A reflexão de Matt Sorum sobre quando o Guns N’ Roses começou a ficar assustador

Baterista contou o que teria feito de diferente caso a oportunidade aparecesse em um período mais maduro da vida

Matt Sorum se tornou oficialmente o baterista do Guns N’ Roses no início da década de 1990. Sua estreia aconteceu nos shows da banda durante a segunda edição do Rock in Rio, dando início a uma longa relação com o festival. À época, a fama de abusos em comportamentos nada saudáveis e o apetite por destruição (referência inevitável) eram notórios.

Em entrevista ao podcast “Black Oxygen Inspiration” – transcrita pelo Blabbermouth –, o músico refletiu sobre o período. E detalhou o que poderia ter feito diferente caso a oportunidade aparecesse tendo a mentalidade que possui hoje.

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Ele disse:

“Ficou assustador. Em retrospecto, talvez, sendo um pouco mais velho, eu teria lidado com isso de forma diferente. Mas tudo ficou um pouco fora de controle porque a banda era muito grande. Estávamos nos movendo rápido. Havia muitas pessoas ao redor de nós. Havia muita… não posso dizer confusão, mas… não sei. Eu estava começando a ficar meio nervoso porque éramos a maior banda do mundo naquela época. Não havia nada maior. E era intenso porque tinha gente vindo até você, tipo, velhos amigos se infiltrando. E graças a Deus não tinha celular nem mensagens de texto naquela época. Imagine o que poderia ter acontecido.”

Em relação aos vícios, o artista reconhece ter se passado, especialmente com o álcool.

“Comecei a beber demais. A banda já era muito famosa por isso. Então, de certa forma, me senti obrigado a seguir essa linha, porque éramos – e já expliquei isso antes, sempre disse que me sentia como um pirata em um navio pirata. Havia esse tipo de mentalidade de gangue entre nós, e eu queria fazer parte. Não tinha nenhuma tatuagem quando entrei no Guns N’ Roses. É quase como quando você é uma criança na escola e está saindo com outros caras, é assim que se sente. ‘Ok, vou fazer tatuagens. Vou beber.’ Eu sempre bebi, mas as coisas ficaram um pouco confusas só porque era muito grande. E havia muitos bajuladores de Hollywood ao redor.”

As armadilhas do sucesso

Sendo assim, Matt sabe exatamente o que dizer a um artista que está começando a fazer sucesso.

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“Eu diria a qualquer jovem músico, cuidado com o seu ego. Só tome cuidado, porque foi isso que aconteceu. E é clichê – é muito clichê. Sempre que converso com bandas jovens pergunto: ‘Ei, cara. Como vai? Como está sua cabeça?’ O sucesso pode ser assustador – quando você é muito bem-sucedido – porque as coisas simplesmente mudam. Quero dizer, família – eu não era tão próximo da minha família. Eu estava gostando da viagem; realmente estava. Mas foi um pouco meio que a bolha do rock and roll. Eu estava nessa grande bolha enquanto percorríamos o mundo. Queria aproveitar cada parte dessa aventura, mas começou a me afetar musicalmente. Comecei a gostar da festar um pouco mais do que da música. Faria diferente? Não. [Risos] Acho que talvez – do jeito que sou agora como um cara mais velho, do jeito que você aprende ao longo da vida como reagir às coisas, eu aprendi muito mais sobre como lidar com coisas que eu não entendia, se isso faz sentido.”

O único sóbrio do Guns N’ Roses

Em entrevista de 2021 à Rolling Stone (via Whiplash), Matt Sorum também abordou o problema do Guns N’ Roses com drogas no período. Porém, o baterista surpreendeu ao dizer que o vocalista Axl Rose poderia ser facilmente descrito como o único “sóbrio” da formação.

“Quando entrei, havia os quatro caras originais. Quando ficamos tão grandes (após os ‘Illusion’), a máquina meio que assumiu o controle. Tomamos decisões que não estavam completamente claras em nossas mentes, com base no álcool e nas drogas. Se havia alguém sóbrio, era Axl. Ele sempre foi acusado de ser o pior viciado em drogas, mas estava apenas tentando conduzir o navio.”

Matt ainda destacou a liderança exercida pelo guitarrista Slash entre os instrumentistas do Guns N’ Roses.

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“Slash era meio que o líder da banda para os integrantes. Ele falava tipo: ‘se você vai farrear até 6 da manhã, ok, mas precisa estar no ensaio ao meio-dia, então, não perca a passagem de som’. Algumas vezes, eu perdi o controle e comecei a ferrar tudo também. Havia muita loucura rolando. Fazia parte daqueles tempos, da maquiagem da banda e de tudo no entorno.”

Sobre Matt Sorum

Nascido em Venice Beach, Califórnia, Matthew William Sorum começou a carreira tocando com artistas locais. Seus primeiros trabalhos de repercussão ocorreram na banda de Jeff Paris e no Y Kant Tori Read.

Em 1989, foi chamado pelo The Cult para a turnê do álbum “Sonic Temple”. Retornaria ao grupo na virada do século, gravando “Beyond Good And Evil” (2001).

Integrou o Guns N’ Roses entre 1990 e 1997, gravando os discos “Use Your Illusion I e II”, além de “The Spaghetti Incident?”. Continuou envolvido em atividades e projetos de membros do grupo, participando do Slash’s Snakepit, Neurotic Outsiders e Velvet Revolver.

Recentemente participou do Deadland Ritual, com o vocalista Franky Perez (Scars on Broadway), o baixista Geezer Butler (Black Sabbath) e o guitarrista Steve Stevens (Billy Idol). Também comanda o supergrupo Kings Of Chaos, além do Hollywood Vampires sempre que disponível.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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