Johnny Marr descreve Keith Richards como um de seus heróis musicais. Isso porque o eterno guitarrista do The Smiths acredita que o integrante dos Rolling Stones não só demonstrou muito talento ao longo dos anos, como também inovou a maneira de tocar o instrumento de seis cordas.
Conversando com a revista Uncut, que publicou uma edição especial em homenagem aos 80 anos de Richards, o músico explicou o seu ponto de vista (via Guitar). Segundo Marr, o diferencial do guitarrista vai além da habilidade técnica e entra no campo filosófico.
“Keith era um herói para mim quando eu era criança. Eu adorava o jeito dele de tocar guitarra, mas a ideologia dele, na verdade, que pegava mais para mim. Eu o via como alguém com muita integridade. Mais do que qualquer coisa, ele foi uma enorme influência para mim por sua filosofia.”
Ele continuou:
“Quando eu estava no The Smiths, eu sentia como se estivesse no meu próprio Rolling Stones. Tínhamos um frontman muito interessante, singular, e eu pude focar apenas na música, seguindo a filosofia do Keith Richards de ficar nos bastidores, mas também de ser o motor da banda. Ele me parecia ter um propósito, não para se autodestruir, mas para encontrar algo na música que ele amava.”
O melhor solo da história
Em seguida, Johnny elegeu o solo de “Gimme Shelter”, faixa do disco “Let It Bleed” (1969), como o melhor da história e elaborou uma justificativa. De maneira geral, o antigo membro do The Smiths enxerga um estilo completamente próprio no colega de profissão.
“A ’Gimme Shelter’ tem o melhor solo de guitarra já gravado. Acho que são só seis notas, mas é tocado com puro sentimento e é muito conveniente. Keith inventou um estilo de guitarra completo e um gênero próprio, o que não é tarefa fácil. Ele não apenas inventou um som, mas um novo estilo de tocar guitarra, possivelmente o estilo mais legal desde Robert Johnson ou Hubert Sumlin.”
Por fim, ele comparou o guitarrista com o pugilista Muhammad Ali e opinou sobre o histórico de Richards com as drogas no passado:
“Eu estive com Keith algumas vezes e, quando você chega na essência dele e descobre como ele realmente é, percebe que é alguém que simplesmente não vai ouvir comentários sobre como viver sua própria vida. Dessa forma, ele é um verdadeiro herói do mesmo jeito que Muhammad Ali, defendendo seus princípios e não sendo vencido por autoridades desinformadas. Eu não acho que Keith estava defendendo o consumo de drogas, ele estava defendendo sua própria vida.”
Keith Richards e Johnny Marr
Durante entrevista com a revista Fantastic Man em 2011, Johnny Marr revelou como foi conhecer um de seus maiores ídolos, Keith Richards. Como contou, os dois se encontraram pela primeira vez na década de 1980, por intermédio de outras pessoas.
“Eu já toquei com ele. Foi uma experiência fantástica porque eu era tão jovem e ele era tão gracioso e encorajador e bastante filosófico também […]. Isso foi logo depois que o The Smiths se separou, em 1988. Eu o conheci por meio da cantora Kirsty MacColl e do produtor Steve Lillywhite.”
Sobre Keith Richards
Nascido em 18 de dezembro de 1943, em Dartford, Inglaterra, Keith Richards pode ser creditado como um dos grandes responsáveis pela existência e continuidade dos Rolling Stones.
Dividiu o comando da parte criativa da banda durante a maior parte de sua existência com Mick Jagger. Ao mesmo tempo, ambos travaram, ironicamente, uma das maiores rivalidades do rock – felizmente superada nos anos finais de carreira.
Antes de se juntar ao grupo, estudou arte e design em duas escolas. Foi expulso da primeira, mas se formou na segunda.
Além de se dedicar integralmente aos Stones, lançou álbuns solo, com mais liberdade para fazer o que bem entendesse. Sua banda de apoio recebeu o nome de The X-Pensive Winos e trouxe na bateria Steve Jordan, que substituiria Charlie Watts nos Stones após seu falecimento, em 2021.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.
