Machine Head faz show memorável de três horas em São Paulo

Apresentação no Tokio Marine Hall concluiu, de forma apoteótica, turnê de três datas da banda pelo Brasil

Mais uma vez, os fãs de metal tiveram que abdicar de alguns shows para poder prestigiar outro — o que tem sido bem comum no segundo semestre com a grande quantidade de shows anunciados. No último domingo (29), São Paulo recebeu quatro shows internacionais que acabaram dividindo o público do estilo: Machine Head, Primal Fear, Marduk e Obscura.

Aqueles que se deslocaram para o Tokio Marine Hall, extremo sul da capital paulistana, para assistir à primeira banda citada certamente saíram de lá com um sorriso de orelha a orelha. Em sua terceira passagem pela cidade — sucedendo 2011 e 2015 —, o grupo liderado pelo vocalista e guitarrista Rob Flynn apresentou um repertório especial que não se restringiu somente aos clássicos e à promoção do álbum mais recente, “Øf Kingdøm and Crøwn”.

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Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Project46

A abertura ficou a cargo do Project46 em uma escolha certeira. Já veterana da música pesada brasileira, a banda atraiu um público satisfatório para o local mesmo antes do horário previsto para a atração principal.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Para quem está acostumado a vê-los, o repertório não foi tão diferente do habitual. Músicas como “Violência Gratuita” e “Capa de Jornal” marcaram presença, assim como “Pode Pá”, momento em que o vocalista Caio MacBeserra pediu para que o público se abaixasse para depois pular junto dos integrantes.

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Apesar de ter marcado presença, a plateia ainda estava relativamente tímida, especialmente ao atender os pedidos de rodas de mosh e wall of death. A curta apresentação, que faz parte da turnê final do guitarrista Jean Patton com o grupo, teve início às 19h30 (horário 15 minutos após o anunciado pela produção) e foi concluída pouco depois das 20h.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Uma noite com o Machine Head

O nome do espetáculo trazido pelo Machine Head — “An Evening with Machine Head” — deixa bem clara a proposta: passar uma noite com a banda formada por Robb Flynn, Jared MacEachern (baixo), Wacław “Vogg” Kiełtyka (guitarra) e Matt Alston (bateria). Para isso, era necessário oferecer uma apresentação longa e abrangente, de modo a contemplar toda a carreira do grupo. Foi exatamente isso que o público teve.

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Após a intro “Diary of a Deadman”, responsável por aquecer os motores, o quarteto subiu ao palco e tocou “Imperium”. A casa já estava praticamente cheia. No decorrer da performance, Flynn não poupou interações com o público, a ponto de dividir cerveja e água e jogar várias palhetas personalizadas, com as cores da bandeira do Brasil. Era nítido o quanto todos estavam se divertindo naquela noite.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

O vocalista e guitarrista tem momentos de serenidade e passa a sensação de saber precisamente o que está fazendo. Mostrou que consegue conduzir o público sem dificuldades, principalmente os mais aficionados na grade, que não deixaram de bater cabeça em nenhuma música. Junto dele, um trio responsável por executar precisamente canções de todas as fases do grupo — com destaque aos solos de Vogg, lendário por si só em virtude de seu trabalho no death metal com o Decapitated.

É importante ressaltar que a performance vocal de Robb não estava 100% devido à sequência de shows sem day-off — antes de São Paulo, ele havia tocado em Curitiba (na sexta, 27) e no Rio de Janeiro (no sábado, 28). O próprio comentou rapidamente sobre o assunto diante do público, dizendo que se sentia levemente doente devido ao cansaço. Mas além de isso não ter sido o suficiente para reduzir a magia do evento, a já mencionada execução instrumental ofuscou qualquer ponto negativo nesse sentido.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Um dos momentos mais curiosos da noite se deu quando, no meio da apresentação, Flynn anunciou que um cover seria tocado. Quatro opções seriam oferecidas — e a plateia escolheria entre elas com base em gritos. Foram elas: “Whiplash” (Metallica), “Seasons in the Abyss” (Slayer), “All the Small Things” (Blink-182) e “Hallowed Be Thy Name” (Iron Maiden). A segunda mencionada foi a campeã e a terceira acabou recebida por bastante vaias. Mesmo assim, o quarteto executou um trecho do hit pop punk — e arrancou risos da plateia — até chegar aos ícones do thrash metal.

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As passagens anteriores pelo Brasil foram lembradas por Robb, que destacou a primeira delas, em 2011, ao lado do Sepultura, enquanto se preparava para tocar violão. O frontman pediu saudações ao grupo brasileiro, disse que eles fazem parte do DNA do Machine Head e relembrou o quão incrível foi ouvir o álbum “Beneath the Remains” (1989) pela primeira vez.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Saúde mental, depressão e como o poder da música age nas pessoas também foram tópicos abordados durante a apresentação. Ao início de “Darkness Within”, pediu para que os fãs guardassem o celular apenas naquela canção, pois todos iriam se lembrar melhor do momento. Deu certo: rendeu uma atmosfera emocionante para a canção, encerrada com o público batendo palmas e cantando em coro.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Mesmo com um show longo — aproximadamente três horas de duração —, o público não pareceu cansado ao ouvir as canções finais: “From this Day”, “Davidian” e o bis com “Halo”. Uma forma de retribuir a energia surreal da banda, em uma apresentação recheada de clássicos e com repertório para ninguém botar defeito.

*Fotos de Gustavo Diakov / @xchicanox. Mais imagens ao fim da página.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Machine Head – ao vivo em São Paulo

  • Local: Tokio Marine Hall
  • Data: 29 de outubro de 2023
  • Turnê: An Evening with Machine Head

Repertório:

  1. Imperium
  2. Ten Ton Hammer
  3. Choke on the Ashes of Your Hate
  4. Now We Die
  5. The Blood, the Sweat, the Tears
  6. Unhallowed
  7. None But My Own
  8. Take My Scars
  9. Locust
  10. Is There Anybody Out There?
  11. No Gods, No Masters
  12. Seasons in the Abyss (Slayer cover)
  13. Old
  14. Aesthetics of Hate
  15. Solo de guitarra
  16. Darkness Within
  17. Catharsis
  18. Bulldozer
  19. From This Day
  20. Davidian

Bis:

  1. Halo

Project46

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Machine Head

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