Gary Moore era um guitarrista mais empolgante que Eric Clapton, segundo Jack Bruce

Músicos tocaram juntos no projeto BBM, que também contava com outro ex-Cream, o baterista Ginger Baker

Em 1993, Eric Clapton era um artista consolidado o suficiente para recusar qualquer reunião, fosse com o The Yardbirds ou o Cream – o Derek & The Dominos e o Blind Faith sequer seriam considerados, de qualquer forma. A segunda citada ainda retornaria brevemente na década seguinte, mas apenas para alguns shows, já que os envolvidos não conseguiam ter um convívio pacífico.

Desse modo, o baixista/vocalista Jack Bruce e o baterista Ginger Baker recorreram a outro guitarrista na hora de criar um novo projeto. O BBM teve Gary Moore na guitarra. O trio lançou apenas um álbum, “Around the Next Dream” (1994), que chegou ao 9º lugar na parada britânica.

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Em entrevista à Classic Rock, resgatada pela Guitar World, o responsável pelas seis cordas recordou como se deu a dinâmica, especialmente pela possibilidade iminente de atrito.

“Tive uma ótima visão sobre a química entre os dois. Acho que Jack realmente admira Ginger, que tem noção disso. Assim, um nunca precisa dizer o quanto o outro é bom. Eles são como dois irmãos, apenas se enrolando.”

Mais empolgante que Eric Clapton

Em vídeo instrucional de 1998, Jack Bruce refletiu sobre o que fez o BBM não durar tanto. Foi possível traçar um paralelo com o passado.

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“Fizemos o álbum, que fez muito sucesso, vendeu muito, teve um single de sucesso e tudo mais – mas é uma história parecida com a do Cream. Aquela banda meio que azedou, se assim podemos dizer, quando saiu um artigo terrível na Rolling Stone onde eles estavam deliberadamente tentando ser controversos. Eles disseram algumas coisas terríveis sobre nós e isso doeu.”

A situação se repetiu e acabou atingindo Gary, o que fez o músico lamentar, com direito a uma opinião no mínimo polêmica.

“Gary Moore estava sendo comparado com Eric, com frases como ‘Ele não é Eric Clapton’ – o que é bastante óbvio, na verdade. Ele é ele mesmo e, para mim, é um instrumentista mais empolgante. Quer dizer, Eric é ótimo, mas acho que Gary tem essa paixão pelo que faz. Eu adoro tocar com ele porque é algo que instiga. Ginger também estava tocando muito bem naquela banda. Alguns dos poucos shows ao vivo que fizemos foram realmente fantásticos.”

Após apenas 12 apresentações – todas na Europa –, o BBM se desfez. Além das músicas autorais e clássicos do Cream, o repertório dos concertos trazia alguns standards do blues, com versões para canções de Albert King, Mississippi Sheiks e Hambone Willie Newbern.

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Sobre Gary Moore

Nascido em Belfast, Irlanda do Norte, Robert William Gary Moore despontou participando do Skid Row – a banda irlandesa, não a americana que faria muito sucesso posteriormente. A seguir, se juntou ao Thin Lizzy. Esteve na banda em 1974 e novamente entre 1977 e 1979.

Desenvolveu respeitada carreira solo, transitando entre o hard/classic rock e o blues. Além do BBM, integrou o Collosseum II. Morreu no dia 6 de fevereiro de 2011, vítima de um ataque cardíaco quando passava férias em um hotel na Espanha.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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