 2011, emitiu um comunicado nas redes sociais após o político aproveitar a canção para sua campanha da época. Dizia a nota: 

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“Em relação ao uso de ‘Seven Nation Army’ em um vídeo da campanha de Donald Trump, o The White Stripes gostaria de afirmar inequivocamente que não tem nada a ver com o vídeo. Eles estão indignados com esta associação e com o uso ilegal de sua música.”

Artistas vs. Donald Trump

Inúmeros artistas alegaram o uso indevido de músicas por parte de Donald Trump. É o caso de nomes como AbbaCéline DionBeyoncé e Foo Fighters.

Desde a primeira vez que entrou em uma campanha presidencial, ainda em 2016, Trump sofre resistência de artistas que o proíbem de usar suas obras. Nomes como Aerosmith, Neil Young, Beatles, Bruce Springsteen, Queen, Elton John e Rolling Stones, além dos espólios de Prince, David Bowie e Tom Petty se manifestaram contra o político e o que ele representa.

De acordo com a Billboard, as organizações de direitos autorais Broadcast Music, Inc (BMI) e American Society of Composers, Authors and Publishers (ASCAP) exigem que campanhas políticas obtenham licenças para veicular músicas em seus catálogos, com uma ressalva na licença que permite que compositores se oponham ao uso. No entanto, isso não impede que a canção seja tocada em um comício.

O caso do Foo Fighters

Recentemente, Dave Grohl e sua banda vieram a público negar que tenham autorizado o emprego de “My Hero” na campanha do político.

Contudo, a equipe do candidato diz que tinha uma licença para tocar a canção em um comício. A faixa do disco “The Colour and the Shape” (1997) foi incluída em evento no Arizona. Na ocasião, o ex-presidente recebeu o apoio do rival político Robert F Kennedy Jr, que foi saudado ao som da composição.

O jornal The Independent teve acesso a documentos que confirmariam que os representantes do candidato republicano realmente licenciaram a música do serviço Songview, da Broadcast Music, Inc (BMI).

Em comunicado à imprensa, um porta-voz afirmou, de forma lacônica:

“Temos uma licença para tocar a música.”

Em resposta, o Foo Fighters emitiu a mesma nota divulgada anteriormente por outros veículos, onde diz:

“Não foi pedida permissão ao Foo Fighters, e se fosse, eles não teriam concedido. Ações apropriadas estão sendo tomadas. Quaisquer royalties recebidos como resultado desse uso serão doados para a campanha Harris/Walz.”

A banda também compartilhou uma resposta curta em sua conta oficial no X/Twitter, após ser questionada por um usuário de mídia social se eles tinham concedido a permissão.

O seguidor perguntou: “Ei @foofighters, vocês deixaram Trump usar ‘My Hero’ para dar as boas-vindas ao RFK Jr. no palco?”. A reposta foi: “Não”. Mais tarde, a interação foi republicada com a legenda “Vamos deixar claro”.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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